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Artigo analisa trajetórias assistenciais como metodologia de integração ensino-serviço na saúde

Postado as 01/08/2019 17:03:49

Por Júlia Amaral

Conforme o Ministério da Saúde, a integração ensino-serviço é uma estratégia importante para a formação de profissionais que pretendem atuar de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é uma das diretrizes do curso de Medicina da Univates, evidenciada no artigo produzido pelos alunos Carolina Dolinski, Isabel Schuster Argenton e Romualdo de Lima Pilecco, orientados pela professora Cássia Regina Gotler Medeiros, e publicado na Revista Brasileira de Educação Médica. 

Desde a primeira semana de aula no curso de Medicina da Univates os alunos têm contato com a comunidade de Lajeado. No quinto semestre, as aulas da professora Cássia propõem que a gestão em saúde seja pensada a partir das necessidades do usuários dos serviços de saúde. Foi nesse semestre que surgiu a ideia de desenvolver o artigo intitulado “A análise de trajetórias assistenciais como metodologia de integração ensino-serviço na saúde”.

Júlia Amaral

O artigo trata da integração entre os estudantes de Medicina e uma equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF). A partir das visitas domiciliares às famílias acompanhadas pelos estudantes nas aulas práticas, elaborou-se, por meio de entrevistas, o desenho de trajetórias assistenciais de uma das pessoas da família atendida. Posteriormente, os relatos das entrevistas feitas pelos alunos foram discutidos com os profissionais da ESF. Ao constatarem que muitas informações captadas na entrevista eram desconhecidas pela ESF, os estudantes começaram a escrever o artigo.

Conforme a professora, o trabalho produzido pelos alunos evidencia três importantes diretrizes do curso de Medicina da Univates: a utilização de metodologias ativas de aprendizagem, a integração ensino-serviço e a articulação entre teoria e prática. “Essa metodologia permitiu o registro de detalhes, nuances de escolhas e decisões do cotidiano dos indivíduos que são desconhecidos ou omitidos pelas estatísticas usuais e que poderiam ser debatidos com prioridade pelas equipes de saúde e gestores”, afirma Cássia. 

Para os alunos, o contato com a comunidade deixa o profissional mais preparado para a realidade do trabalho. “Até mesmo os profissionais da ESF falam da importância de interagir com a comunidade. Soubemos de dificuldades burocráticas enfrentadas pelos usuários que eles desconheciam”, conta Romualdo. 

Para Isabel, o trabalho permitiu mais do que perceber os problemas e dificuldades. “Acompanhamos uma usuária que precisou fazer uma cirurgia e utilizou tanto o SUS como serviços privados. Ela elogiou muito o trabalho da ESF, valorizando os profissionais. Isso também nos motiva”, conta.  

A ideia de produzir o artigo partiu dos alunos. A publicação aconteceu em junho do ano passado. Segundo Carolina, a publicação do artigo abre a possibilidade de seguir carreira acadêmica e auxilia em concursos.