A Universidade do Vale do Taquari – Univates, em Lajeado, foi palco nesta segunda-feira (25) de uma série de atividades que marcaram a visita do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Rio Grande do Sul, vinculado a Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict). A entidade foi representada por Joel Goldenfum – Secretário Executivo; Alexandra Passuello – Assessora Técnica; e Eliana Dienstmann – Assessora Administrativa.
Em diferentes espaços da instituição, o grupo, ligado à governança do Plano Rio Grande, estabeleceu diálogos com estudantes, docentes, pesquisadores e gestores da universidade. O encontro demarcou o papel da educação, da ciência e da inovação como bases estratégicas para a construção da resiliência climática em nível regional e estadual. A Univates é uma das diversas entidades que têm representação no Comitê.
Roda de conversa com estudantes: futuros professores como protagonistas
A atividade da noite reuniu acadêmicos do curso de Letras da Univates, professores e representantes do governo estadual na 5ª edição da roda de conversa “Nós, professores do amanhã, como protagonistas na construção de resiliência”. O evento, realizado em formato híbrido, foi organizado em parceria com o Comitê Científico e com o Programa Professor do Amanhã, que busca fortalecer a formação docente frente aos desafios contemporâneos.
As falas iniciais apresentaram diferentes perspectivas sobre a construção da resiliência climática, articulando conhecimentos sobre ciclos naturais do clima, impactos das ações humanas e a relevância da educação básica para disseminar consciência socioambiental. Representantes do Comitê destacaram a importância do Plano Rio Grande, instituído em 2024 após as enchentes históricas que afetaram o estado, e a presença de um Comitê Científico multidisciplinar para apoiar a tomada de decisões em políticas públicas.
Na sequência, os estudantes tiveram espaço para dialogar diretamente com os convidados. Compartilharam percepções sobre o papel do professor como agente de transformação social, propuseram estratégias de engajamento escolar e refletiram sobre como incluir a pauta da sustentabilidade no cotidiano das salas de aula. A interação evidenciou a convicção de que os futuros educadores podem ser multiplicadores da resiliência climática, levando os debates sobre adaptação e justiça ambiental para além das universidades.
Comitê Científico e sua missão
O Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática foi constituído em 2024 como instância consultiva e propositiva da governança do Plano Rio Grande. É composto por 41 especialistas de diversas áreas – incluindo climatologia, geociências, direito, saúde, urbanismo, engenharia, psicologia e biologia – e atua em interação com o governo estadual e a sociedade civil.
Entre suas atribuições estão oferecer pareceres técnicos, elaborar notas e relatórios temáticos, interagir com secretarias finalísticas e propor estratégias para que o estado enfrente os impactos das mudanças climáticas. Também se organiza em Núcleos Temáticos Integradores (NTIs), que abordam áreas como educação, monitoramento climático, saúde, agricultura sustentável, geotecnia, recursos hídricos e governança de riscos.
Segundo o secretário executivo do Comitê, professor Joel Goldenfum, a visita às universidades gaúchas tem como objetivo aprofundar a cooperação entre ciência, inovação e políticas públicas. “A ciência não apenas explica as causas e consequências das mudanças climáticas, mas também oferece as ferramentas necessárias para enfrentá-las. É nesse diálogo com a sociedade e com a academia que fortalecemos o Plano Rio Grande”, destacou.
Reunião com diferentes setores da Univates
Antes da roda de conversa, durante a tarde, o Comitê participou de uma reunião ampliada com representantes de diversas esferas da Univates. O encontro contou com a presença de gestores do Tecnovates – Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari, de professores vinculados aos Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão Sustentáveis (PPGTECG) e Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PGBiotec), do setor de Pesquisa, do Centro de Memória, Documentação e Pesquisa da Univates (CMDPU/MCN), do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Emau) e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq).
Integração entre universidade e políticas públicas
O diálogo entre o Comitê e as diferentes unidades da Univates ressalta a importância da integração entre pesquisa acadêmica e gestão pública. O encontro mostrou que a universidade possui potencial de contribuição em múltiplas frentes
A secretária estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Simone Stülp, que coordena o Comitê Científico, tem defendido a necessidade de que a governança climática seja transversal e participativa, incorporando conhecimentos de várias áreas e experiências da sociedade civil. Para os representantes da Univates, a visita fortalece a parceria com o governo do Estado e projeta novas oportunidades de cooperação em projetos estratégicos para o Vale do Taquari e para o Rio Grande do Sul como um todo.
Um dos pontos destacados ao longo da programação foi o papel da educação básica e da formação de professores como pilares da resiliência climática. Essa visão orienta o NTI Educação, Cidadania e Comunicação do Comitê Científico, Núcleo a ser criado, e conecta-se diretamente com o compromisso da Univates de formar profissionais conscientes e engajados socialmente.
