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Navegando História por Autor "Bastos Neto, Ernesto Pereira"
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- ItemAcesso AbertoA mãe é guarani, o pai é kaingang: história, cultura e identidade a partir da terra indígena kaingang jamã tÿ tãnh(2019-12) Bastos Neto, Ernesto Pereira; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Schneider, Fernanda; Silva, Juciane Beatriz Sehn DaDesde meados da década de 1970 os povos indígenas no Brasil vêm se consolidando enquanto atores políticos de significativa envergadura no contexto nacional. Algumas de suas principais conquistas estão preconizadas nos artigos 231 e 232 da Constituição Federal brasileira de 1988. Neste ínterim, ao longo dos últimos trinta anos também ocorreu no Brasil uma renovação nos estudos sobre História Indígena. Esta renovação funda-se nos movimentos reivindicatórios por parte dos grupos indígenas e também na incorporação pela História de conceitos de áreas afins como a antropologia e a sociologia, que permitiram compreender melhor as lógicas próprias destas sociedades. Neste contexto, os processos de etnicidade e rearticulação étnica de coletivos indígenas pelo país passaram a chamar atenção de diferentes setores da sociedade nacional, de modo que muitos coletivos que realizaram processos de etnogênese recentemente passaram a ter suas identidades indígenas questionadas, sendo muitas vezes (des) qualificados como falsos índios. No presente trabalho analisou-se as narrativas de anciãs (aõs) da comunidade Kaingang Jamã Tÿ Tãnh, situada no município de Estrela/RS, a fim de compreender as elaborações destas pessoas a respeito da constituição da comunidade indígena. Para tanto, empreendeu-se investigações a partir de fontes orais e escritas, com base no referencial teórico da Antropologia Histórica, que foi mais amplamente utilizado no Brasil para os estudos entre os “índios no Nordeste”. Aponta-se como alguns dos principais resultados que o coletivo indígena Jamã Tÿ Tãnh é formado por descendentes de três mulheres com um mesmo homem, naturais de zonas rurais entre as bacias hidrográficas dos rios Pardo e Taquari-Antas. Todas estas pessoas identificam-se como descendentes de indígenas que desde tempos imemoriais circulavam pelo território em questão. Notou-se ainda que durante a segunda metade do século XIX havia uma significativa presença indígena nos espaços mencionados, entretanto, muitas destas pessoas foram arbitrariamente desapropriadas de suas posses coletivas e postos em situação de indigência, sob a alegação de que seriam “índios misturados” ou “ex-índios”. Tendo em vista a existência de situação análoga a esta, conhecida como Terra Indígena Borboleta, situada entre os municípios de Salto do Jacuí e Espumoso/RS, o presente trabalho explicita aproximações entre estas comunidades, sobretudo no que diz respeito aos processos de territorilização e etnogênese, que em ambos os casos difere dos processos mais frequentemente associados aos Kaingang.