A Universidade do Vale do Taquari - Univates sedia, até a próxima sexta-feira, dia 19, o 1º Inovabiotec 2019 - Congresso de Inovação e Biotecnologia. O evento, de abrangência nacional, traz discussões nas áreas de biotecnologia e bioprocessos aplicados ao setor produtivo e, ao longo de três dias, contará com palestras de pesquisadores de importantes universidades e centros de pesquisa brasileiros. Empreendedores, startups e empresas ligadas ao ramo biotecnológico também estão presentes.
A programação do evento é composta por palestras, painéis, minicursos e apresentação de pôsteres. As atividades abordam assuntos como transgenia, biotecnologias e terapia celular, bioprocessos e fermentação alcóolica, óptica biomédica e fotônica aplicada e métodos alternativos à experimentação animal no desenvolvimento de produtos. Interessados em se inscrever podem acessar o site univates.br/eventos. Mais informações sobre o Congresso podem ser obtidas pelo e-mail inovabiotec@univates.br.
Abertura ocorreu na terça-feira
Pergunta: Qual a relação entre bionegócios e biotecnologia?
Dellagostin: Chamamos de bionegócios todas as atividades econômicas resultantes da utilização de recursos biológicos e genéticos. A biotecnologia é a área que dá sustentação aos bionegócios, aos empreendimentos que fazem uso de recursos biológicos para gerar produtos, processos ou serviços.
Pergunta: Como está o ramo de bionegócios e biotecnologia no Brasil?
Dellagostin: É uma área que tem um grande potencial no Brasil, pois a base dos bionegócios são os recursos genéticos e nosso país é muito rico nisso, em biodiversidade, além de apresentar excelentes condições climáticas. Elas permitem, por exemplo, a produção de diferentes culturas e espécies de organismos. Vale ressaltar que, apesar de dispormos de boas condições que favorecem o ramo, não conseguimos explorá-las devidamente. Nossa bioeconomia ainda é muito primária, baseada, principalmente, na produção de grãos de baixo valor agregado. Em algumas áreas, há agregação de valor.
Júlia Veiga Torna-se prudente mencionar que o Brasil é líder mundial no ramo de biocombustíveis. A utilização de cana de açúcar para a produção de álcool é um processo biotecnológico, um bionegócio, e, neste aspecto, podemos dizer que o país se destaca.
Temos outros ramos importantes. Dentre eles, cito as áreas da saúde humana e animal. Nessas áreas, o Brasil atua como um grande consumidor, existe um vasto mercado. O país não se sobressai, entretanto, como um produtor relevante de fármacos. Somos, basicamente, importadores deles. Acredito que o Brasil ainda pode desenvolver biotecnologias mais significativas nesse âmbito. Precisamos explorar as oportunidades que aparecem.
Pergunta: E o ramo de bionegócios e biotecnologia no Rio Grande do Sul?
Dellagostin: No Rio Grande do Sul existem vários polos que desenvolvem pesquisas sobre biotecnologias. Possuímos três unidades da Embrapa que se dedicam ao fortalecimento dos bionegócios. Nosso estado é essencialmente agrícola e tem um potencial considerável. Não dispomos, entretanto, de um número significativo de empresas de grande porte que atuam nesse mercado. Precisamos estimular a criação de novas empresas especializadas.
Os palestrantes
Tiago Collares tornou-se biólogo e médico veterinário pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). Possui pós-doutorado pela University of Illinois, nos Estados Unidos. Atualmente, é docente de graduação e pós-graduação da Ufpel. Collares é membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências na área de Ciências Biomédicas.
Odir Antônio Dellagostin é formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e cursou pós-doutorado na University of Surrey, na Inglaterra. Atualmente, atua como professor na Ufpel, é coordenador da área de Biotecnologia da Capes e diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (FAPERGS).
