Nesta segunda-feira, dia 31, a Univates deu início ao IV Simpósio Interdisciplinar de Saúde e Ambiente (Sisa), III Seminário de Educação Permanente em Saúde e X Semana Interdisciplinar de Saúde, que prosseguem até a próxima quarta-feira, dia 2 de abril. O tema desta edição é ?Inovações Tecnológicas e Cuidados em Saúde e Ambiente?.
No turno da manhã, foram realizadas uma roda de conversa com trabalhos selecionados e uma mesa redonda sobre o tema ?Educação permanente na perspectiva de interação ensino-serviço?, com as professoras Gisele Dhein, Lydia Koetz e Marina Weizenmann, mediada pela professora Olinda Saldanha. Já no turno da noite, ocorreu a palestra de abertura ?Tecnologias do cuidado?, ministrada pelo doutor e fisioterapeuta Raphael Maciel da Silva Caballero.
A abertura contou com falas da coordenadora do evento e do curso de Nutrição, professora Fernanda Scherer, da diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, professora Magali Grave, e da pró-reitora de Ensino da Univates, professora Luciana Fernandes. Elas relembraram o início e as transformações pelas quais a atividade já passou nestes dez anos de existência. ?Não podemos esquecer que o conhecimento não acaba quando a gente se forma?, ressaltou a professora Luciana.
No início de sua fala, o palestrante Caballero explicou que o termo cuidado está sendo tão utilizado na área da saúde que já se transformou em um jargão. ?Então, precisamos redefinir esse conceito. Já a tecnologia não é um termo muito utilizado na área da saúde, mas ela é muito utilizada no cotidiano dos profissionais da área?, disse.
Conforme ele, a definição de cuidado utilizada na saúde está relacionada com uma saúde mais ampla. ?Se a definição de cuidado precisa ser ampliada, não é pela teoria profissional, mas sim pela necessidade do paciente. Não é o procedimento em si que garante o cuidado. A questão é: que intencionalidade eu tenho em responder as efetivas necessidades das pessoas??, questionou Caballero.
De acordo com o fisioterapeuta, uma definição de tecnologias de cuidado seria: os saberes aplicados a tentativas de resolução de necessidades das pessoas. ?Estamos falando daquele conhecimento que é mais sistematizado, e nem sempre é acadêmico. Preciso saber que saberes são necessários e de que maneira eles serão utilizados na minha relação com o usuário?, comenta.
Segundo o palestrante, o uso de tecnologias concretas e materiais é chamado de tecnologia dura. ?Em alguns momentos, o uso das tecnologias duras é a única forma de tratamento. Mas, se eu disse que tudo o que a pessoa precisa é daquela tecnologia dura, também vou estar errado. Ela precisa de muito mais?, ressaltou Caballero, lembrando que o cuidado com o paciente necessitará de continuidade.
Outro aspecto citado pelo fisioterapeuta são as tecnologias duras com alguma leveza. ?Um exemplo disso são os protocolos ou o fluxo organizado. Mas, em algum momento, a pessoa pode necessitar de algo além disso, algo que não estava previsto. Ou a gente ignora, ou a gente tenta resolver de outro jeito que não estava no protocolo. Então, surgem as tecnologias leves?, salienta Caballero, acrescentando que, muitas vezes, as pessoas vão ao médico porque precisam de outro tipo de cuidado. E essas tecnologias leves, conforme o palestrante, são construídas no momento em que nos relacionamos com outra pessoa.
Programação conta com rodas de conversa, mesas redondas e palestra
Nesta terça-feira, dia 1º de abril, o evento será composto por rodas de conversa e uma mesa redonda sobre Saúde e Ambiente, mediada pela doutora Magali Grave. A partir das 19h10min, ocorre a palestra ?Relações Sociais nas Situações de Adoecimento Crônico Rural: expressões de cuidado e sofrimento na perspectiva da dádiva?, com a doutora em Desenvolvimento Rural pela UFRGS Eliziane Nicolodi Francescato Ruiz.
Após a última roda de conversa, no dia 2 de abril, terá início, às 10h, a mesa redonda ?Tecnologias do Cuidado em Saúde?, com o doutor Luis César de Castro. A palestra de encerramento do evento tem início às 19h10min, com a doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Clélia Akiko Hiruma, sobre ?Plantas Medicinais: uma abordagem multidisciplinar?.
Durante todo o evento ocorre, ainda, a exposição fotográfica ?Abordagem Interdisciplinar: paisagens, pessoas e vidas rurais na Região Sudeste Rio-Grandense?, da Phd Tatiana Engel Gerhardt. A programação é gratuita e aberta a todos os interessados.
Inscrições podem ser feitas pelo site www.univates.br/eventos. Mais informações podem ser obtidas na Secretaria de Extensão e Pós-Graduação, sala 110 do Prédio 1, ou pelo e-mail sisa@univates.br.
Texto: Tuane Eggers
