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Cientistas do futuro

Postado as 14/12/2018 09:35:09

Por Nicole Morás

Desde que nascemos, somos curiosos para descobrir o mundo e saber como interagir com ele. Na infância, não raro as crianças desmontam brinquedos para investigar como as peças se encaixam, inventam brincadeiras e assim fazemos descobertas quase que por instinto, de maneira intuitiva. Até que na Universidade, a pesquisa segue regras e metodologias específicas, com preceitos éticos e práticos que garantem o rigor científico e que, assim como a ciência, precisam ser aprendidos. É aí que entram em ação os programas de educação científica, como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (Pibic-EM), realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com o objetivo de desenvolver a educação científica e tecnológica entre estudantes do Ensino Médio.

Ana Amélia Ritt

Na Univates, uma das bolsas do Pibic-EM é ocupada pela estudante Camila Bassegio Graff, aluna da Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, de Arroio do Meio. O projeto de pesquisa da jovem cientista é orientado pela professora Márcia Hepp Rehfeldt.

Com a oportunidade que tive fiquei extremamente feliz, pois consigo ter contato com a universidade mesmo antes de ingressar na graduação. A bolsa júnior contribui muito para a melhoria da minha escrita, para o desenvolvimento das minhas ideias, principalmente na produção dos artigos que elaboramos no projeto. Além do mais, tenho convívio com professores das escolas, e como pretendo cursar Licenciatura em Matemática, considero essa interação de suma importância para o meu desenvolvimento profissional futuro. A bolsa de estudos me ajuda a adquirir conhecimentos e a me aprofundar no ramo da Matemática, com foco na investigação matemática, o que me fez considerar essa tendência uma forma mais dinâmica, visual e interessante para os alunos, principalmente para mim, enquanto aluna do Ensino Médio
Camila Graff

O programa é realizado na Universidade do Vale do Taquari desde 2016. O aproveitamento das bolsas foi tão positivo que para o biênio 2018-2019 a Instituição foi contemplada com duas bolsas a mais no período - uma pequena conquista a se comemorar em um momento em que os incentivos à pesquisa são diminuídos. Conforme Márcia, que também é coordenadora de pesquisa da Universidade, é possível perceber o desenvolvimento da capacidade oral e escrita dos bolsistas. “Sendo bolsistas júnior, eles se tornam mais investigadores, mais críticos. Os participantes já são pesquisadores quando concluem o Ensino Médio e estão plenamente aptos a serem bolsistas de iniciação científica na graduação”, acrescenta.

Durante as oito horas semanais em que realizam atividades na Univates, os bolsistas júnior realizam leituras, escritas, transcrições e outras atividades que vão ao encontro do seu projeto de pesquisa e dos realizados pelo seu professor orientador. Os bolsistas têm acesso gratuito ao Projeto i, por meio do qual participam de aulas de Língua Inglesa e, assim, também podem elaborar resumos e algumas escritas nessa língua. Camila já publicou artigos em coautoria com a professora Márcia Hepp Rehfeldt, que é sua orientadora e participa de eventos científicos, como o Encontro Gaúcho de Educação Matemática, no início de agosto.

Atualmente, são quatro escolas parceiras: Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, de Lajeado; Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, de Arroio do Meio; Escola Estadual Érico Veríssimo, de Lajeado; e Escola Estadual de Ensino Médio Estrela, de Estrela.

De bolsista júnior à engenharia química

Nicole Morás

Estudante do curso de Engenharia Química, Manuela Costa foi bolsista do Pibic-EM em 2016, quando o programa teve início na Univates. Ela participava do projeto “Tendências no Ensino”, no qual eram realizados experimentos das áreas de química, física e matemática, assim como outras atividades envolvendo a área de ciências exatas.

Eu sempre gostei muito e tive facilidade nessas áreas, mas participar dessa bolsa fez meu interesse aumentar ainda mais. Inclusive, a minha decisão de cursar Engenharia Química foi em grande parte por causa do projeto. Eu queria fazer alguma engenharia, mas não tinha certeza de qual, e fazer parte dessa bolsa acabou me ajudando muito em minha decisão, fazendo com que eu me interessasse mais por química e tivesse certeza de que era esse o caminho que eu queria seguir
Manuela Costa

Manuela acrescenta que ser bolsista também a ajudou nos estudos da escola. “Além de aprender a teoria, acontecia muita prática na realização de experimentos. Sem falar que foi uma experiência ótima, que incluiu a participação em eventos”, diz a estudante, que atualmente é bolsista do projeto de extensão “Redes Interdisciplinares: desvendando as ciências exatas e tecnológicas”, também voltado para a área das exatas e que promove oficinas para escolas, nas quais são realizadas várias atividades com crianças e adolescentes.

Importância da iniciação científica

Para Márcia, a iniciação científica no Ensino Médio ou na graduação é bastante importante para qualificar futuros pesquisadores. Na Univates, por exemplo, 20% dos estudantes dos Programas de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) e em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) foram bolsistas durante a graduação. “E isso se considerarmos apenas aqueles que atuaram como bolsistas na Univates. Ou seja, esse número pode ser ainda maior e mostra o quanto a iniciação científica contribui para desenvolver o gosto e as habilidades para a investigação”, analisa.

Confira alguns projetos de pesquisa do Pibic-EM na Univates

SUSTENTABILIDADE EM PROPRIEDADES PRODUTORAS DE LEITE; doutora Claudete Rempel

ESTUDO QUÍMICO E ATIVIDADE BIOLÓGICA DE PLANTAS NATIVAS E ADAPTADAS DO RIO GRANDE DO SUL; doutor Eduardo Ethur

ESTUDO DE COMUNIDADES VEGETAIS: ESTRUTURA, POTENCIALIDADES E DISTÚRBIOS; doutora Elisete Maria de Freitas

CURRÍCULO, ESPÇO E MOVIMENTO; doutora Angélica Munhoz e doutora Suzana Feldens Schwertner

CIÊNCIAS EXATAS: DA ESCOLA BÁSICA AO ENSINO SUPERIOR; doutora Márcia Jussara Hepp Rehfeldt e Sônia Elisa Marchi Gonzatti

MICROBIOLOGIA EM SISTEMAS AMBIENTAIS SUSTENTÁVEIS; doutora Mônica Jachetti Maciel

CARACTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA E MOLECULAR DE PLANTAS SOB ESTRESSES AMBIENTAIS; doutor Raul Antonio Sperotto

BIOECOLOGIA E CONTROLE DE ÁCAROS EM AGROECOSSISTEMAS E AMBIENTE NATURAL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL; doutor Noeli Juarez Ferla e doutor Guilherme Liberato da Silva

POLYPHAGOTARSONEMUS LATUS (ACARI: TARSONEMIDAE) EM VIDEIRAS NA SERRA GAÚCHA, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL: AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA, DANOS PROVOCADOS E POSSÍVEIS ÁCAROS PREDADORES; doutora Liana Johann

Essa matéria faz parte da Revista Univates, nº8. Confira a versão digital aqui.