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Pesquisa

70 anos depois, mais de 100 fósseis são encontrados em sítio paleontológico perdido no RS

Por Redação Univates e Redação Unipampa

Postado em 20/06/2022 16:25:12


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A localidade onde os fósseis foram resgatados é conhecida como “Cerro Chato”, tendo sido descoberta e descrita pela primeira vez em 1951 por pesquisadores que realizavam mapeamento geológico no Pampa gaúcho. Naquela oportunidade, fósseis, especialmente de plantas, foram coletados e descritos, evidenciando desde então a importância do sítio fossilífero para a paleontologia nacional. Os recursos tecnológicos disponíveis na época, no entanto, não permitiram o referenciamento geográfico exato do sítio fossilífero, que teve sua localização perdida por sete décadas. 

Finalmente, em 2019, o sítio paleontológico foi novamente localizado, em um esforço conjunto que contou com a participação de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), da Universidade do Vale do Taquari - Univates e da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). “Esse sítio fossilífero representa um verdadeiro tesouro para a paleontologia mundial, em especial para os estudos sobre a evolução florística de um singular período geológico da história da Terra, o Permiano”, explica a doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates Joseline Manfroi, paleobotânica que compõe a equipe de pesquisadores responsáveis pelas descobertas. 

“Durante décadas a localização geográfica desse afloramento foi uma incógnita. Foi buscado como uma verdadeira ‘caça ao tesouro’ e, felizmente, depois de tanto tempo, teremos a oportunidade de continuar escrevendo essa história, por meio do registro fóssil”, detalha Joseline.  

“Nas expedições anteriores apenas a superfície desse afloramento foi prospectada, um calcário bem grosso e difícil de explorar”, explica Joseane. “Naquela ocasião, os materiais foram encontrados porque a superfície já estava relativamente erodida. Os pesquisadores, no entanto, não conseguiram explorar o que estava mais no fundo. Se hoje é difícil trabalhar em um local assim, mesmo com tecnologia, imagine os desafios que isso representava em 1951. Nós fomos lá, no ano passado, com uma retroescavadeira. Parece até assustador pensar nisso, já que os fósseis são muito delicados. De alguma forma tínhamos certeza de que ia dar certo, e funcionou”, comemora. 

Os proprietários da fazenda onde o sítio fossilífero está localizado e a Prefeitura Municipal de Dom Pedrito foram peças fundamentais durante o trabalho de resgate de escavações, oferecendo todo o suporte necessário para as coletas. “A escavação de fósseis tão frágeis quanto os que encontramos no Cerro é um trabalho delicado. Com a ajuda da prefeitura e todo o apoio oferecido pelos proprietários, foi possível realizar uma escavação controlada e eficiente no sítio. Só assim conseguimos resgatar os fósseis mais delicados e completos”, conta o paleontólogo Felipe Pinheiro, da Unipampa, que também coordena as escavações.

Para o proprietário da área, Celestino Goulart, “o desenvolvimento das pesquisas é de grande importância, pois ajuda a entender as mudanças ocorridas no planeta e traz um significativo incentivo ao turismo na região da Campanha gaúcha”. 

Material sendo analisado na Univates

A equipe de paleontólogos envolvidos na pesquisa comenta que “as pesquisas desenvolvidas no afloramento Cerro Chato não só evidenciam a riqueza paleontológica preservada nos estratos do Rio Grande do Sul, mas também trazem a oportunidade de ampliar cada vez mais o acesso da comunidade ao conhecimento científico e fomentar o geoturismo regional”.

Um artigo científico relatando a redescoberta do sítio paleontológico foi publicado na revista Paleontologia em Destaque, da Sociedade Brasileira de Paleontologia, e pode ser acessado neste link. Assinam a descoberta Joseane Salau Ferraz, Joseline Manfroi, Karine Pohlmann Bulsing, Margot Guerra-Sommer, André Jasper e Felipe Pinheiro.  

“Optamos por publicar o artigo em português justamente para deixar o texto disponível para a população local. Eles estão muito empolgados com a paleontologia, o que é bacana de ver”, complementa Joseane. Existem outras publicações sendo desenvolvidas pela equipe, com a perspectiva de continuar os trabalhos no local. No momento a equipe trabalha com a descrição de uma samambaia, cujo registro é o primeiro para a Formação Rio do Rastro aqui do RS.  

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