O Governo do Estado do Rio Grande do Sul atualizou o número de casos confirmados do novo coronavírus. São 28 pacientes infectados com o Covid-19 até o momento. Nove novos casos foram notificados pela secretaria de saúde do estado na noite desta quarta-feira (18). Porto Alegre tem o maior número de pacientes positivos para Covid-19. No entanto o número de casos pode ser maior, uma vez que apenas pacientes em estado mais grave da doença são testados. Os pacientes com sintomas leves ou moderados não estão sendo testados, segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo. As medidas de prevenção precisam ser encaradas com a devida seriedade para que os casos não continuem a se proliferar de forma exponencial.
O Departamento de Economia e Estatística (DEE), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), realizou um exercício de projeção de casos no RS. A forma utilizada para analisar o curso do vírus foi avaliar com base em três cenários em curto prazo. O cenário extremo se assemelha à evolução de casos na Itália, no Irã e na Coreia do Sul. O agressivo é semelhante ao desenvolvimento do vírus na França, na Espanha e na Alemanha. O cenário moderado é similar à evolução da doença no Japão. Para uma avaliação em longo prazo serão necessários mais informações e outros métodos.
As análises são centradas especialmente nos dados da evolução da doença a partir do 50º caso confirmado. Nos casos mais agressivos fora da China (Itália, Irã e Coreia do Sul), há um padrão geométrico na trajetória do número de infectados a partir do 50º paciente. Esse padrão é mais preponderante nos 14 dias após o registro do 50º caso, pois antes desse dia não há um padrão.
Isso significa que a trajetória após o 14º dia pode ser distinta, conforme as providências tomadas. Se forem adotados ou não o isolamento social e medidas preventivas, a evolução da doença tende a ser diferente, de tal forma que as curvas de números de casos tendem a baixar alguns dias após o lockdown, ou seja, a adoção de medidas de bloqueio, como o isolamento social. Conforme o diretor do Saúde Univates, Jairo Horlle, a condição de propagação do vírus está diretamente relacionada ao contato entre pessoas e com objetos contaminados.
Daí a importância do isolamento social. É necessário dizer que isolamento social preconiza ausência de circulação ou circulação mínima das pessoas pelos ambientes das cidades. Se a circulação for necessária, então deve ocorrer apenas para o essencial e ser realizada por poucos indivíduos. Somada aos cuidados com a higiene, essa ação ajudará a achatar a taxa de propagação do vírus e minimizará seus impactos Jairo Horlle, diretor do Saúde Univates
Pela projeção do Governo do Estado, com o primeiro caso confirmado no dia 10 de março, há possibilidade de o 50º caso ocorrer no dia 24 de março, de forma que o pico de coronavírus no Rio Grande do Sul deve ocorrer entre o dia 31 de março e 7 de abril. Após os 14 dias, o número de casos pode variar de 245, no cenário moderado, a 4.340 no cenário extremo.