A Universidade do Vale do Taquari - Univates, por meio do projeto de extensão Habitar Bem e da pesquisa “Da Cidade à Moradia”, com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), conta com o apoio de empresas privadas para atuar com projetos em comunidades periféricas e em situação de vulnerabilidade social da cidade de Lajeado. O grupo, composto por representantes da Univates e empresários, se reuniu na última semana para refletir sobre as ações para o próximo ano de atuação do projeto, tendo como foco o desenvolvimento das comunidades, de lideranças comunitárias e a compreensão das demandas de mercado que possam contribuir para a inclusão e a promoção de justiça social na região do Vale do Taquari.
As empresas apoiadoras do projeto são Andrea Feine, Arabesco Acabamentos, Anuário ARQ, Florense, Lajeadense Vidros e Open Decor. O vínculo entre a Universidade e as empresas foi estabelecido com o objetivo de unir esforços para potencializar as ações com as comunidades periféricas e em vulnerabilidade social de Lajeado que são organizadas e realizadas por meio do projeto de extensão Habitar Bem, do curso de Arquitetura e Urbanismo. Com o passar dos anos, a parceria ampliou o olhar para as comunidades do Vale do Taquari, sobretudo após os eventos climáticos que ocorreram nas cidades da região.
O projeto de extensão realiza ações nos diferentes eixos: arquitetura, urbanismo, saúde, educação, direito e engenharia. Dentre as ações realizadas e promovidas nos últimos três anos do projeto destacam-se o apoio ao programa Nenhuma Casa Sem Banheiro, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS), e ao projeto Capacete Rosa, em colaboração com a Associação Marines, do bairro Santo Antônio, além de parceria com outros projetos de extensão da Univates vinculados às áreas de saúde e educação, e, da cooperação na formação do Grupo Intersetorial de Relação e Articulação (GIRA).
Já o projeto de pesquisa, aprovado em 2022, começou de forma voluntária dentro da Univates e, em 2024, foi aprovado no Edital 08/2023 da Fapergs, que objetiva estabelecer diretrizes abordando a temática da moradia no contexto de enfrentamento aos desastres climáticos no Vale do Taquari, focando os estudos nos municípios de Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Muçum e Roca Sales.
A professora Jamile Maria da Silva Weizenmann, coordenadora do projeto Habitar Bem e do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAU), ressalta que, com o apoio das empresas, foi possível ampliar e realizar ações de impacto nas comunidades, inclusive em relação ao projeto de pesquisa, em que pela primeira vez o curso de Arquitetura e Urbanismo teve um projeto de pesquisa aprovado pela Fapergs.
Por meio da bolsa das empresas, ao longo dos quatro anos de atuação do projeto, já foram beneficiados cinco estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo. Entre eles, o diplomado Bruno Fröhlich, primeiro bolsista beneficiado.
“O projeto abriu meus olhos a situações que muitas vezes são negligenciadas e deixadas de lado em um contexto geral na sociedade. Entendemos o papel de uma casa muito além da sua função de edificação habitacional, mas vemos pelo conceito de lar, e o papel fundamental na solidificação de famílias hoje em situação de vulnerabilidade. Estas famílias são capazes de tornar uma simples construção de quatro paredes de alvenaria e um telhado em um lugar acolhedor, bastam ter o devido suporte técnico e um acompanhamento para tornar um lar concreto”.
A ex-bolsista e diplomada, Raiza Halmenschlager, também reconhece a importância do projeto.
“Participar do projeto Habitar Bem me fez entender o papel social do arquiteto na sociedade e a importância da aproximação entre a universidade e a comunidade. As ações promovidas demonstram o caminho para um futuro mais equitativo”, explica.
Segundo a formanda Bárbara Delazeri, a última bolsista beneficiada pelo apoio das empresas, o projeto tem gerado um impacto significativo nas comunidades e principalmente nos estudantes envolvidos nas ações. A acadêmica ressalta a importância de vivenciar diferentes realidades durante a formação, possibilitando a compreensão do papel do profissional de Arquitetura e Urbanismo, reforçando a necessidade do engajamento das comunidades na construção de políticas públicas efetivas e o desenvolvimento de cidades mais justas e inclusivas.
Por sua vez, a empresária Andrea Feine destaca que o papel da empresa deve ir muito além de comercializar produtos. “Para nossa empresa, contribuir com a Universidade é sinônimo de orgulho, porque não conseguiríamos executar esse projeto sozinhos. Precisamos estar juntos para realizarmos as mudanças, por isso, para nós, o projeto Habitar Bem faz sentido”, ressalta Feine.
O projeto também conta com diálogo e interação com representantes de diferentes comunidades, por meio do vínculo estabelecido com a Associação Marines e o grupo GIRA, importantes meios para diagnosticar as demandas, além de planejar de forma coletiva as ações de promoção da cidadania e desenvolvimento sustentável das comunidades.
Em breve, um novo edital para seleção de bolsista estará disponível no site da Univates.
