A Universidade do Vale do Taquari - Univates recebe a exposição de arte itinerante “Arpilleras - Bordando Luta e Resistência” a partir do dia 8 de setembro, no Espaço Arte do Prédio 9 (Praça de Alimentação).
Idealizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) da região Sul, a mostra reúne peças têxteis bordadas por mulheres de Estrela, Lajeado, Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio cujas vidas foram impactadas pelas enchentes de 2023 e 2024.
Cada peça é carregada de histórias, memórias e lutas. Elas foram costuradas com afeto, coragem e esperança de um mundo mais justo. Vale lembrar que neste mês de setembro completam-se dois anos desde que o Vale do Taquari foi atingido por um grande desastre climático. Em maio de 2024, a tragédia se repetiu, lembrando a todos da urgência em proteger o meio ambiente.
Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site e no Instagram do MAB.
MAB e significado do nome “arpillera”
Fundado na década de 1970, o MAB surgiu para reivindicar direitos ambientais, ecológicos e sociais. Rapidamente, transformou-se em uma organização nacional de ampla participação popular. Por meio do trabalho coletivo, o Movimento fortalece as comunidades atingidas por barragens, promovendo a luta por justiça social e ambiental.
“Arpillera” é o nome de uma técnica têxtil que surgiu no Chile na década de 1960. Durante o regime ditatorial de Augusto Pinochet, essa prática foi adotada por mulheres como forma de resistência política e denúncia das violações de direitos humanos. Em espanhol, a palavra “arpillera” significa “juta”, tecido que serviu de base para a confecção de peças costuradas e bordadas à mão.
Inspiradas pela produção chilena, mulheres de todo o mundo começaram a utilizar técnicas têxteis para expressar suas lutas e reivindicações, transformando o bordado e a costura em ferramentas de memória e educação popular.
