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Graduação, Pesquisa

Pesquisa da Univates revela que apenas quatro de dez municípios apresentaram registros de nascimento com multiparentalidade durante 2019 e 2020

Por Kastenes Casali

Postado em 23/11/2021 10:02:02


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O perfil familiar contemporâneo brasileiro tem demonstrado mudanças expressivas. A partir do Provimento 63/2017 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é legitimado o modelo de multiparentalidade. Assim a jurisdição reconhece filiação de paternidade biológica e socioafetiva, ou seja, a criança que tem dois pais e duas mães ou mais, denomina-se como família multiparental. Segundo uma pesquisa realizada pela estudante Amanda Izabel Lauxen, do curso de Direito da Universidade do Vale do Taquari - Univates, os índices de registros de nascimento com filiação multiparental, nos municípios do Vale do Taquari, durante os anos de 2019 e 2020, são considerados baixos em relação à quantidade de registros de nascimento. 

No estudo “Multiparentalidade: os índices de registro de nascimento no Vale do Taquari nos anos 2019 e 2020 e os aspectos jurídicos na sucessão hereditária”, a acadêmica Amanda conceitua família multiparental, quando há pais não biológicos, como é o caso do processo de adoção. “No Brasil, a filiação socioafetiva foi reconhecida na Constituição Federal de 1988, quando passaram a ser aceitos outros modelos de família, além do patriarcal”, explica.

Portanto, a contribuição desse estudo para a sociedade está especialmente vinculada ao fato de colocar em pauta a possibilidade de exibir o número de nascimentos com registro multiparental de cada município da região, apresentando informações e esclarecimentos sobre o tema”, revela Leila. “O aspecto mais importante do trabalho reside na relevância de discutir o tema da multiparentalidade, desmistificando preconceitos ainda existentes, e de possibilitar que as relações de afeto familiar sejam reconhecidas juridicamente”, complementa a docente. 

Sucessão hereditária descendente

Em sua monografia, Amanda também aborda a sucessão hereditária descendente, que possui princípio constitucional da igualdade de filiação. “Dessa forma, o filho tem direito a receber a herança de seus múltiplos pais, concorrendo com os demais herdeiros necessários, sendo realizada a partilha da herança em igualdade de condições”, explica. 

Sucessão hereditária ascendente 

Na sucessão hereditária na linha ascendente, Amanda relata que ambos os pais, tanto o biológico como o socioafetivo, garantem a herança para o mesmo filho. “No entanto ainda há uma discussão sobre como deve ser realizada essa partilha, pois, em regra, no ordenamento jurídico brasileiro, a sucessão na classe dos ascendentes ocorre por linhas materna e paterna, mas havendo mais de um descendente, seja biológico ou socioafetivo, segundo a Constituição de 1988, o mais adequado neste caso, é que as partilhas sejam igualitárias”, salienta. 

Diante disso, segundo Amanda, alguns especialistas defendem que a partilha perante multiparentalidade deve ser de acordo com o número de beneficiários. “Pelo número de ascendentes biológicos e socioafetivos aptos a participar da sucessão, o que respeita o princípio constitucional da isonomia”, reafirma. 

No entanto, o Projeto de Lei nº 3799/2019 na Câmara de Deputados, referente ao direito sucessório no Código Civil, propõe modernizar o Direito das Sucessões, com alterações na legislação vigente. Além da sucessão legítima, possibilita que a herança seja dividida por sucessão testamentária e que tenha administração da herança, instauração do inventário, vocação hereditária, aceitação e renúncia da herança, rompimento de testamento e exclusão e deserdação.

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