O Ministério da Educação (MEC) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciaram na quinta-feira, 13 de abril, o retorno do nome do educador Paulo Freire à mais importante ferramenta de gestão dos programas de formação de professores para a educação básica. O sistema também reúne quase 700 mil currículos de alunos, professores, gestores e secretários de Educação de todo o Brasil. Ao renomear a Plataforma Capes de Educação Básica como Plataforma Freire, o Governo Federal presta homenagem a um brasileiro que está entre as pessoas mais reconhecidas na área educação em todo o mundo.
Cristiane Antônia Hauschild Johann, professora dos cursos da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas na Univates, é presidente do Fórum Nacional de Coordenadores Institucionais dos Programas Pibid e Residência Pedagógica (Forpibid-RP) e esteve na capital federal acompanhando o evento. A professora Cristiane atua há muito tempo com o tema da formação de professores na Univates. Para ver a transmissão completa no canal da Capes no YouTube, clique aqui.
A docente, em seu pronunciamento no evento, explicou que “a Plataforma Freire é uma ferramenta que permite o acesso aos dados dos projetos institucionais de forma rápida, possibilitando a visualização dos subprojetos e sua distribuição nas redes, refletindo a amplitude de cada projeto institucional. Ela ainda garante segurança no atendimento aos requisitos mínimos para participantes dos programas, zelando pela adequada aplicação do recurso público”.
Conforme a docente, “reconhecemos a necessidade de melhorias, como a sincronização em tempo real ao sistema de concessão de bolsas e auxílios. Sigamos aprimorando esta importante ferramenta de gestão para os programas de formação inicial. O Forpibid-RP está à disposição para seguir dialogando, com vistas a qualificar e a ampliar as políticas públicas para a formação de professores e professoras do Brasil, ou seja, qualificar a educação brasileira a partir da certeza de que unidos vamos reconstruir o Brasil”.
Izolda Cela, secretária-executiva do Ministério da Educação, classificou a retomada da nomenclatura original da Plataforma como uma ação que coloca “as coisas em seus devidos lugares”. Ela ainda disse que a ferramenta ajuda a “articular muito bem essas ações com aquilo que o Ministério da Educação tem afirmado como uma das prioridades fortes, essenciais, desta gestão, que é a melhoria das escolas que recebem nossas crianças, nossos jovens”. O cadastro do currículo no sistema é a porta de entrada para a participação em atividades voltadas à formação de professores. Ali, os educadores podem divulgar suas produções técnicas e acadêmicas.
Mercedes Bustamante, presidente da Capes, afirmou ser “significativo” que o evento fosse realizado na Fundação. Afinal, a Agência atua tanto na pós-graduação quanto na formação de professores para a educação básica. A gestora destacou o simbolismo do momento, que junta a visão de Paulo Freire, nome de destaque na educação básica e criador de um método de alfabetização para adultos, com a de Anísio Teixeira, idealizador e primeiro presidente da Capes, de 1951 a 1964. Para ela, a Plataforma Freire “vem sendo aperfeiçoada a partir de uma visão sistêmica de educação”.
Criada em 2009, a Plataforma Freire foi pensada para gerir, exclusivamente, o Parfor. A Capes assumiu a ferramenta em 2012 e, ao longo dos anos, aumentou seu alcance. Desde 2018, ela também engloba o Pibid e a Residência Pedagógica. No ano passado, somaram-se a essas ações os Programas de Mestrado Profissional para Professores da Educação Básica (ProEB).
Sobre Paulo Freire
Paulo Freire (1921-1997) foi um professor e educador brasileiro, criador de um método inovador para alfabetização de adultos. Ao mesmo tempo que alfabetizava em tempo recorde, a partir do uso de palavras ligadas ao cotidiano dos seus alunos, fazia-os desenvolver o pensamento crítico em debates que exercitavam a cidadania.
Autor de “A Pedagogia do Oprimido”, obra lançada em 1968 e traduzida para mais de 40 idiomas, Freire dedicou boa parte de sua vida à alfabetização e à educação da população a partir da consciência crítica. Com seu trabalho reconhecido mundialmente, em 1986 recebeu o Prêmio Unesco de Educação para a Paz.
