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Estudante da Univates analisa acesso de surdos à informação por meio do telejornalismo

Postado as 01/12/2020 13:35:30

Por Leonardo Seibel

Informação inclusiva. Esse foi o foco do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da diplomada em Jornalismo pela Universidade do Vale do Taquari - Univates Vanessa Massoni, da cidade de Anta Gorda. Intitulado “Por um bom dia e boa noite para todos: um estudo sobre o acesso à informação para o surdo através do telejornalismo”, o trabalho de Vanessa buscou entender como pessoas surdas se informam no dia a dia, além de investigar como acontece o acesso à informação de qualidade por meio do telejornalismo para esse público.

Acervo pessoal

A jornalista explica que a pesquisa teve como foco a televisão, pois, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é por meio dela que cerca de 95% dos domicílios do País se informam, segundo o Censo de 2010. Vanessa também destaca o fato de que, no Brasil, cerca de 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva, e, destas, 344,2 mil são surdas totais (dados do IBGE 2010). “Ao me deparar com a necessidade de produzir uma pesquisa científica, constatei a falta de pesquisas sobre esse assunto e a escassez de programas televisivos na TV aberta que disponibilizassem um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Depois de finalizar uma disciplina eletiva de Libras, me senti um tanto revoltada com a situação, então decidi contemplar esse assunto em meu TCC”, explica. “Também precisei pensar e justificar o trabalho no âmbito profissional, e percebi que esse estudo poderia mostrar aos jornalistas que atuam em televisão que existem sim formas de trabalhar a inclusão em nossos dias”, afirma Vanessa.

Para sua pesquisa, a então estudante analisou dois telejornais, de duas emissoras diferentes, em dias específicos, durante a semana do dia 26 de setembro dos anos de 2018 e 2019, período em que se comemora o Dia Nacional do Surdo. “Além de analisar os dois telejornais, apliquei um questionário on-line com frequentadores da Associação de Surdos de Lajeado (Asla), que confirmou a dificuldade de as pessoas surdas obterem acesso à informação de forma independente e satisfatória por meio da televisão”, comenta.

 

Reprodução

Na pesquisa, foi constatado que o Closed Caption, uma legenda automática, que passa rapidamente no canto inferior da tela da televisão, é o recurso mais utilizado pelas emissoras de televisão, estando presente nos dois noticiários observados. “As falas dos locutores são descritas em frases de forma contínua, mesmo que não seja mais o mesmo orador. Isso dificulta a identificação de forma clara de qual é a fala de cada indivíduo e, consequentemente, faz com que a pessoa surda não compreenda a mensagem”, constata Vanessa. Outro recurso, utilizado apenas em um dos telejornais, é a Janela de Libras. “Essa ferramenta traz um intérprete, geralmente no canto inferior direito da tela, que traduz o que está sendo dito ao telespectador surdo. O intérprete, ainda que rapidamente, consegue trazer a entonação dos assuntos nas expressões faciais, que são importantes em Libras, já que a língua não se detém somente aos sinais, mas sim a um conjunto de elementos que garantem a compreensão total do que é falado”, destaca Vanessa.

Incentivada por seu orientador, o professor Marcus Staudt, Vanessa produziu um artigo científico sobre o tema do seu TCC, que foi publicado na Revista da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU). “A pesquisa compartilha um assunto importante para o meio acadêmico e fundamental em nossa sociedade, a inclusão. Ter esse estudo publicado em uma revista científica que trata sobre temáticas ligadas à TV universitária e às TV públicas só reforça o grau de relevância do material que foi produzido pela Vanessa em seu TCC”, ressalta Staudt.

 

Além da publicação do artigo, a ABTU irá produzir uma série sobre a pesquisa desenvolvida por Vanessa e as demais publicadas na última edição da revista, que será disponibilizada nos canais da associação, além de fazer parte da Rede de Intercâmbio de Televisão Universitária (RITU) para veiculação em todo o País. Confira a publicação www.abtu.org.br/publicacoes.

Constatamos que nem sempre a função social do jornalismo é respeitada. Ao utilizar a televisão, um meio presente e ainda atual em nossa sociedade, o telejornalismo pode e tem o dever de buscar a democratização ao acesso e a integração dos indivíduos na sociedade, porém nem sempre é o que acontece
Vanessa Massoni

Opção para o Vestibular

O Vestibular da Universidade do Vale do Taquari - Univates está com inscrições abertas, e o curso de Jornalismo é uma das 29 opções de cursos de graduação presenciais oferecidas pela Instituição. Já a modalidade a distância (EAD) conta com 17 cursos. O ingresso pode ser realizado por meio de prova de redação on-line, com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou a nota de vestibulares anteriores da Univates. 

 

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no site univates.br/vestibular/inscricao. Para participar, o candidato seleciona a modalidade e o polo, quando for curso EAD, e preenche um formulário com seus dados. Ao finalizar a inscrição, é enviado e-mail com uma senha para acessar o ambiente virtual de prova em univates.br/startunivates. A prova pode ser realizada a qualquer momento e tem duração de até duas horas a partir do momento do sorteio do tema da redação.

 

A correção das provas acontece em até 48 horas, e o resultado é enviado para o e-mail do candidato, que, se aprovado, pode realizar sua matrícula de forma on-line em univates.br/startunivates.