Pela proteômica fizemos a comparação das proteínas presentes nas plantas de arroz que apresentaram tolerância e aquelas sensíveis ao ácaro. Com isso, conseguimos identificar as que parecem estar envolvidas com a tolerância ao ácaro, pertencentes às classes de defesa e detoxificação da planta. A identificação dessas proteínas tem grande potencial biotecnológico, uma vez que podem ser utilizadas como ferramenta em futuros programas de melhoramento genético Raul Sperotto, pesquisador do PPGBiotec
Após essa identificação, dois grupos de pesquisa parceiros do projeto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e na Universidade de Yangzhou, da China, estão testando formas de aumentar a expressão/atividade dessas proteínas para que as plantas de arroz tenham resposta melhor ao se defenderem do ácaro. “A ideia não é ter uma espécie de arroz transgênico, mas, sim, mostrar que essas proteínas são de fato importantes para a tolerância das plantas de arroz. Dessa forma, poder-se-ia ter o melhoramento de plantas de arroz por meio de cruzamento controlado, que é a forma pela qual os cultivares de arroz vêm sendo melhorados geneticamente ao longo dos anos”, finaliza Sperotto.
Arroz selvagem é mais sensível ao ácaro fitófago
Essa pesquisa conta com a participação de uma doutoranda, uma mestranda, três bolsistas de iniciação científica, além da colaboração do professor Luis Fernando Timmers, do PPGBiotec da Univates. São colaboradores da pesquisa ainda os professores Joséli Schwambach, da Universidade de Caxias do Sul; Felipe Ricachenevsky, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; a pesquisadora Janete Adamski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Mara Lopes, do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), e Vanildo Silveira, da Universidade Estadual do Norte Fluminense.
O estudo tem o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do edital Universal e da Bolsa Produtividade do professor Sperotto, e do edital Pesquisador Gaúcho da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
Saiba mais
O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais produzidos e consumidos no mundo. Metade da população mundial tem o arroz como principal fonte de carboidratos da dieta. O Brasil é o nono maior produtor mundial de arroz, com aproximadamente 13 milhões de toneladas por ano, sendo o maior produtor não asiático desse cereal. No estado do Rio Grande do Sul são cultivados anualmente em torno de um milhão de hectares com arroz irrigado, correspondendo a 70% da produção nacional dessa cultura.
Entre os fatores que limitam a produtividade dos cultivares de arroz, ou que elevam os custos de produção, está a infestação das plantações por ácaros fitófagos que atacam as folhas do cereal e prejudicam o seu desenvolvimento. Por isso, são pesquisadas alternativas para o controle dessa peste, que inclusive integra a lista de pragas do arroz da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa).
Inscrições abertas
Até o dia 6 de maio, a Univates recebe inscrições para o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec). São 20 vagas de mestrado e 10 vagas de doutorado. Os interessados poderão escolher as áreas de concentração em Biotecnologia Agroalimentar ou Biotecnologia em Saúde. As inscrições e o edital com a documentação necessária podem ser conferidos no site www.univates.br/ppgbiotec. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail ppgbiotec@univates.br.