Conforme o psiquiatra e professor da Univates Rafael Moreno Ferro de Araújo, o período de isolamento social pode agravar ou desencadear sintomas de ansiedade e de depressão. Uma forma de aliviar as tensões é a meditação. “Ela entra como um grande auxiliar na prevenção e no tratamento desses sintomas. Existem vários estudos sobre os benefícios da meditação no tratamento de diversos problemas, tanto do corpo quanto psicológicos”, afirma Araújo, que também é adepto da prática. “Assim como o exercício físico exercita o corpo, a meditação exercita a mente”, compara. Qualquer pessoa pode meditar, basta ter 10 minutos disponíveis para a prática. Às vezes, esses minutos são disponibilizados no fim da aula da professora de Jornalismo da Univates Jane Mazzarino.
Ex-professora de yoga, Jane encontrou uma forma de ajudar os estudantes a manter a calma, prestar atenção na respiração e na postura e se conectar com o momento presente. Mesmo sem compartilhar o mesmo ambiente, os exercícios continuam.
O desafio hoje é compreender a pessoa que está lá do outro lado, num meet, numa relação virtualizada. Devemos identificar as possíveis tensões psicológicas da pessoa. E é muito simples: basta, enquanto professor, olharmos para o estudante como uma pessoa que está vivendo no mesmo mundo e com as mesmas tensões que a gente, colocando-nos em situação de parceria Jane Mazzarino
A ideia de meditar com os alunos surgiu há alguns semestres, quando Jane sentiu que os estudantes não estavam conectados com a aula. Conversando com eles, a professora identificou que muitos enfrentavam períodos longos e exaustivos de trabalho, além de as tarefas da faculdade exigirem muito esforço. A meditação surgiu como um convite para o momento de chegada à aula ou, ao final, para se desconectar dela. “A meditação é algo que venho trazendo para as aulas aos poucos. Parece que havia a intuição de uma necessidade maior dessas coisas”, analisa a professora.
