Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Professora explica sobre referendo de Timor-Leste

Postado em 17/09/2012 16h39min

Por -

A professora e socióloga do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas (CCHJ) da Univates Shirlei Mendes da Silva foi selecionada para lecionar durante o ano letivo de 2012 na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL). Ela envia notícias periódicas das atividades desenvolvidas nesse país.

Confira o último relato:

O Referendo de 30 de agosto de 1999

 

O dia 30 de agosto é feriado nacional em Timor-Leste. Comemoram-se os 13 anos do referendo popular que optou pela autodeterminação do povo timorense, após a ocupação indonésia.

O general Suharto, presidente da Indonésia, dirigia, desde 1965, um regime de ditadura militar matizada com elementos de democracia parlamentar, com eleições periódicas e algumas liberdades, condicionadas (Gomes, 2001). Nos anos 90, a Indonésia vivia grande instabilidade, com o crescimento da inflação aliado à violência política. Suharto foi obrigado a demitir-se depois de 33 anos no poder. Seu sucessor, Yussef Habibie, muçulmano moderado, liberal e reformista, iniciou a abertura política indonésia, com a criação de partidos políticos, de liberdade de imprensa e sindical. Com relação ao Timor-Leste, Habibie aceitou a realização da consulta aos timorenses, após muitas negociações. Em maio de 1999 foi assinado o acordo, na Organização das Nações Unidas (ONU). A Indonésia pressionava as Forças de Libertação Nacional de Timor-Leste (Falintil) para o desarmamento e, em contrapartida, as milícias indonésias fariam o mesmo. A United Nation Mission in East Timor (Unamet) contava com cerca de mil pessoas para organizar o referendo, mais quatro mil timorenses em serviços de apoio.

O clima de medo se espalhava no território timorense. As forças pró-integração da indonésia avisavam que se a independência ganhasse seria o caos. Ataques contra estudantes tornaram-se frequentes.

Após a votação do dia 30 de agosto, a população iniciava a fuga para as montanhas. Em 4 de setembro, a Unamet anunciou o resultado da votação: 78.5% pró-independência. Iniciava-se o terror em Díli, com o ataque das milícias pró-indonésias incendiando as casas por onde passavam. Em 12 de setembro o presidente Habibie aceitou a intervenção internacional e, finalmente, em 19 de outubro a Indonésia revogou a Lei 7/76 que havia integrado Timor-Leste como 27a província. Iniciava-se a Administração Transitória da ONU em Timor-Leste, chefiada pelo brasileiro Sérgio Veira de Mello.

 

Shirlei Ines Mendes da Silva

de Díli, Timor-Leste

Shirlei Mendes da Silva

Notícias Relacionadas