A Universidade do Vale do Taquari - Univates, por meio do Escritório de Relações Internacionais (ERI), passou a implementar, recentemente, um método de internacionalização conhecido como aprendizagem internacional colaborativa e online (Collaborative Online International Learning - COIL, na sigla em inglês). Na semana que vem, dia 28, acontece a finalização de uma primeira experiência institucional no escopo do projeto.
O COIL foi desenvolvido originalmente pela Universidade de Nova York, e é adotado por instituições de ensino desde 2016. Por meio da iniciativa, pelo menos duas instituições de lugares diferentes do mundo precisam trabalhar simultaneamente um mesmo tema e desenvolver um projeto com turmas em conjunto.
Segundo a gestora do ERI da Universidade, professora Viviane Bischoff, o que diferencia o método COIL das aulas-espelho, que a Univates já vem desenvolvendo, é a necessidade da interação entre os estudantes e o desenvolvimento de um projeto que concretize ações conjuntas. “As disciplinas não precisam ser as mesmas, mas têm que ser complementares”.
A docente é quem tem realizado as primeiras experiências de aprendizagem internacional colaborativa e online na Univates. Além da turma brasileira, da professora Viviane, uma turma do México, da Universidad Politécnica de San Luis Potosí (UPSLP), e uma turma da Colômbia, da Universidad Católica de Manizales (UCM), participam.
Experiência da Univates
Quatro encontros entre as três turmas aconteceram entre setembro e outubro. São 81 alunos reunidos em 10 grupos, de forma que mexicanos, colombianos e brasileiros possam interagir e trabalhar em um projeto ao mesmo tempo - que, neste caso, foi estabelecido como o ODS 5 - Igualdade de gênero.
Experiência de estudantes
A estudante de Administração de Empresas Letícia Bagatini Lorenzi, de Encantado, faz parte da turma brasileira. “É o meu último semestre do curso de Administração de Empresas e não imaginei em qualquer momento que fosse ter uma experiência tão única fazendo parte da minha graduação”, salienta.
Para Letícia, o maior desafio experimentado no processo foi o da comunicação, por se tratarem de diferentes línguas, muito embora avalie que, no seu caso, essa questão não foi tão imperativa. “Outro ponto foi a questão da carga horária também, já que o fuso horário entre o México e a Colômbia é de duas horas a menos em relação ao Brasil. Isso foi facilmente negociado, já que a disciplina brasileira trata justamente sobre cultura e negociação”, conta.
Letícia diz que sempre teve o sonho de viajar, mas, infelizmente, o intercâmbio acadêmico tradicional acabou não acontecendo para ela. “Essa disciplina me trouxe um gostinho do que pode ser essa vivência. Para mim, esse projeto reacende o desejo de ir buscar mais. Eu acredito que todos os momentos que vivemos são experiências que agregam alguma coisa na nossa vida, e essa experiência não é diferente”.
À Univates Letícia faz uma provocação. “Se me pedissem uma opinião sobre a inclusão desta dinâmica nos próximos semestres, a resposta com certeza seria: ‘Sim, incluam em todas as disciplinas possíveis’”.
Expectativas para os próximos semestres
A Brazilian Association for International Education tem discutido a inserção do método nas Instituições de Ensino Superior Brasileiras por meio do nome BRaVE - Brazilian Virtual Exchange. A Univates tem se aproximado, com a iniciativa da professora Viviane, do método COIL e, em breve, espera poder expandir a inserção. Cerca de 30 professores participaram de um encontro de instrumentalização para discutir o processo. “No próximo semestre, já vamos ter o COIL em outras disciplinas. Inclusive vamos tentar também experiências no idioma inglês. A Universidade é o espaço para testar este tipo de iniciativa”, complementa Viviane.