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Lucas George Wendt

Univates tem duas teses de doutorado entre as melhores do País no Prêmio Capes Tese 2022

Postado as 19/08/2022 16:17:06

Por Lucas George Wendt

Marcos Marques Formigosa e Adriano Gennari, vinculados respectivamente aos Programas de Pós-Graduação em Ensino (PPGEnsino) e em Biotecnologia (PPGBiotec) da Universidade do Vale do Taquari - Univates, receberam destaque na edição 2022 do Prêmio Capes de Teses. Os estudos dos pesquisadores foram apresentados em 2021 para obtenção do título acadêmico de doutor.

O prêmio, que neste ano recebeu 1.266 inscrições, é voltado às 49 áreas de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A relação dos 49 ganhadores e das menções honrosas foi publicada no Diário Oficial da União. A entrega dos prêmios será em dezembro.

O trabalho de Formigosa, orientado pela professora doutora Ieda Maria Giongo, recebeu o Prêmio Capes Tese 2022 na Área de Ensino. Sua pesquisa se intitula “As Etnomatemáticas dos alunos ribeirinhos do rio Xingu: jogos de linguagem e formas de resistência”. 

A pesquisa de Gennari, supervisionada pela professora doutora Claucia Fernanda Volken de Souza e intitulada “Bioprocessos para produção da beta-galactosidase com domínio de ligação à celulose: da clonagem à aplicação em reatores de coluna”, recebeu menção honrosa na Área de Biotecnologia.

Premiação

Os autores das teses selecionadas receberão bolsa de até um ano para estágio pós-doutoral em instituição nacional, certificado e medalha. Os orientadores das pesquisas ganharão prêmio no valor de até R$ 3 mil, além de certificado, que também será oferecido aos coorientadores e ao programa de pós-graduação no qual o trabalho foi defendido.

“Ser pesquisador na Amazônia e sobre a Amazônia é um grande desafio”

Divulgação/Acervo pessoal

Formigosa pesquisa a imersão junto às comunidades tradicionais desde sua graduação. Além da pesquisa, ele também atua com ensino e extensão na área. “Ao optar pela pesquisa na pós-graduação, desde a especialização, nessas comunidades, rememorava minha infância às margens do rio Paraná, em Bagre, na ilha do Marajó, onde nasci e vivi até meus 15 anos e onde minha família ainda reside”, explica, “e sentia que a cada nova etapa da minha formação ‒ mestrado e doutorado ‒ essa relação se aprofundava e esse sentimento de pertencimento ao rio se aprofundava. Ser pesquisador na Amazônia e sobre a Amazônia é um grande desafio”.  

Tal fato desencadeou a vinculação do pesquisador, em 2016, como professor efetivo da Universidade Federal do Pará (UFPA), na Faculdade de Etnodiversidade do campus de Altamira, que atua diretamente com os povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. “Fazer pesquisa com esses coletivos é um desafio, que se acentua mais ainda no contexto amazônico. Os recursos para esse fim são escassos, e quando disponibilizados não atendem às especificidades da região que tem sua vida conduzida, de forma acentuada, pelos rios”. Para o pesquisador, estar com esses coletivos, produzindo pesquisa, é desafiador, e ao mesmo tempo renovador, pois é possível encontrar sujeitos ‒ e isso inclui as crianças, que foram as protagonistas da pesquisa de doutorado ‒ com saberes diversos e que têm garantido a floresta em pé. “Nesse sentido, o reconhecimento por meio do Prêmio, mesmo nas adversidades, é a certeza de que minhas escolhas pessoais, acadêmicas e profissionais foram acertadas”. 

“A Univates contribuiu de forma significativa para a qualidade desse trabalho por meio de sua infraestrutura, pela qual me apaixonei desde quando pesquisei na internet sobre a Instituição, quando ainda era um Centro Universitário, e que foi comprovada in loco quando participei presencialmente da seleção do doutorado em 2016”, lembra. Para Formigosa, outro fator que o atraiu à Universidade foi a forma de oferta do curso intensivo, pois assim não foi necessário pedir licença do trabalho para se mudar para Lajeado, sede da Instituição, para cursar as disciplinas do doutorado. 

Conhecendo a pesquisa de Formigosa

No doutorado Formigosa estudou jogos de linguagem e semelhanças de famílias expressos por um grupo de estudantes ribeirinhos em uma comunidade no rio Xingu, em Altamira, no sudoeste do Pará. Ao longo do trabalho foram tomados como elementos de discussão alguns dos impactos da Hidrelétrica de Belo Monte, instalada no rio Xingu, na vida da comunidade, como a redução do pescado, obrigando os adultos pescadores a se deslocarem para comunidades mais distantes e ficando, dessa forma, mais longe de casa. 

O pesquisador projeta se vincular a um futuro curso de mestrado em Estudos de Etnodiversidade que está sendo desenvolvido pela UFPA. Esse curso objetiva a formação de pesquisadores nas populações tradicionais, povos quilombolas e povos indígenas, com vistas à produção de conhecimento e à ação pública, visando a fortalecer e mediar a tomada de decisões e a construir políticas e programas para buscar a garantia de direitos humanos e a sociobiodiversidade.

“É muito gratificante receber esse reconhecimento”

Divulgação/Acervo pessoal

“Na Univates construí toda a minha formação, da graduação ao doutorado”, revela Gennari. “A capacidade intelectual dos professores e a estrutura física e instrumental da Univates, mais especificamente do PPGBiotec, foram essenciais para a qualidade do trabalho desenvolvido”. 

No seu trabalho, ele buscou o desenvolvimento de um processo eficiente, prático e de baixo custo para a produção e utilização da enzima beta-galactosidase, responsável pela hidrólise da lactose dos produtos lácteos. “Estudamos toda a cadeia biotecnológica desse processo, desde a construção da estrutura proteica, em nível de DNA, até a aplicação direta da enzima em produtos e subprodutos dos laticínios”, explica. 

“É muito gratificante receber esse reconhecimento. Receber essa menção honrosa me motiva ainda mais a continuar na pesquisa, a buscar novos desafios e novas experiências. Todo aprendizado, tempo e trabalho se tornam ainda mais especiais”, comemora.

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