Ambiente e Desenvolvimento
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Com as linhas de pesquisa Ecologia, Espaço e Problemas Socioambientais e Tecologia e Ambiente, o Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES pretende promover visão integrada e crítica da questão ambiental, em suas perspectivas históricas, econômicas, sociais e ecológicas, por meio do desenvolvimento e aplicação de tecnologias e metodologias voltadas à solução de problemas regionais ligados à área ambiental.
Informações: PPGAD
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- ItemAcesso AbertoEm busca de um desenvolvimento sustentável adequado à America do Sul: análise a partir da teoria do Ius Constitutionale Commune(2025-02-20) Niedermayer, Guilherme Weiss; Giménez, Iraida Angelina; Turatti, Luciana; http://lattes.cnpq.br/5819588394882211; Cenci, Daniel Rubens; Rempel, Claudete; Fröhlich, SandroA década de 1970 e as seguintes marcam o estabelecimento das discussões acerca do desenvolvimento sustentável na arena política internacional. Porém está longe de ser uma temática pacífica, desde sua formulação até efeitos mediatos e imediatos atuais, o conceito de desenvolvimento sustentável sofre questionamentos. Concomitantemente, a partir de diversos processos de redemocratização, muitas das constituições dos países da América do Sul foram promulgadas. Nesta conjuntura, ainda reforçou-se o movimento iniciado, sobretudo, no período após a Segunda Guerra Mundial, denominado Ius Constitutionale Commune - ICCAL. Para a América Latina, nota-se a figura da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) como importante indutora do ICCAL. Neste sentido, a partir da Opinião Consultiva 23 de 2017 e o caso Comunidades indígenas miembros de la Asociación Lhaka Honhat (Nuestra Tierra) vs. Argentina” de 2020, a CIDH lança olhares para o estabelecimento do direito humano ao ambiente equilibrado. Considerando a interação das três temáticas, esta pesquisa guia-se a partir do seguinte problema fundamental: é possível construir um conceito alternativo de desenvolvimento sustentável adequado ao contexto da América do Sul? Sendo possível, há conexão entre os princípios fundantes deste conceito e o Ius Constitutionale Commune? Para responder satisfatoriamente a extensa problemática, optou-se por diferentes procedimentos metodológicos em cadeia, ou seja, o resultado de um é importante para o procedimento seguinte. Sistematizado em um encadeamento de procedimentos, a presente pesquisa parte do método indutivo, de abordagem qualitativa, pesquisa exploratória com instrumentais técnicos de pesquisa bibliográfica e documental com coleta transversall e análise hermenêutica. Considera-se que há uma diferença significativa entre os preceitos fundantes de um desenvolvimento sustentável para a América do Sul e o discurso clássico de desenvolvimento sustentável. Esta diferença denota-se, especialmente, na análise da esfera ambiental da sustentabilidade e, pelo entendimento daquilo que se pretende por desenvolvimento sustentável, o qual impacta nas esferas social e econômica. Por sua vez, a CIDH está em um movimento de esverdeamento dos direitos humanos, ou seja, mais próximo do conceito clássico de desenvolvimento sustentável do que dos preceitos fundantes sul-americanos, ao passo que os textos constitucionais, salvo Bolívia e Equador, também estão em linha com o conceito clássico. Assim, percebe-se um terreno frutífero para a ICCAL ambiental na região, embora distante dos preceitos fundamentais aventados por este trabalho.
- ItemAcesso AbertoNotas sobre o habitar: um olhar acerca do lugar de morar e o espaço urbano no bairro Morro 25, no município de Lajeado, Rio Grande do Sul(2024-12) Maciel, Fernanda; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Weizenmann, Jamile Maria da Silva; Périco, Eduardo; Relly, EduardoEste estudo tem como objetivo analisar o contexto histórico, urbano e ambiental do bairro Morro 25, situado no município de Lajeado, no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul. A pesquisa parte da premissa de que o entendimento de um bairro periférico e das dinâmicas de morar de seus habitantes é fundamental para o reconhecimento das potencialidades e deficiências que impactam o desenvolvimento urbano e regional. O bairro Morro 25, inserido em um cenário de crescimento e transformação urbana, é caracterizado pela sua configuração espacial histórica e pelas particularidades de seu processo de ocupação. A pesquisa busca responder a questões centrais, como quem habita o bairro, como ocorreu a ocupação histórica do espaço, a conexão deste com os demais bairros da cidade, a percepção dos moradores sobre a sua vivência no local e sua integração com o município. Através da análise da morfologia urbana do bairro, que abrange desde os aspectos físicos da cidade até as relações socioculturais que moldam o ambiente, foram investigados os parâmetros técnicos e históricos da evolução do espaço urbano. A pesquisa também se propôs a traçar um perfil socioeconômico dos moradores e a refletir sobre os conceitos de morar, viver, abrigar, espaço, território, paisagem, lugar e territorialidade, a fim de compreender a dinâmica do morar sob a ótica dos habitantes. A partir de uma abordagem metodológica que incluiu pesquisa bibliográfica, entrevistas com moradores e lideranças locais, e análise dos dados obtidos, este estudo contribui para a compreensão da relação dos habitantes com seu bairro e as dificuldades e potencialidades percebidas na interação com a gestão pública e a cidade em geral. A pesquisa também aborda como os impactos ambientais e históricos influenciam a qualidade de vida dos moradores, especialmente após eventos adversos como as enchentes que afetaram a cidade em 2024. Neste contexto, destaca-se a relevância do protagonismo dos moradores do bairro Morro 25 para o desenvolvimento da pesquisa acadêmica, uma vez que suas vozes, experiências e percepções sobre o espaço urbano são fundamentais para a construção de um conhecimento mais completo e fiel à realidade local. Esta pesquisa valoriza o olhar dos sujeitos diretamente envolvidos com a transformação do bairro, permitindo que suas histórias e práticas sejam documentadas e compreendidas de maneira acadêmica. Além disso, contar a história do espaço e das pessoas que nele habitam tem um papel na promoção de um desenvolvimento urbano mais inclusivo e equitativo. Esse protagonismo é essencial para a construção da identidade do bairro e para a formulação de políticas públicas que atendam de maneira mais precisa às necessidades da comunidade, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 10 (Redução das Desigualdades) e o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis). Ao integrar as experiências locais no debate acadêmico, este estudo contribui para a criação de um espaço de reflexão que se alinha com a promoção da justiça social, sustentabilidade e o fortalecimento da cidadania.
- ItemAcesso AbertoA relação entre suicídio e condições ambientais rurais: percepção de profissionais da saúde(2024-02) Farias, Sidinei; Rempel, Claudete; http://lattes.cnpq.br/8340497822227462; Schwertner, Suzana Feldens; Catolin, Sirlei Favero; Turatti, LucianaO objetivo desta pesquisa foi de investigar os processos autodestrutivos encadeadores de suicídio no ambiente rural, considerando a exposição humana direta ou indireta aos agrotóxicos. O estudo com pesquisa quali-quanti, analisou os municípios catarinenses de Campo Alegre e São Bento do Sul, entre os anos de 2018 a 2022, utilizando-se de dados extraídos de boletins epidemiológicos e Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina sobre o panorama do suicídio e tentativas e suas relações com os agrotóxicos, outros produtos químicos e demais multifatorialidades. As diferenças etárias aliado ao sexo, a baixa escolarização e intoxicação exógena são fatores de riscos identificados. Entrevistou-se 78 profissionais da saúde, através de perguntas semiestruturadas, com resultados qualitativos discutidos a partir da análise de conteúdo em Bardin. Teceram-se categorias sobre as relações entre os problemas socioambientais e saúde, a exposição aos agrotóxicos e suas consequências, as identificações dos fatores de risco para o suicídio e o manejo de casos relacionados aos processos autodestrutivos. Constatou-se que problemas socioambientais, sobretudo os riscos ocupacionais, diabetes e hipertensão, impactos do meio social e tipos de poluição são fatores de risco à saúde, além da ocorrência de nocividades agudas e crônicas devido à exposição aos agrotóxicos. Os transtornos mentais, intoxicações com medicamentos, violência feminina e perfis de masculinidades estão associadas ao comportamento de tirar a própria vida. O manejo dos profissionais da saúde a respeito do acolhimento, avaliação, acompanhamento, práticas de prevenção e mediação dos Agentes Comunitários de Saúde são fatores de proteção humana verificados. Diferentes limitações são observadas no estudo, dentre elas a baixa notificação de intoxicação por agrotóxicos na microrregião e em outros municípios catarinenses. A pesquisa evidencia outras buscas para aprofundamentos e descobertas, ao considerar que há uma interação inesgotável entre fatores biológicos, demográficos, psicológicos, sociais, ambientais e culturais que incidem nos comportamentos autodestrutivos.
- ItemAcesso AbertoFormação ecosófica de educadores das infâncias: cartografias de reencontros com sementes criança(2024) Nunes, Patricia de Araujo; Mazzarino, Jane Márcia; http://lattes.cnpq.br/4570485590802043; Tiriba, Léa; Proença, Maria Alice; Marques, Rodrigo MüllerA complexidade da formação dos educadores das infâncias é um aspecto fundamental para impulsionar - ou aprisionar - a vida nas escolas. Educadores implicados com suas subjetividades, com tempo e espaço para construir uma relação de afeto consigo mesmos, podem ter melhores condições de alcançar todas as linguagens das crianças. Contudo, em contextos de aceleração e homogeneização coletivos, que desconsideram as potencialidades das infâncias, os profissionais seguem sem a oportunidade de se conectar com sua natureza sensível para acolher as infâncias nas escolas e em si. Essa ruptura com a dimensão subjetiva do ser humano, de acordo com a perspectiva guattariana, está associada à fragmentação das três ecologias - subjetiva, social e ambiental, o que impulsiona a crise das relações e, no âmbito planetário, contribui para o colapso climático. Como possibilidade para favorecer a construção de relações mais sensíveis e respeitosas na escola, para que reverbere no plano macropolítico, investigamos um processo formativo que se dedica à integração das dimensões física, emocional, intelectual, cultural, natural e social. Destacamos dentre os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), a meta de assegurar a todas as meninas e meninos o desenvolvimento integral na primeira infância, acesso a cuidados e à educação infantil de qualidade, que está em destaque no Objetivo 4 do documento. O objetivo desta pesquisa é investigar, por meio da cartografia, a integração entre a formação de educadoras das infâncias, a perspectiva ecosófica e o reencontro com sua semente criança. A pesquisa é qualitativa, de cunho bibliográfico e de campo. Para tanto, iniciamos com a Jornada Ecoar, processo de formação de educadores, seguimos com a observação no chão de uma escola pública de educação infantil e colhemos alguns dados relevantes sobre como estão distantes as práticas das educadoras com as crianças em relação aos seus desejos e intenções subjetivas. Na continuidade da pesquisa, aprofundamos os estudos bibliográficos, ao mesmo tempo que convidamos as educadoras para a escrita de suas histórias de vida e, na sequência, para uma entrevista individual acerca de sua narrativa. O método cartográfico inspira os registros e elaborações reflexivas ao longo do texto. Quanto à repercussão da formação da Jornada Ecoar no espaço de encontro entre educadoras e crianças, considerando-se as três dimensões da ecosofia, evidenciamos que mesmo que linda e sensível como está desenhada, pode ser instrumento para mais autoria de cada grupo de educadores, a partir das histórias de vida de cada um e pode abrir espaço e tempo para fazer emergir linhas de fuga, formas de resistir à pressão. Sobre ser educadora a partir das conexões com a sua semente criança, compreendemos que nem sempre esse encontro é prazeroso, e como é importante reconhecer as tantas emoções que compõem cada educadora, incluindo essa diversidade nos processos formativos. A busca pelo aprofundamento das relações entre a educadora- criança e a criança-estudante demonstrou que sem sentir sua voz de educadora ouvida, fica mais difícil o exercício da escuta sensível e empática para com sua semente criança e, consequentemente, para com os estudantes na escola. Enquanto não encontram no âmbito profissional espaço para pensar e refletir sobre sua prática, as educadoras seguem na missão quase mecânica de “controlar as crianças”. Enfim, neste estudo, compreendemos que a ecosofia contribui para a reinvenção da formação de educadores das infâncias por fazer emergir outras formas de interação dos sujeitos entre si e com o ambiente, apresentando outros caminhos para criação de novos territórios existenciais, integram multidimensionalidades, valorizando as relações consigo, com outros humanos e não humanos e contribuindo com um olhar mais cuidadoso e sensível para interação educador-aluno. Uma metodologia ecosófica amplia a compreensão do mundo como um lugar a ser protegido e pode, nesse sentido, conceber cada criança como um pequeno santuário.
- ItemAcesso AbertoConstrução de limites de nível local aplicado aos municípios amazônicos baseado no conceito de fronteiras planetárias: ensaio em Manaus-AM-Brasil(2024-11-13) Soria, Luiz Juarez Loiola; Jasper, André; http://lattes.cnpq.br/6553779481379743; Machado, Neli Teresinha Galarce; Silva, Wanderson Carvalho da; Oliveira, Ricardo Bezerra deHá evidências crescentes de que as ações humanas estão impactando o funcionamento do Sistema Terra em um grau que afeta a sua resiliência. Dessa forma, necessita-se um paradigma que integre o contínuo desenvolvimento das sociedades e a manutenção do Sistema Terra em um estado resiliente e adaptativo. O conceito de Fronteiras Planetárias visa definir os limites ambientais dentro dos quais a humanidade pode operar com segurança. Construir limites de nível local para um município, conhecer seu espaço operacional seguro e servir de diagnóstico ambiental para promoção de políticas públicas de desenvolvimento local baseado no conceito preposto, apresenta-se como problematização nesta pesquisa. Ao identificar um espaço operacional seguro, a referida estrutura pode dar contribuição valiosa para tomadores de decisão no mapeamento de rumos desejáveis para seu desenvolvimento. As bases para a prosperidade das diversas sociedades humanas não devem estar exclusivamente no crescimento econômico, uma vez que esse limita se, em sua última instância, aos limites biofísicos do nosso planeta. As avaliações de impactos em ecossistemas e sua resiliência são condições para elaborar e implementar políticas de desenvolvimento sustentável e, mesmo que haja incertezas que dificultam as análises, é preciso construir referenciais que elucidem limites seguros de até onde as atividades econômicas podem avançar. Esta pesquisa objetiva construir limites locais para um município amazônico, conhecer seu espaço operacional seguro e os impactos circunstanciais, a fim de produzir ferramenta de diagnóstico ambiental conducente de políticas públicas de desenvolvimento local e sustentável baseado no conceito de Fronteiras Planetárias. Para isso, vislumbra-se ensaio em um município no bioma Amazônia, tendo em vista seu papel crucial na regulação do clima, sua extrema importância para a humanidade, para as Fronteiras Planetárias e para a resiliência do planeta Terra.