A Universidade do Vale do Taquari – Univates, por meio do Escritório de Relações Internacionais (ERI), está ampliando suas iniciativas de internacionalização acadêmica ao integrar estudantes em experiências que unem inovação, sustentabilidade e desafios globais.  Recentemente, alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo participaram de um projeto internacional que propôs o desenvolvimento de um campus interuniversitário na Ilha de La Palma, na Espanha, local que ainda carrega os impactos de uma erupção vulcânica ocorrida em 2021. La Palma é uma das Ilhas Canárias de Espanha, junto à costa noroeste de África.

A atividade desenvolvida fez parte da metodologia de aprendizagem internacional colaborativa e online (Collaborative Online International Learning – COIL), implementada na Univates desde 2021, que conecta estudantes de diferentes países em torno de problemas reais. O COIL desenvolvido é uma iniciativa da Universidade de Navarra, Espanha, através do Foro Americo, um coletivo que reúne diversas escolas de arquitetura da América Latina, sendo a Univates uma das conveniadas, a única brasileira a participar deste COIL.

O desafio consistiu em pensar soluções arquitetônicas para um campus interuniversitário sustentável. Em caso de nova emergência, as unidades poderiam ser desmontadas e transportadas para outro lugar, servindo de alojamento temporário. Os demais edifícios que atendem ao programa educacional, lazer, esporte, refeitórios, etc, foram projetados considerando sistemas construtivos pré fabricados, porém não desmontáveis e não necessariamente modulares.

A turma do componente curricular Construir Racionalizado, envolvido na atividade, era composta por 26 estudantes. As propostas foram realizadas por 6 grupos de estudantes. No final do semestre passado foi indicada uma das propostas para representar a Univates no evento final, que ocorreu em El Paso, na Ilha de La Palma. Esse evento ocorreu no dia 19 de setembro, de forma online.

O projeto desenvolvido contempla alojamentos, laboratórios de pesquisa, salas de aula, refeitório e espaços de lazer, todos planejados dentro dos princípios da construção racionalizada e sustentável. A proposta valoriza a ventilação cruzada, a eficiência energética e o aproveitamento de recursos locais, como o uso da água da chuva e a energia solar. 

O conceito central é de que a arquitetura em territórios de risco deve dialogar com o ambiente, adaptando-se a ele em vez de tentar impor uma permanência absoluta. Essa visão foi importante para que o grupo pensasse em um campus que sirva à vida acadêmica e simbolize resiliência e memória coletiva da comunidade afetada.

Para os alunos envolvidos, a experiência representou uma oportunidade de aprendizado prático, pois exigiu pesquisas sobre o terreno e o clima da ilha, além da reflexão sobre acessos, logística e medidas de segurança. Embora seja um projeto acadêmico, a proposta tem repercussão local e internacional, ao levantar debates sobre a forma como comunidades podem se preparar para conviver com desastres naturais. Além disso, fortalece a formação dos estudantes, que desenvolvem competências em gestão de risco, arquitetura sustentável, construção pré-fabricada e trabalho colaborativo em contextos multiculturais.