Maurício Hergemöller
Transexualidade e skate são alguns dos temas de audiovisuais produzidos por alunos em disciplinas do curso de Design
Postado as 21/11/2022 15:21:20
Por Pietra Darde
Trabalhos produzidos em uma disciplina do curso de Design da Univates têm ganhado visibilidade na região do Vale do Taquari. Como atividade final da disciplina Edição de Vídeos, os alunos desenvolveram um audiovisual. Entre alguns temas abordados nas produções estão transexualidade e skate.
Conforme o professor da disciplina, Bruno Rosseli, durante as aulas, os estudantes aprenderam técnicas de edição de vídeos. Para colocar o conhecimento em prática, eles foram desafiados a criar e editar seus próprios vídeos.
“Os vídeos poderiam ser curtas, clipes, documentários, ou seja, eles tinham liberdade para escolher o melhor formato. E os temas também eram livres. Cada grupo escolheu abordar temas de seus interesses. Os resultados foram apresentados na semana acadêmica do curso e foram bem satisfatórios”, explicou Rosseli.
Intitulado de Luna, o curta-metragem produzido pelos estudantes Luísa Born, Bruna Espíndola e Luiz Pedro Prisco já foi até exibido em eventos LGBTQIA+ e no Sarau do Diretório Acadêmico dos cursos de Letras e Pedagogia.
O curta é uma história de ficção, de drama, sobre uma transexual, sua autodescoberta, e os obstáculos que o mundo lhe apresenta. A personagem principal se chama Luna, tem 18 anos e mora com um pai abusivo. Após alguns incidentes, ela se vê na casa de um jovem gay e uma garota lésbica que tentam ajudá-la.
“A partir dessa premissa, a história traz uma série de acontecimentos cruciais na vida da personagem. O objetivo do projeto é impactar o telespectador ao trazer elementos como violência doméstica, homofobia e suícidio. Tudo isso durante 22 minutos”, explicou Luiz.
Conforme Luiz, a estrela do projeto, que conseguiu mostrar a essência que o grupo buscava, foi Kell Barth, um cantor não binário e artista da região.
“Kell deu vida à protagonista da história. Mas também tivemos amigos de amigos que deram suportes nas filmagens”, contou.
Por enquanto, o grupo mantém o vídeo em exclusividade, o exibindo em Saraus e eventos LGBTQIA+ e o preparando para possíveis festivais de curtas experimentais e amadores.
“Fico orgulhoso de saber que esse trabalho de uma disciplina de 40 horas está ganhando proporções bem maiores e chegando a vários locais de fala e dando voz para quem mais queremos dar: aos transexuais”, disse Luiz.
Já o documentário do estudante João Manica aborda a paixão pelo skate e como este impacta a vida das pessoas que andam de skate.
Manica conta que escolheu esse tema porque ele e o produtor do documentário, Pedro Bigão, diplomado pela Univates, andam de skate e conhecem as potencialidades tanto narrativas quanto visuais desse tema.
"O documentário busca a todo tempo evocar um sentimento de nostalgia e emoção, principalmente ao recuperar imagens do início dos anos 2000 no estilo found footage. O maior desafio foi o tempo, apenas alguns finais de semana para gravar as quatro entrevistas mais as imagens de apoio", falou Manica.
