Entre os dias 11 e 14 de outubro, a professora Joana Bücker, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade do Vale do Taquari – Univates, participou do congresso do European College of Neuropsychopharmacology (ECNP), realizado em Amsterdã, nos Países Baixos (Holanda). O evento é considerado o maior encontro europeu dedicado à neurociência aplicada e translacional, reunindo especialistas de todo o mundo para discutir os avanços mais recentes na compreensão e no tratamento dos transtornos mentais.
Durante o congresso, que acontece anualmente no outono europeu, participam pesquisadores, psiquiatras, neurologistas, psicólogos e outros profissionais da área da saúde mental. O ECNP é reconhecido por promover o diálogo entre ciência básica e prática clínica, criando pontes entre o laboratório e o cuidado com o paciente. Essa aproximação entre diferentes áreas é importante para o desenvolvimento de novas terapias e estratégias de diagnóstico no campo da neuropsiquiatria.
Representando a Univates, a professora Joana apresentou o pôster intitulado “Verbal memory impairment and post-traumatic stress disorder in women who have experienced intimate partner violence” (“Prejuízo na memória verbal e transtorno de estresse pós-traumático em mulheres que vivenciaram violência por parceiro íntimo”). O estudo investiga a relação entre o trauma decorrente da violência doméstica e alterações cognitivas, especialmente aquelas associadas à memória verbal.
Segundo a pesquisadora, mulheres que sofreram violência por parceiro íntimo e desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) tendem a apresentar dificuldades em tarefas que envolvem recordação e organização verbal, o que pode afetar a funcionalidade e a qualidade de vida.
A pesquisa faz parte das atividades do grupo de pesquisa Cognição, Estresse e Trauma (CNPq/Univates), coordenado pela professora. O grupo dedica-se ao estudo de processos cognitivos relacionados ao trauma psicológico, com foco em funcionalidade, memória emocional e impacto neurobiológico de experiências adversas. As investigações buscam compreender de que forma o estresse extremo e o sofrimento psíquico se traduzem em alterações cerebrais mensuráveis e, a partir disso, contribuir para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e intervenção mais eficazes.
Para Joana, a participação no ECNP foi uma oportunidade de trocar experiências com pesquisadores de referência internacional e de divulgar a produção científica brasileira em um cenário de alta visibilidade. “O congresso oferece um espaço valioso para o diálogo entre diferentes linhas de pesquisa em neurociência, psiquiatria e psicologia. É muito importante que possamos compartilhar os resultados obtidos no Brasil e aprender com o que está sendo desenvolvido em outros países”, afirma.
