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Mudanças climáticas, desigualdade social e reflexões necessárias

Postado as 26/08/2019 11:35:23

Por Júlia Amaral

Conforme o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), se nenhuma mudança acontecer em relação ao consumo de plástico, mais de 104 milhões de toneladas do material irão poluir os ecossistemas brasileiros até 2030. Já a Agência Nacional de Águas (ANA) estima que o consumo de água irá aumentar em 24% em 10 anos. A ANA, que é responsável pela gestão dos recursos hídricos no Brasil, afirma que, em média, a cada segundo, 2 milhões e 83 mil litros de água são utilizados no País. Conforme o levantamento, o abastecimento urbano e da indústria de transformação corresponde a 85% das retiradas de água em corpos hídricos.

Também a desigualdade social é agravada pelas mudanças climáticas. A Climate Trends, empresa sobre pesquisa climática com sede na Índia, afirma que as pessoas que vivem em regiões de renda mais baixa têm sete vezes mais chances de morrer atingidas por algum desastre natural e seis vezes mais chances de serem feridas ou terem de se deslocar por esse mesmo motivo em comparação com a população de regiões de alta renda. À medida que os dados sobre poluição e o resultado do consumo exacerbado dos recursos naturais são divulgados, as reflexões sobre o futuro do planeta são mais necessárias.

Júlia Amaral

Há um tipo de consumo que pode ser considerado “invisível”. Desde o guardanapo utilizado nas refeições, até o próprio papel higiênico de uso diário, todos materiais serão devolvidos à natureza para sua decomposição, seja em aterros sanitários, quando corretamente descartados, ou em locais impróprios. Isso quer dizer que, em algum momento, mesmo que de forma imperceptível, esses produtos serão descartados e passarão a se tornar resíduos. É com essa análise inicial que o assistente do Museu de Ciências da Univates (MCN) Luís Carlos Scherer recebe os alunos na exposição “Nós do mundo”, que pertence ao Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A exposição fica no MCN até dezembro e busca estimular a reflexão sobre nós (os seres humanos) e os nós (problemas) existentes na forma como nos relacionamos com o planeta.

Um dos materiais disponíveis na exposição mostra quantos litros de água são necessários para produzir um celular, uma barra de chocolate, entre outros produtos. “Quando a introdução sobre o consumo de água na produção desses itens não é feita, há apenas a curiosidade em saber a quantidade de água que é consumida. Já com a introdução sobre o consumo invisível de água há a compreensão de que a água é um recurso necessário em todas as etapas de produção, e por isso é tão imprescindível”, conta Luís.

Júlia Amaral

Luís lembra que é possível manter extremamente elevada a população mundial devido à globalização, que permite que alimentos sejam transportados rapidamente de um continente para o outro. Parte desse material é, porém, perdido no transporte, no comércio e até mesmo no consumo pessoal.

“Regiões que possuem abundância de algum tipo de recurso são exploradas juntamente com a sua força de trabalho local para a produção de bens e alimentos para locais onde a presença desses recursos é restrita. Logo, os recursos são consumidos pelo destinatário final, o que traz um dado alarmante: 80% dos recursos do nosso planeta são consumidos por 20% da população, quantificando a desigualdade nesse quesito”, explica. 

Por todo o MCN, cartazes ilustrativos, com textos informativos sobre consumismo, meio ambiente e temas adjacentes estão dispostos. Além disso, há jogos e materiais interativos à disposição do público. Todas as atividades que fazem parte da exposição tratam de temas em comum: consumismo, mudanças climáticas, matrizes energéticas, desigualdade social e degradação do meio ambiente. Até dezembro serão oferecidas também as oficinas: “Quais as diferenças entre Arqueologia e Paleontologia?”, “Sustentabilidade em jogo” e “Desenhando insetos”, ministradas pela equipe do MCN/Univates. A exposição tem sido visitada por crianças da educação infantil até estudantes do ensino médio, estando aberta aos demais públicos e comunidade em geral.

Todas as atividades são gratuitas. O MCN/Univates está aberto à visitação de segunda a quinta-feira, das 8h30min às 11h30min, das 13h30min às 17h30min e das 19h às 21h30min, e nas sextas-feiras, das 8h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. Grupos maiores e escolas que tenham interesse em participar da visita mediada ou oficinas devem realizar agendamento prévio pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5505.