Ambiente e Desenvolvimento
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Com as linhas de pesquisa Ecologia, Espaço e Problemas Socioambientais e Tecologia e Ambiente, o Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES pretende promover visão integrada e crítica da questão ambiental, em suas perspectivas históricas, econômicas, sociais e ecológicas, por meio do desenvolvimento e aplicação de tecnologias e metodologias voltadas à solução de problemas regionais ligados à área ambiental.
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Browsing Ambiente e Desenvolvimento by browse.metadata.advisor "Laroque, Luís Fernando da Silva"
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- ItemOpen AccessAnálise das condições de sustentabilidade da produção agropecuária em dois assentamentos rurais de Conceição do Araguaia – Pará(2016-07) Arraz, Rafael Miranda; Barden, Júlia Elisabete; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Barden, Júlia Elisabete; Mejia, Margarita Rosa Gaviria; Cazarotto, Rosmari Terezinha; Kolchinski, Eliane MariaO modo de vida dos produtores de Assentamentos da Reforma Agrária em relação ao desenvolvimento rural no campo, como é o caso das Unidades Familiares de Produção (UFP) do município de Conceição do Araguaia/Pará, são reflexos diretos das condições de sustentabilidade. Este trabalho teve como objetivo analisar as condições de sustentabilidade nos assentamentos rurais Pe. Josimo Tavares e Canarana no município de Conceição do Araguaia/Pará. O método é exploratório, com abordagem qualitativa e de coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas, levantamento bibliográfico, diários de campo, gravações e registros fotográficos, os quais foram analisados considerando as três dimensões da sustentabilidade (Ambiental, Econômica e Sociocultural). Foram utilizados os atributos da sustentabilidade: produtividade, entendida como a eficiência do sistema produtivo, estabilidade, verificando a fragilidade das UFP e a resiliência como o entendimento do equilíbrio do sistema. Na dimensão ambiental, atributo produtividade, constatou-se que os produtores familiares não realizam práticas conservacionistas. O atributo estabilidade indica que os assentados não respeitam a destinação legal dos espaços de APP e RL. No atributo resiliência, o indicador diversificação da produção demonstra que é reduzida e limitada ao plantio de mandioca e da criação de bovinos. Na dimensão econômica o atributo produtividade indica que em oito das dez propriedades não se faz uso de atividades mais sustentáveis para minimização dos impactos ambientais. No atributo estabilidade, o indicador alternativas econômicas demostra que os produtores são reféns dos atravessadores para venda de seus produtos e que a maioria dos assentados só consegue se manter nas UFP com a obtenção de uma renda extra. No atributo resiliência, o indicador tecnologias produtivas aponta para uma falta de assistência técnica e da utilização pela maioria dos produtores de insumos quimícos como o agrotóxico. Na dimensão sociocultural, atributo produtividade, identificou-se que todos produtores tem participação comunitária em atividades como as de suas associações, cooperativas entre outras. No atributo estabilidade, o indicador qualidade de vida apontou que o atendimento à saúde é inexistente, que a alimentação é satisfatória, mas que o lazer é pouco aproveitado pela maioria dos produtores. O atributo resiliência, por meio do indicador capacitação, aponta que a participação em cursos de aperfeiçoamento somente foi identificada em duas UFP. O acesso à informação pelos produtores se reduz à Tv e rádio. Constata-se, por fim, que a sustentabilidade nos assentamentos analisados é fragilizada e de difícil obtenção.
- ItemOpen AccessComunidade Remanescente de Quilombo Ilha de São Vicente/Tocantins: história de lutas, conquistas e conflitos(2019-01) Almeida, Cristina De Sousa Fonseca; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922Esta pesquisa voltou-se à Comunidade Remanescente de Quilombo Ilha de São Vicente, do Município de Araguatins, extremo norte do estado do Tocantins localizada no rio Araguaia, na fronteira entre os estados brasileiros do Tocantins e do Pará. O presente estudo visou compreender o processo de apropriação histórica do espaço territorial da Ilha de São Vicente, realizado pela comunidade remanescente quilombola e pela população não quilombola na ilha, bem como a geração de conflitos, a partir dos anos 2000, considerando as práticas econômicas, culturais, sociais e políticas. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, cujos procedimentos metodológicos constituíram-se de revisão bibliográfica em livros, artigos e dissertações de mestrado e teses de doutorado, e ainda, com base em levantamento e análise de fontes documentais. Recorreu-se também à pesquisa de campo, para a qual foram elaborados diários de campo, registros fotográficos e realização de entrevistas, com base em um roteiro de questões semiestruturadas. Com os resultados da pesquisa foi possível constatar que os escravizados da Família Barros deram origem à comunidade quilombola Ilha de São Vicente, a partir do final do século XIX, momento em que se estabelecerem na Ilha de São Vicente e passaram a atribuir valores e significados territoriais e culturais, os quais foram transmitidos e mantidos pelas atuais gerações. Vale ainda salientar, que alguns moradores de Araguatins apropriaram-se de áreas territoriais da Ilha de São Vicente, o que resultou em conflitos atuais entre quilombolas e não quilombolas. Tais conflitos resultaram em despejos, intensificando assim, os processos de lutas e a revitalização da identidade do grupo como remanescentes quilombolas, cujo desejo consiste em reaver parte do espaço territorial que lhes foi tomado e a regularização legal do mesmo.
- ItemOpen AccessContatos e contrastes: territorialidade, etnicidade e história dos indígenas Enawene Nawe(2015-03) Corrêa, Noemi Dos Reis; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Machado, Neli Teresinha Galarce; Rosa, Rogério Reus Gonçalves Da; Mussi, Vanderlea Paes LeiteBaseando-se na premissa da relevância social do debate sobre as questões indígenas no Brasil, assim como da singularidade regional do Mato Grosso, o presente estudo trata dos contatos interétnicos vivenciados pelo povo Enawene Nawe na década de 1970 e 1980, no alto da bacia hidrográfica do rio Juruena. Essa pesquisa tem como objetivo analisar os elementos históricos e culturais entre as Coletividades Enawene Nawe e a sociedade não indígena, assim como as alianças e conflitos vivenciados com os grupos indígenas Nambikwára, Cinta Larga e Rikbáktsa. O trabalho utiliza-se de fontes bibliográficas e documentais sobre os Enawene Nawe, como diários dos religiosos Vicente Cañas e Thomaz de Aquino Lisbôa, narrativas dos mitos e ritos, imagens e mapas que, com base em aportes teóricos da cultura e da etnicidade, são analisadas por meio de uma metodologia qualitativa. Os resultados apresentam um histórico dos Enawene Nawe, o tradicional território, elementos socioculturais do povo e o contexto dos contatos interétnicos, analisando as escolhas feitas pela etnia no sentido da continuidade dos costumes, tradições, crenças e rituais, mesmo após o contato com a sociedade não indígena e as ressignificações culturais e simbólicas vividas por esse povo.
- ItemOpen Access“Eles viram que o índio tem poder, né!” o protagonismo Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh/Estrela diante do avanço desenvolvimentista de uma frente pioneira(2017-07) Silva, Juciane Beatriz Sehn Da; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Machado, Neli Teresinha Galarce; Nötzold, Ana Lúcia Vulfe; Rosa, Rogério Reus Gonçalves DaOs Kaingang fazem parte das sociedades Jê e tradicionalmente ocupavam extensas áreas do Brasil Meridional. Delimitando como recorte espacial a Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh localizada no Vale do Taquari/RS, o trabalho objetiva analisar o protagonismo Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh diante do avanço desenvolvimentista da rodovia BR-386, visando relacioná-lo ao fortalecimento da identidade indígena, à política de alianças das parcialidades Kaingang e a uma concepção diferente em torno das categorias “ambiente” e “desenvolvimento”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e natureza descritiva. Dentre os procedimentos metodológicos, destaca-se a revisão bibliográfica sobre os Kaingang, bem como o levantamento e análise de fontes documentais que se encontram junto ao Ministério Público Federal de Lajeado e na Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. Realizou-se também pesquisa de campo na Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh, observações participantes com a elaboração de diários, registros fotográficos e entrevistas com base na metodologia de História Oral, tanto com indígenas quanto com funcionários de agências oficiais. Dentre os resultados obtidos, os quais foram analisados com base em teóricos de cultura, etnicidade, territorialidade e de fenômenos de fronteira, constata-se a articulação sociopolítica das Terras Indígenas situadas em territórios da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, Sinos e Lago Guaíba/RS, impactadas direta ou indiretamente pelo projeto desenvolvimentista envolvendo a duplicação da BR-386, assim como evidencia-se o protagonismo Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh na efetivação das medidas compensatórias e mitigatórias decorrentes dos Estudos de Impacto Ambiental da duplicação da BR-386, apontando para o fortalecimento da identidade étnica Kaingang.
- ItemOpen AccessEspacialidades sociais e territoriais Kaingang: terras indígenas Foxá e Por Fi Gâ em contextos urbanos dos Rios Taquari-Antas e Sinos(2016-09) Lappe, Emelí; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Jasper, André; Pereira, Walmir Da Silva; Nötzold, Ana Lúcia VulfeAtualmente falamos da valorização dos saberes tradicionais indígenas, os quais devem ser incorporados aos saberes não indígenas. Levando em conta esta consideração e estabelecendo como recorte espacial uma Terra indígena urbana no vale do Taquari e outra no vale do Sinos, o presente estudo objetiva identificar a importância das espacialidades sociais e territoriais para os indígenas Kaingang localizados em áreas urbanas dos rios Taquari-Antas e Sinos e o seu modo próprio de territorializações. A pesquisa foi realizada com base em levantamento e análise bibliográfica de livros, ensaios, artigos e dissertações de mestrado e teses de doutorado, bem como no levantamento e análise de fontes documentais que se encontram no Ministério Público Federal de Lajeado e de Novo Hamburgo, Prefeitura Municipal de Lajeado e de São Leopoldo e da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. Informamos também que foi utilizado o método da história oral para realização de entrevistas, elaboração de diários de campo e registros fotográficos durante as pesquisas com os Kaingang das Terras Indígenas Foxá/Lajeado e Por Fi Gâ/São Leopoldo. Portanto, a pesquisa analisou as espacialidades sociais e territoriais a partir de um olhar etnohistórico na intenção de conhecer a perspectiva Kaingang destas espacialidades, com o intuito de compreender as escolhas feitas pelas coletividades Kaingang no sentido da continuidade dos seus costumes, crenças e rituais no processo de contato com a sociedade não indígena.
- ItemOpen AccessEvolução do ecoturismo no Lago Caracaranã em Normandia, RR, Brasil(2016-04-14) Lima, Alexandrina Maria De Andrade; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Cazarotto, Rosmari; Mejia, Margarita Rosa Gaviria; Rogge, Jairo HenriqueO presente trabalho sobre o fenômeno ecoturismo no Lago Caracaranã, localizado no estado de Roraima, caracteriza-se como uma pesquisa pioneira na área de estudo e que reflete o contexto de crescente produção científica sobre turismo sustentável, ecoturismo e etnoturismo no Brasil e no mundo. O trabalho tem como objetivo analisar a evolução do ciclo de vida dos serviços de ecoturismo no Lago Caracaranã, no período entre as décadas de 1970 e 2010, sendo elaborada com base em uma lógica dedutiva que se fundamentou nos procedimentos metodológicos de revisão bibliográfica e documental e estudo de caso. Os resultados da pesquisa demonstram que há um ciclo de vida na exploração do turismo no Lago Caracaranã inflexionado pela demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (TIRSS) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Conclui-se na pesquisa que o território do Lago Caracaranã apresenta uma dinâmica formação territorial na curta duração, permeada pela mudança nos direitos de propriedade da terra em razão da demarcação da TIRSS, o que repercutiu em negativas inflexões abruptas no ciclo de vida do ecoturismo.
- ItemOpen AccessHistória ambiental envolvendo indígenas Guarani e Jesuítas nas reduções da Província do Tape, século XVII(2019-04-03) Cristo, Tuani De; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922Os Guarani pertencem ao tronco linguístico Tupi, viviam em territórios do atual Estado do Rio Grande do Sul desde o início da Era Cristã. No século XVII os referidos territórios passaram a ser ocupados pelo elemento europeu, inicialmente representado por padres da Companhia de Jesus, configurando a Província do Tape, denominação político-espanhola. O estudo tem como objetivo demonstrar, com base na História Ambiental, que a Província do Tape foi palco de negociações territoriais entre os coletivos Guarani e a Companhia de Jesus, ambos fundamentados em lógicas culturais distintas. Os indígenas fundamentados na lógica do ñande reko (modo de ser), ao qual estão integrados espíritos, plantas, animais e divindades, já os jesuítas fundamentados em uma relação ocidental com o território. A metodologia utilizada baseou-se na abordagem da Etno-história e da História Ambiental, com o cunho qualitativo e descritivo. Os procedimentos metodológicos consistem em revisões bibliográficas sobre a temática e pesquisa documental das Cartas Ânuas escritas pelos padres jesuítas no século XVII, material compilado por Jaime Cortesão (1969), Hélio Vianna (1970) e Ernesto Maeder (1984). Como resultados, tendo por base aportes teóricos da História Ambiental, territorialidade e cultura, foi possível constatar que os Guarani se fundamentaram na lógica cultural do ñande reko para viver suas historicidades e sentidos de territorialidade, mas a partir dos contatos com o projeto político-colonial e religioso da Companhia de Jesus, ressignificações culturais foram postas em prática por ambos os grupos. Os Guarani, com base no seu modo de ser, buscavam aspectos econômicos, cosmológicos e na memória parental; os jesuítas, por sua vez, imbuídos de conhecimentos ocidentais, possuíam uma visão “materialista”, observando no território potencialidades de autossuficiência e produção econômica para sustentar o projeto missionário. Para compreensão das diferentes visões, foi possível descrever os ambientes onde as reduções jesuíticas foram erguidas, corroborando com a hipótese de que a Companhia de Jesus buscava no território uma maior potencialização dos recursos naturais, visando à autossuficiência e produção de excedentes. Demonstrou-se que a introdução dos espaços missionais causaram impactos ambientais sentidos por Guaranis e missionários, a exemplo de ataques de ratões-do-banhado (Myocastor coypus) e de formigas (Formicidae), as roças das reduções e ainda os possíveis impactos causados a partir da introdução do gado vacum (Bos taurus) em territórios da Província do Tape. Com base na análise dos eventos narrados por jesuítas nas Cartas Ânuas, a investigação constatou que a Companhia de Jesus necessitou “negociar” a instalação do seu projeto político-econômico e religioso com as parcialidades Guarani e seus coletivos, tais como animais, plantas e espíritos. Isto ocasionou uma disputa por território no campo dos humanos e da natureza, tendo em vista que espécies vegetais e animais introduzidas pelos jesuítas também precisaram “barganhar” espaço com as espécies endêmicas. Constatou-se assim, que a Província do Tape durante o século XVII foi palco de diversas historicidades ambientais e cosmológicas, permeadas por transformações, mas também por apropriações entre os envolvidos.
- ItemOpen AccessImigrantes italianos e seus descendentes na microrregião oeste do Vale do Taquari: história ambiental e práticas culturais(2017-07) Trombini, Janaíne; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Mejía, Magarita Rosa Gaviria; Herédia, Vania Beatriz Merlotti; Gerhardt, MarcosOs imigrantes italianos que chegaram a partir das últimas décadas do século XIX no Rio Grande do Sul atuaram com atividades agropecuárias situados na porção territorial na encosta superior do planalto, entre os vales do rio Caí e do rio das Antas. Após esta ocupação, os imigrantes italianos avançaram sobre novas terras e a partir do final da década de 1880, estabeleceram-se em áreas que posteriormente passaram a denominar-se Vale do Taquari. O trabalho tem como objetivo analisar aspectos relacionados à história ambiental e práticas culturais dos italianos e de seus descendentes na Microrregião Oeste da Região Vale do Taquari. A metodologia é qualitativa e os procedimentos metodológicos consistiram em revisão bibliográfica sobre a colonização italiana e o levantamento e análise de fontes documentais em Arquivos de Porto Alegre, Lajeado e Progresso. Também realizou-se pesquisa de campo e elaboração de diários, entrevistas com base na metodologia da História Oral e registros fotográficos com as famílias de produtores rurais descendentes de italianos dos municípios de Progresso, Pouso Novo, Travesseiro e Marques de Souza. Os resultados da pesquisa, tomando como base de análise teóricos da história ambiental, cultura e etnicidade, apontaram que os imigrantes italianos e seus descendentes, tanto em territórios do Rio Grande do Sul quanto da Microrregião Oeste do Vale do Taquari, desde a ocupação inicial até a atualidade estabeleceram relações de maior ou menor impacto com o ambiente como é o caso do desmatamento, queimadas, rotação de terras e o uso de agrotóxicos para as atividades agropecuárias. Además, mantiveram e atualizaram elementos culturais italianos relacionados a agricultura, pecuária, alimentação, festividades, religiosidade e lazer.
- ItemOpen AccessInterculturalidade enquanto prática social e política pública no direito previdenciário em relação aos indígenas em contextos urbanos: os casos das aldeias Kaingang Fosá e Jamã Tÿ Tãnh, Vale do Taquari/RS(2022-12) Silva, Débora Pires Medeiros Da; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Moura Filho, José Luiz De; Rosa, Rogério Reus Gonçalves Da; Machado, Neli Teresinha GalarceAs normas jurídicas brasileiras foram construídas com base na matriz colonial, ainda presente na sociedade de modo que a interculturalidade consiste em uma proposta de processo e projeto social, político, ético e epistêmico que visa abrir novos caminhos que confrontam esses aspectos coloniais, atingindo, especialmente, as populações tradicionais. O Brasil, no período vigente, conta com 896 mil indígenas, dos quais 572 mil são moradores de áreas rurais e 324 mil vivem em áreas urbanas. A presente pesquisa versa acerca da etnia Kaingang, distribuída em quatro estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Trata-se de um dos grupos indígenas mais populosos do Brasil, correspondendo a 39 mil pessoas, aproximadamente. O objetivo da presente investigação é compreender quais as práticas sociais e políticas públicas da interculturalidade que são utilizadas no Direito Previdenciário em relação aos indígenas em contextos urbanos, no caso dos Kaingang das aldeias Fosá e Jamã Tÿ Tãnh, localizadas, respectivamente, nos municípios de Lajeado e Estrela, Rio Grande do Sul. Com vista a demonstrar a rigidez e burocratização do Direito, sobretudo, o Previdenciário, e a necessidade da aplicação da interculturalidade enquanto prática social e política pública, foram utilizados, além de observações em campo, relatos de experiência acerca do acesso à Previdência Social de sete indígenas da comunidade Jamã Tÿ Tãnh; e sete indígenas da Fosá, além de entrevista com um Procurador da República, representante do Ministério Público Federal, e um Procurador Federal, representante do INSS. Adotou-se o método de estudo de caso, sendo a pesquisa do tipo qualitativa, cujos instrumentos técnicos foram a pesquisa bibliográfica, documental, observações registradas em diários de campo e história oral por meio de entrevistas. Conclui-se que a interculturalidade, enquanto prática social e política pública, busca confrontar a matriz da colonialidade presente nas normas do ordenamento jurídico brasileiro, que dificulta o acesso aos benefícios da Previdência Social, especialmente, quando se trata de populações indígenas, conforme foi o caso da realidade dos Kaingang investigados.
- ItemOpen AccessAs interfaces da aldeia São Luis e da rodovia BR-429/RO diante do processo de compensação ambiental(2020-12) Bonifácio, Diego Rodrigues; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Machado, Neli Teresinha Galarce; Pereira, Walmir Da Silva; Prestes, Fabiane Da SilvaOs empreendimentos de infraestrutura de transporte que impactam Terras Indígenas estão sujeitos ao processo de compensação ambiental, os danos causados devem ser compensados em decorrência dos impactos gerados a localidade. Neste sentido, a FUNAI é órgão interveniente do processo. O estado de Rondônia é composto por 29 etnias indígenas distribuídas em 23 Terras Indígenas. São contempladas pela Compensação Ambiental da BR-429/RO a Terra Indígena Rio Branco, Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau e Terra Indígena Massaco. A Aldeia São Luis, objeto deste estudo, está localizada na Terra Indígena Rio Branco, dentre os indígenas que vivem na aldeia, destacam-se em quantidade os Tupari. A comunidade luta por seus direitos e pela proteção de suas fronteiras que são marcadas por conflitos de concepções, interesses e temporalidades distintas. A problemática proposta nesta dissertação, considerando o contexto da frente de expansão e frente pioneira representada pela BR-429/RO, foi verificar qual a relação dos Tupari da Aldeia São Luis com o avanço desenvolvimentista da rodovia, ao que se relaciona à territorialidade da comunidade e os procedimentos de compensação ambiental. O objetivo que conduziu a investigação abalizou-se na análise das influências socioambientais existentes entre Aldeia São Luis localizada na Terra Indígena Rio Branco, considerando a etnia Tupari, e o avanço desenvolvimentista da rodovia BR- 429/RO, frente à compensação ambiental advinda de empreendimento de infraestrutura de transporte que interfere na Terra Indígena. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e natureza descritiva. Dentre os procedimentos metodológicos, destaca-se a revisão bibliográfica, bem como, pesquisa documental fundamentada no Estudo de Componente Indígena (ECI), no Plano de Controle Ambiental (PCA), no Plano Básico Ambiental Indígena (PBAI) e nos Relatórios Mensais de Andamento desenvolvidos no decorrer do processo de compensação ambiental da BR-429/RO, os quais foram analisados considerando perspectivas teóricas da etnicidade, cultura, territorialidade e compensação ambiental. Como resultados a pesquisa apresentou a contextualização histórica sobre os indígenas da Amazônia, de Rondônia e em especial os Tupari, buscando compreender o processo histórico, analisando suas relações com a Terra Indígena Rio Branco e Aldeia São Luis. Da mesma forma, foram analisados os procedimentos de compensação ambiental em relação à Terra Indígena Rio Branco impactada pela construção e pavimentação da rodovia BR-429/RO, representante de uma frente de expansão e frente pioneira que avança sobre os territórios indígenas dos Tupari. Constatou-se que o ambiente onde os indígenas Tupari estão inseridos é essencial para a subsistência econômica e preservação de sua cultura e identidade, mas mesmo diante das legislações ambientais, a Terra Indígena mostra-se como território sujeito à exploração externa. Neste sentido, concluiu-se que a compensação ambiental brasileira apresenta potencial para minimização das perdas, fornecendo benefícios aos indígenas afetados pelo empreendimento, entretanto, o modelo não tem conseguido internalizar os reais impactos gerados na dimensão ambiental, uma vez que as perdas de capital natural e impactos socioambientais incorrem em bens não passíveis de compensação.
- ItemOpen AccessKaingang em territórios da bacia hidrográfica do Taquari-Antas e Caí, Rio Grande do Sul: relações socioculturais e ambientais(2018-08-01) Invernizzi, Marina; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Machado, Neli Teresinha Galarce; Bergamaschi, Maria Aparecida; Rodrigues, Cíntia RégiaOs Kaingang pertencem ao tronco liguistico Jê, ocupavam tradicionalmente áreas do Brasil Meridional e somam aproximadamente 38 mil indivíduos. O estudo tem como objetivo analisar questões socioculturais e ambientais envolvendo a constituição das Terras Indígenas ã Nónh Mãg e Ka Mág, localizadas em áreas territoriais entre a Bacia hidrográfica do Taquari-Antas e Caí no que se refere as relações Kaingang envolvendo a historicidade, homem-natureza, parentesco, espaço de poder e espaço da escola. A metodologia utilizada é a etno-história e o estudo tem uma abordagem de cunho qualitativo e descritivo. Os procedimentos metodológicos consistem em revisões bibliográficas sobre a temática, pesquisa documental, pesquisa de campo e elaboração de diários, entrevistas orais e registros fotográficos, os quais foram analisados a partir de aportes teóricos da história indígena, cultura, etnicidade e territorialidade. Como resultados constatou-se uma rede de relações socioculturais e ambientais da Terra Pã Nónh Mãg com as demais áreas indígenas Kaingang em contextos urbanos no Rio Grande do Sul. A Terra Indígena Ka Mág surge devido as medidas compensatórias envolvendo a duplicação da BR/386 e embora mais recente insere-se no mesmo processo de relações socioculturais e ambientais que a Pã Nónh Mãg. A investigação também constatou que em ambas as terras indígenas existem aspectos envolvendo a relação do povo Kaingang com a natureza, uma expressiva rede parentesco entre as comunidades, também que, semelhante ao século XIX e o passado mais antigo, o faccionalismo e disputas entre as parcialidades continua operante. Na Pã Nónh Mãg a Escola Estadual Nîvo cumpre um papel social e o etnômio da mesma está simbolicamente relacionada com a ancestralidade indígena no Rio Grande do Sul.
- ItemOpen AccessA permanência dos jovens nas unidades de produção familiares na região Alto Uruguai, Rio Grande do Sul(2014-06-05) Deggerone, Zenicleia Angelita; Barden, Júlia Elisabete; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922Ser jovem e agricultor familiar se constituem como uma das estratégias mais importantes para a continuidade de um modo de vida, que busca a reprodução social da família, através da produção de alimentos, da preservação da biodiversidade, pela manutenção da paisagem rural, da identidade cultural e manutenção do tecido social das comunidades rurais. O surgimento de uma nova geração de agricultores acontece no interior dos próprios estabelecimentos, através da socialização no trabalho e no modo de vida, que inicia na infância, perpassa a juventude e continua na vida adulta. Considerando esse contexto, este trabalho visa compreender o processo social de permanência dos jovens rurais nas unidades de produção familiares nos municípios de Aratiba e Itatiba do Sul, localizados na Região Alto Uruguai – Rio Grande do Sul. A metodologia utilizada no estudo consiste numa abordagem qualiquantitativa, onde foram realizadas a aplicação de questionários e entrevistas semi-estruturadas com os jovens e suas famílias. Dentre os principais resultados relacionados à permanência dos jovens no meio rural, estão: a autonomia e poder de decisão dos jovens do sexo masculino e feminino, bem como a retribuição monetária pelas atividades desenvolvidas nas unidades de produção familiares (UPFs); das responsabilidades assumidas pelos jovens nos trabalhos e na gestão da unidade produtiva familiar (UPF); de uma educação diferenciada que valorize o ambiente rural, e uma formação e qualificação técnica, que possibilite integrar os jovens no comprometimento e especialização das atividades produtivas; do empoderamento social e comunitário dos jovens junto às entidades locais; da diversificação dos sistemas de produtivos, que geram maior retorno econômico a UPF; da obtenção de rendas complementares (pluriatividade) as atividades agropecuárias; e políticas públicas que possibilite e assegure a construção de um projeto de vida, que prime pelo desenvolvimento rural e pela continuidade da agricultura familiar.
- ItemOpen AccessProdutores rurais orgânicos de Antônio Prado e Ipê, Rio Grande do Sul: analisando condições de sustentabilidade(2012-12-11) Bertuzzi, Idelmar; Périco, Eduardo; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922A pesquisa apresenta uma análise qualitativa das condições de sustentabilidade da produção orgânica praticada em unidades familiares localizadas nos municípios de Antônio Prado e Ipê, interior do estado do Rio Grande do Sul. O referencial teórico-metodológico embasou-se em estudo sobre desenvolvimento e sustentabilidade, bem como na utilização de entrevistas semiestruturadas e observações a campo, para analisar condições de sustentabilidade ambiental, econômica e sociocultural das propriedades rurais orgânicas. Os atributos da sustentabilidade: produtividade, entendida como a eficiência do sistema, e estabilidade, refletindo na fragilidade e resiliência como sinônimo de equilíbrio do sistema se constituem no fio condutor da investigação acerca da sustentabilidade. Na dimensão ambiental - atributo produtividade - os agricultores estão atentos às práticas conservacionistas. O atributo estabilidade indica que os agricultores respeitam a destinação de espaços para APP e RL. No atributo resiliência, o indicador diversificação do sistema produtivo demonstra que as propriedades rurais orgânicas pesquisadas contam com uma variedade diversificada de espécies, destacando-se a produção de uva. Na dimensão econômica, o atributo produtividade indica que as cinco propriedades não contam com cultivos convencionais há pelo menos seis anos. No atributo estabilidade, o indicador diversidade econômica demonstra que os canais de comercialização são diversificados e a renda provém, em grande parte, da comercialização dos produtos orgânicos. No atributo resiliência, o indicador autonomia tecnológica e produtiva aponta para uma demanda considerável por insumos externos à propriedade. Na dimensão sociocultural - atributo produtividade - verificou-se que todos os agricultores mantêm vínculos de trabalho com sua associação e cooperativa. No atributo estabilidade, o indicador qualidade de vida aponta que a atividade na agricultura orgânica contribuiu para uma melhora do bem estar das famílias. O atributo resiliência, por meio do indicador capacitação, demonstra que a participação em cursos de distintas áreas é frequente entre os entrevistados. O acesso à informação é bem diversificado e conta com variados meios de comunicação. Constata-se, por fim, que a trajetória dos agricultores em conjunto com sua associação e cooperativa contribuiu para a adoção do sistema orgânico e para seu melhoramento ao longo dos anos do ponto de vista da sustentabilidade.
- ItemOpen AccessSesmarias, fazendas, desenvolvimento e desdobramentos socioambientais em territórios da bacia hidrográfica do Rio Taquari de meados do século XVIII a meados do século XIX(2019-04-02) Vedoy, Moisés Ilair Blum; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922A Bacia Hidrográfica do Rio Taquari, localizada na região centro leste do estado Rio Grande do Sul, tem a sua ocupação humana registrada a pelo menos mil anos, até meados do século XVII a ocupação das áreas nos entornos do rio se fazia através da lógica espacial, predominantemente indígena. A partir da segunda metade do século XVII com a chegada do elemento europeu, tais como jesuítas e bandeirantes, essa estrutura ocupacional indígena passou por transformações. Entretanto, é na segunda metade do século XVIII que estas modificações se aceleram principalmente através do estabelecimento de sesmarias e fazendas nos entorno da Bacia do Rio Taquari que se voltam para atividades econômicas, as quais se estendem no decorrer da primeira metade do século XIX e acarretam transformações no ambiente. Frente ao exposto, o estudo teve por objetivo, compreender e analisar os desdobramentos provocados pelo estabelecimento das sesmarias e fazendas na segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX, relacionados principalmente aos conflitos ocorridos entre membros das sesmarias, das fazendas e indígenas Kaingang nos entornos da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari, a implantação de atividades produtivas a partir de uma economia caracterizada pela agricultura, extração de recursos naturais e da possessão de terras. A metodologia foi qualitativa e os procedimentos metodológicos consistiram no levantamento e análise de fontes bibliográficas e documentais, pesquisadas no Arquivo Histórico e Arquivo Público do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Como resultados, tendo como base para análise aportes teóricos da História Ambiental e História Agrária, evidenciou-se que, a intensificação do avanço da frente de expansão e pioneira lusa nos entornos do Rio Taquari na segunda metade do século XVIII e primeira metade do XIX, por meio do estabelecimento de sesmarias e fixação de fazenda, trouxe transformações econômicas através da agricultura e extração dos recursos naturais nos entornos do rio, principalmente da madeira. Também, novos elementos étnicos como sesmeiros/estancieiros, casais açorianos, caboclos ervateiros, pobres lavradores e escravizados negros, que trouxeram consigo um novo aparato material como moinhos d ́agua, ferramentas e construções, e possivelmente natural como animais e elementos florísticos inseridos através da atividade agrícola. Estes processos e práticas representaram uma ruptura no manejo dos espaços territoriais da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari, principalmente em relação à privatização da terra, visto que, antes da chegada da frente lusa e do estabelecimento de sesmarias, fazendas e demarcação destas áreas, o manejo destes espaços seguia a lógica indígena, portanto representou uma primeira etapa econômica do projeto colonizatório para a região, inserindo estas áreas na economia da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.
- ItemOpen AccessTerra Indígena Araçá/Roraima: continuidades e transformações envolvendo coletividades Macuxi(2015-04-23) Bortolon, Dielci Maria Oliveira; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Rodrigues, Cíntia Régia; Schmitz, Pedro Ignácio; Machado, Neli Teresinha GalarceRoraima é um dos estados brasileiros com maior quantidade de indígenas, os quais estão distribuídos em diversas etnias. Uma dessas etnias é a Macuxi da Terra Indígena Araçá, objeto deste estudo, localizada no município de Amajari, que está composta pela Comunidade Três Corações, Comunidade Mangueira, Comunidade Mutamba, Comunidade Araçá e Comunidade Guariba. Na Terra Indígena Araçá, vivem Macuxi, Wapixana e Taurepang, bem como não indígenas provenientes de várias regiões brasileiras que estabelecem relações matrimoniais e comerciais com os indígenas. O trabalho tem o objetivo de estudar aspectos históricos culturais, concepções de territorialidade e as relações interétnicas da etnia Macuxi na Terra Indígena Araçá. A pesquisa caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, com a utilização de diários de campo, entrevistas semiestruturadas, fontes documentais e bibliográficas, as quais foram analisadas com base em estudos culturais. É relevante destacar que os aspectos históricos envolvendo a Bacia Hidrográfica de Rio Branco incidiram sobre as concepções territoriais Macuxi do século XVIII ao século XXI, acarretando processos de reterritorializações e demarcações de áreas indígenas. Tomando por base a Terra Indígena Araçá e as cinco comunidades que a constituem e recorrendo a categorias como territorialidade, identidade, etnicidade e cultura, o estudo analisa as relações dessas comunidades com a natureza, o manejo dos seus recursos, os contatos interétnicos dos Macuxi com os demais grupos indígenas e a sociedade envolvente, além das reatualizações culturais que ocorrem no espaço da Terra Indígena Araçá.
- ItemOpen AccessTerritorialidade Kaingang da comunidade Pó Mág em Tabaí, porção sul da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas(2019-04-03) Busolli, Jonathan; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922As áreas de planalto da região sul do Brasil, cobertas em grande parte por florestas de Araucária constituem-se em espaços de tradicional ocupação de populações Kaingang, cujos territórios se expandem por áreas entre a Bacia Hidrográfica do Rio Tietê, no estado de São Paulo e os territórios limítrofes ao delta do Rio Jacuí, no estado do Rio Grande do Sul. Mesmo expulsos de seus tradicionais espaços territoriais a partir de meados do século XVIII e durante século XIX, os Kaingang jamais deixaram de circular por seus territórios e, sobretudo a partir da segunda metade do século XX no Rio Grande do Sul, passaram a empreender um processo de retomada das suas terras. O processo de retorno aos seus tradicionais territórios empreendido pelo povo Kaingang demonstra o protagonismo desse grupo étnico no que diz respeito a sua afirmação enquanto identidade própria e diferenciada. A Terra Indígena Pó Mág, localizada no município de Tabaí, porção sul da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, originada a partir deste processo, vem empreendendo a construção de sua territorialidade no espaço da terra indígena. O objetivo do estudo constituiu-se em analisar como a comunidade da Terra Indígena Pó Mág percebe os elementos que constituem sua territorialidade no espaço local por meio da análise de suas relações com elementos da natureza como o relevo, as formações rochosas, os espíritos, os animais, as relações de poder internas da comunidade, as relações sociais com as outras comunidades Kaingang, os contatos e relações com os não indígenas e ressignificações construídas junto a elementos espaciais como as moradias, a escola, a igreja e o campo de futebol. Para tanto, o método foi qualitativo e contou com a análise de conteúdo e a abordagem etno-histórica no que diz respeito à investigação do levantamento bibliográfico e pesquisa documental realizado junto aos órgãos públicos municipais e federais, dos dados obtidos em campo com indígenas e não indígenas por meio da história oral e dos procedimentos etnográficos. Como resultados, tendo por base aportes teóricos da história ambiental, territorialidade, identidade e cultura, aponta-se que o grupo Kaingang analisado vem desempenhando sua espacialidade sobre as áreas do tradicional território e do espaço de sua terra indígena. Ao mesmo tempo, se empenham em várias frentes que vão desde o aumento da área física da aldeia, à instalação de uma escola indígena e à garantia do abastecimento de água potável, o que os torna agentes de sua história e da territorialidade tendo em vistas suas dinâmicas espaciais, políticas e culturais, de respeito para com o meio humano e não humano e de luta por seus direitos como uma sociedade distinta que são.
- ItemOpen AccessA Vila Novo Paraíso em Roraima: reflexões sobre um espaço a partir da construção da rodovia BR 174(2015-05-15) Monteiro, Elizangela Wanderlinde Quaresma; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Rempel, Claudete; Ramos, Eloisa Helena Capovilla Da Luz; Silva, Paulo Rogério De FreitasO trabalho aborda as alterações ocorridas no espaço da Vila Novo Paraíso em Roraima, tendo como base a construção da Rodovia BR 174. Este estudo visa analisar como ocorreu o processo de construção do espaço territorial e cultural na Vila Novo Paraíso a partir da construção da Rodovia BR 174, considerando principalmente os maranhenses e sul-rio-grandenses que chegaram ao atual estado de Roraima via rodovia BR 174. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa no tratamento e análise de fontes bibliográficas, documentais, dados de entrevistas e dos diários de campo. Recorreu-se a conceitos como construção do espaço, paisagem e identidade cultural, considerando a premissa que o espaço da Vila Novo Paraíso foi construído de acordo com as concepções culturais dos grupos sociais compostos por maranhenses e sul-rio-grandenses que convivem na Vila em questão. O estudo apresenta a Amazônia Brasileira durante o período Militar (1964- 1985), destacando a construção da Rodovia BR 174 e suas consequências para o estado de Roraima, bem como o processo histórico da construção do espaço territorial da Vila Novo Paraíso, estendendo-se da década de 1970 até o ano de 2013. Aborda também os maranhenses e sul-rio-grandenses e as suas representações sobre a Rodovia BR 174 e a Vila Novo Paraíso. Consta-se pela pesquisa que o surgimento da Vila Novo Paraíso está intrinsecamente relacionado à construção da Rodovia BR 174 e esta, por sua vez, permeou tanto o espaço territorial como as relações culturais entre os maranhenses e sul-rio-grandenses que vivem na Vila.