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Compostagem: lixo orgânico vira adubo para hortas e jardins

Por Tuane Eggers

Postado em 23/09/2011


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Tuane Eggers

Uma pessoa produz cerca de 1,5kg de lixo por dia no Brasil - ou seja, são cerca de 500kg de lixo gerados por pessoa a cada ano. Embalagens, copos e sacolas plásticas são apenas alguns dos materiais da engrenagem do consumo que movimentamos diariamente. O processo de geração do lixo inicia no desejo desenfreado de comprar, consumir e descartar - na maioria das vezes inicia no supermercado. 

Cerca de 50% do lixo produzido nas residências brasileiras é de origem orgânica, que pode se decompor na natureza e ser fonte de nutrientes para o solo. Foi pensando nisso que a Univates desenvolveu, no início do ano de 2010,  um minipátio de compostagem, localizado entre os Prédios 11 e 16.

No local, são misturados resíduos de varrição, poda, borra de café e erva-mate - os últimos, recolhidos das lixeiras especiais implantadas no câmpus. São levados para o local cerca de seis sacos (de 100 litros) de lixo verde por dia. O material, depois de curtido, é utilizado na jardinagem da Univates. Nos meses de primavera e verão, parte da borra de café é colocada nas bromélias existentes na jardinagem da Instituição, com o objetivo de evitar o desenvolvimento de mosquitos.

Como a geração desses materiais não é expressiva, a área ocupada pelos resíduos é relativamente pequena e os materiais a sofrerem decomposição são envoltos em lona para controle de umidade. Além de aproveitar esses resíduos verdes, o processo de compostagem também diminui os custos com a compra de adubos e fertilizantes.

Segundo a bióloga Cátia Gonçalves, coordenadora do Programa Interno de Separação de Resíduos (PISR) da Univates, as lixeiras especiais de erva-mate espalhadas pelo câmpus existem há cerca de quatro anos. "O que nos faltava era uma forma eficiente de fazer o projeto funcionar em maior escala, e é o que a Star Service (empresa terceirizada de prestação de serviços) está fazendo", ressalta a bióloga. O minipátio de compostagem, de acordo com Cátia, é acompanhado pelo engenheiro agrônomo Renato Lautert, que orienta os momentos certos de revolvimento do material e incorporação de outros resíduos para incremento de nutrientes ao composto.

Conforme o professor de Engenharia Ambiental Odorico Konrad, que é doutor no assunto, a técnica da compostagem evita a geração de chorume, líquido gerado pelo lixo orgânico que gera impactos ambientais se não for tratado corretamente. "A compostagem permite o retorno de nutrientes ao ambiente, já que o material resultante é aproveitado como adubo em jardins, hortas ou mesmo na produção agrícola. Também diminui-se a quantidade de resíduos enviados aos aterros sanitários, o que facilita o gerenciamento e aumenta a vida útil dos aterros", salienta o professor sobre os benefícios da técnica.

Konrad, que também é adepto da técnica da compostagem em sua residência, explica que o período necessário para a utilização do adubo gerado pelo composto é em torno de 30 a 40 dias, dependendo do tipo de material. "Mas sempre se recomenda deixar um período maior (de 60 a 70 dias) para se ter um produto de mais qualidade para o solo", ensina o professor.

Outra adepta da prática é a professora Isabel Scapini, do Curso de Pedagogia da Univates, que realiza a compostagem sem interrupções desde o ano de 2007. "Quando me mudei de um apartamento para uma casa, em 1995, comecei a fazer a compostagem, mas eu não tinha o apoio técnico na época. A composteira que utilizo hoje foi feita de varas de bambu cortadas ao meio, o que permite melhor aeração e o aceleramento do processo de decomposição", conta a professora, que recebeu orientações da equipe de pesquisadores do Laboratório de Biorreatores da Univates, coordenado pelo professor Odorico Konrad.

Os materiais que Isabel mais utiliza na compostagem são cascas de ovos, frutas e legumes, restos de erva e alimentos, folhas de varredura do jardim e cinzas. "Penso que todos os que residem em casas devem fazer a compostagem, pois resulta em um excelente adubo orgânico para o jardim e para a horta. Até mesmo quem mora em apartamento deveria ter esse sistema disponibilizado em locais públicos, onde as pessoas pudessem depositar material orgânico e alguém fizesse o trabalho regular de revirar a composteira para que o material se decomponha de modo adequado", completa a entusiasta da prática.

Para moradores de apartamento, que não têm possibilidade de realizar a compostagem nem mesmo em um cantinho da sacada, uma boa maneira de diminuir a quantidade de lixo orgânico e evitar desperdícios é dar preferência a produtos de vida longa. Além disso, é possível planejar as compras e aproveitar as sobras em sopas, bolinhos e geleias. Pequenos resíduos orgânicos também podem ser utilizados em vasos de plantas.

Saiba mais sobre o PISR

O Programa Interno de Separação de Resíduos (PISR) da Univates foi criado em fevereiro de 2002, com o objetivo principal de sensibilizar a comunidade acadêmica para a questão do lixo. Atualmente responde por diversos procedimentos de controle ambiental da Instituição. As atividades de separação de resíduos e uso adequado dos recursos naturais são direcionadas de forma que a comunidade acadêmica desenvolva visão crítica da situação atual e perceba que apenas com a atitude e o comprometimento de cada um é possível a criação de um meio ambiente próximo do sustentável.

Inicie a compostagem na sua casa

Se você também deseja contribuir com o meio ambiente e reduzir os impactos ambientais do seu consumo diário, inicie a técnica da compostagem na sua residência. É simples: basta escolher um cantinho do seu quintal e depositar os resíduos orgânicos (cascas de ovos, de frutas e legumes, restos de alimentos e de erva, folhas de varredura, entre outros materiais naturais) no local.

Para evitar o mau cheiro e a proliferação de insetos, é adequado cobrir o material do composto com folhas e terra, de modo que haja ventilação. Em seguida, basta revirar o material regularmente, pelo menos uma vez a cada semana. Em torno de 60 a 70 dias, o composto estará pronto para ser utilizado como adubo para sua horta ou seu jardim.

Entenda as fases da decomposição

Durante o processo de compostagem é possível observar três fases na decomposição da matéria orgânica:   a primeira, inicial e rápida, é a de fitotoxicidade ou de composto cru ou imaturo, em que predominam temperaturas moderadas, até cerca de 40ºC (fase mesofílica).

A segunda fase é a de semicura ou bioestabilização (fase termofílica), com predomínio de altas temperaturas (podendo chegar a 70ºC) e duração de poucos dias ou mesmo semanas, dependendo das características do material que está sendo compostado.

A terceira e última fase, a humificação, é acompanhada da mineralização de determinados componentes da matéria orgânica, com a temperatura atingindo de 25ºC a 30ºC (próximo da temperatura ambiente).

Texto: Tuane Eggers


Fonte: Setor de Marketing e Comunicação.

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