O tempo é um recurso irreversível, inelástico e finito em sua dimensão, pois não se pode ter o tempo de volta, nem comprá-lo, tampouco guardá-lo ou aumentá-lo. Essas características contribuem para a complexidade envolvida na gestão do tempo e na própria compreensão sobre ele, e há algo de definitivo: ele passa, independentemente do que façamos.
A humanidade, desde os primórdios, aprendeu a mensurar o tempo por meio do uso de calendários e pelo relógio do sol. De lá para cá, foram criados muitos outros meios para medir o tempo, como relógios, agendas inteligentes e ferramentas tecnológicas. Mas, como bem diz Bliss (1993), tudo isso revela a expectativa que o ser humano tem de controlar aquilo que sabe ser incontrolável.
Se o tempo é finito, ele é escasso, e saber administrá-lo é essencial para alcançar objetivos, equilibrar responsabilidades e manter o bem-estar.
Considerando que todos temos 24 horas em um dia, uma das principais estratégias para gerenciar o tempo é o planejamento. Criar uma agenda diária ou semanal ajuda a visualizar todas as atividades e a distribuir o tempo de maneira proporcional às suas complexidades, ordenando-as, conforme recomenda Covey (1989), em quatro quadrantes, que são:
Importante e urgente: situações de qualquer natureza na qual você se vê envolvido e cuja prioridade é para agora;
Importante e não urgente: atitudes que devem fazer parte do seu cotidiano, como prevenção, planejamento, preparação, delegação de tarefas, relacionamento interpessoal, recreação;
Não importante e urgente: qualquer coisa desnecessária, no entanto, urgente para o outro, ou para a sua agenda;
Não importante e não urgente: qualquer coisa agradável ou desagradável, no entanto, desnecessária.
Vale destacar que esse planejamento mencionado efetivamente funciona quando utilizado com seriedade e comprometimento. Afinal, como sabemos, as ferramentas ajudam bastante, mas a mudança de comportamento deve partir do indivíduo, pois a administração do tempo está muito mais relacionada aos aspectos humanos do que à tecnologia.
Neste contexto, percebemos que alguns estudantes não têm qualquer tipo de planejamento, o que é evidenciado pela perda de prazos em trabalhos, esquecimento de realizar provas, pedidos de tarefas já dadas e detalhadamente explicadas nos materiais de estudo, ausência de controle das próprias frequências nas aulas, entre outras situações.
Diante disso, surge o questionamento: será que esse comportamento é reflexo do acúmulo de atividades ou da falta de administração do tempo? Talvez sejam as duas coisas, mas só a própria pessoa saberá responder. Nossa dica é que você comece avaliando o impacto que as tarefas têm no seu cotidiano e na sua carreira, para, logo em seguida, fazer o planejamento adequado delas, de modo a trazer melhores resultados em termos de produtividade e qualidade de vida.
Não podemos controlar a dimensão do tempo, mas podemos agir com maturidade e assumir nossa responsabilidade em gerir nosso tempo e nossas prioridades. O tempo passará de qualquer forma.
Por Bernardete B. Cerutti e Luciane Franke, professoras dos cursos de Gestão da Univates