Uma patente é uma inovação que resulta em novos processos ou produtos. A partir de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), a Universidade do Vale do Taquari - Univates encaminhou, recentemente, mais um pedido de patente. Trata-se de um produto lácteo enriquecido com farinha de frutos verdes de mamãozinho-do-mato (Vasconcellea quercifolia), espécie nativa do Rio Grande do Sul com alto teor de fibra alimentar, aminoácidos essenciais e proteínas. O produto é resultado da dissertação de Lilian Ferreira, orientada pela professora Elisete Maria de Freitas.
“A ideia inicial era outra, mas sempre tivemos certeza de que seria com o mamãozinho-do-mato. Durante a pesquisa, vimos que havia uma oportunidade maior de inovar com um produto voltado para o público consumidor de probióticos e derivados”, relata.
Elisete explica que as características nutritivas do fruto apontam para alto teor de fibra alimentar, semelhante ao que pode ser obtido com o coco, além de aminoácidos essenciais e proteínas. A professora Claucia Volken de Souza acrescenta que, além do valor nutricional, as propriedades da planta contribuem para o equilíbrio da flora intestinal ao promoverem o crescimento de microrganismos “do bem”.
Claucia explica que o uso da farinha de mamãozinho-do-mato no leite fermentado amplia a vida-de-prateleira do produto e também aumenta a concentração de microrganismos probióticos. Claucia explica que esses microrganismos, quando em equilíbrio, beneficiam a saúde ao melhorarem a absorção de nutrientes e fortalecem o sistema imunológico. “Assim, a farinha funciona como alimento para esses microrganismos, o que lhe confere uma característica prebiótica. Com isso, o leite fermentado com a farinha do mamãozinho-do-mato pode ser considerado um alimento simbiótico, devido ao seu efeito sobre os microrganismos envolvidos”, finaliza.
