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Pata-de-vaca é investigada como apoio ao tratamento de Diabetes

Postado em 03/12/2015 08h42min

Por Ana Amélia Ritt

A diabetes está entre as principais causas de morte no Vale do Taquari. Segundo dados levantados pelo Grupo de Pesquisa em Diabetes e Fitoterápicos da Univates, a glicemia, ou seja, o açúcar no sangue, está acima do normal em cerca de 50% dos usuários das Unidades Básicas de Saúde da região. A partir disso, em 2009, uma pesquisa foi elaborada para investigar o uso da Bauhinia forficata, conhecida popularmente como pata-de-vaca, para controle da doença. Diferente da pata-de-vaca ornamental, comum na nossa região, a árvore nativa tem propriedades que podem auxiliar no tratamento da diabetes. 
 
O estudo buscou verificar o uso do chá da Bauhinia forficata como complemento ao tratamento médico de diabéticos. Os voluntários que participaram do teste foram selecionados nas Unidades Básicas de toda a região e possuíam a Diabetes tipo 2, que não necessita de insulina para o tratamento. Para a realização da avaliação, foram entrevistadas cerca de 150 pessoas e praticamente a metade já conhecia o chá pata-de-vaca. “A parte que conhecia o chá ou já o utilizava foi orientada a usá-lo regularmente. Os resultados foram comparados aos do grupo de controle que seguiu o tratamento convencional. Além da diminuição da glicemia, o tratamento complementar mostrou melhoria em variáveis não esperadas, como o IMC, cortisol, creatinina”, explica a professora coordenadora do projeto, Claudete Rempel.
 
A planta utilizada pelas pessoas que participaram do teste foi adquirida de produtor autorizado e reconhecido e a quantidade foi monitorada para controle da pesquisa. Nesse período, o perfil bioquímico geral dos participantes foi avaliado, tendo uma comparação do antes e do depois do uso do chá no tratamento. Entre os fatores verificados pela equipe de pesquisadores estava a dieta dos participantes e a avaliação de indicadores bioquímicos - como Cortisol, hormônio desencadeado pelo estresse. Além disso, foi analisada a medicação, os polimorfismos genéticos e a retenção de líquidos de cada paciente.
 
Atualmente, a doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) Claudete Moreschi dá continuidade ao projeto fazendo uma análise aprofundada com 350 pessoas em Lajeado, avaliando cinco variáveis (perfil sociodemográfico, avaliação clínica, adesão ao tratamento, conhecimento da doença e atividades de autocuidado com o diabetes) que envolvem a doença e a qualidade de vida. Além disso, o grupo de pesquisa pretende expandir aos estudos, realizando testes “in vivo”, com o intuito de testar as dosagens e o extrato principal da planta, que tem efeito hipoglicêmico, capaz de reduzir a quantidade de açúcar no sangue. Após a análise, o objetivo do estudo é obter o fitoterápico a partir do chá e, possivelmente, disponibilizar no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo já rendeu a produção 15 artigos em revistas científicas sobre o assunto, produzidos pelo Grupo de Pesquisa em Diabetes e Fitoterápicos.
 
Texto: Ana Amélia Ritt
Franz Xaver

Estudo verificou o uso do chá da Bauhinia forficata como complemento ao tratamento médico de diabéticos.

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