Dessa forma, seria possível gerar plantas de arroz cujo crescimento não é afetado por diferentes combinações de herbicidas, estratégia que seria mais eficiente no combate ao arroz vermelho. O estudo também foi publicado no periódico internacional Frontiers in Bioengineering and Biotechnology, com fator de impacto 5,1. Conforme Sperotto, a resistência do arroz aos herbicidas é baseada em um único gene e relacionada a uma proteína específica. O desafio dos pesquisadores foi entender qual parte da proteína interage com o herbicida.
A posição de cada proteína determina como elas exercem sua função. Se algo muda, ela já não desempenha mais determinada função, por isso é importante entendermos exatamente qual parte da proteína interage com o herbicida. Assim, sugerimos mudanças pontuais que podem fazer com que o arroz dos cultivares se torne mais resistente do que o arroz vermelho, de maneira que este possa ser eliminado das plantações, aumentando a produtividade Raul Sperotto, professor do PPGBiotec
Sperotto esclarece ainda que essas modificações pontuais poderiam ser realizadas de forma tradicional, utilizando cruzamentos controlados, ou ainda por edição gênica. Em parceria com a Universidade Yangzhou, da China, as pequenas modificações na sequência de genes específicos estão sendo desenvolvidas por meio da técnica de edição de DNA chamada Crispr/Cas9, cujo produto resultante não entra na categoria dos transgênicos.
Colaborador da pesquisa, o professor Luís Fernando Saraiva Macedo Timmers acrescenta que os estudos realizados com o auxílio da bioinformática mostram que, teoricamente, o produto para o qual foi realizado o depósito de patente é eficiente para o desenvolvimento de cultivares de arroz mais adaptados às condições de crescimento impostas pelo arroz vermelho, que inclui o uso de diferentes herbicidas.
