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Pesquisa sobre herbicida de arroz gera depósito de patente

Postado as 01/07/2020 14:47:54

Por Nicole Morás

Polina Tankilevitch/Pexels

O arroz vermelho é uma das principais pragas dos cultivares de arroz, por isso pode ser chamado de planta daninha. Sua presença nas plantações do cereal reduz a produtividade em cerca de 30%. Por serem da mesma família, as espécies de arroz vermelho e arroz branco possuem características muito semelhantes. Isso faz com que o combate ao arroz vermelho seja difícil, já que ele é resistente aos herbicidas disponíveis no mercado - assim como as demais plantas dos cultivares.

A partir desses dados, uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Univates, que fez parte da tese de doutorado da aluna Giseli Buffon sob coordenação do professor Raul Sperotto, gerou um depósito de patente de uma estratégia biotecnológica para gerar plantas de arroz altamente resistentes a herbicidas da família das Imidazolinonas.

Dessa forma, seria possível gerar plantas de arroz cujo crescimento não é afetado por diferentes combinações de herbicidas, estratégia que seria mais eficiente no combate ao arroz vermelho. O estudo também foi publicado no periódico internacional Frontiers in Bioengineering and Biotechnology, com fator de impacto 5,1. Conforme Sperotto, a resistência do arroz aos herbicidas é baseada em um único gene e relacionada a uma proteína específica. O desafio dos pesquisadores foi entender qual parte da proteína interage com o herbicida.

A posição de cada proteína determina como elas exercem sua função. Se algo muda, ela já não desempenha mais determinada função, por isso é importante entendermos exatamente qual parte da proteína interage com o herbicida. Assim, sugerimos mudanças pontuais que podem fazer com que o arroz dos cultivares se torne mais resistente do que o arroz vermelho, de maneira que este possa ser eliminado das plantações, aumentando a produtividade
Raul Sperotto, professor do PPGBiotec

Sperotto esclarece ainda que essas modificações pontuais poderiam ser realizadas de forma tradicional, utilizando cruzamentos controlados, ou ainda por edição gênica. Em parceria com a Universidade Yangzhou, da China, as pequenas modificações na sequência de genes específicos estão sendo desenvolvidas por meio da técnica de edição de DNA chamada Crispr/Cas9, cujo produto resultante não entra na categoria dos transgênicos. 

Colaborador da pesquisa, o professor Luís Fernando Saraiva Macedo Timmers acrescenta que os estudos realizados com o auxílio da bioinformática mostram que, teoricamente, o produto para o qual foi realizado o depósito de patente é eficiente para o desenvolvimento de cultivares de arroz mais adaptados às condições de crescimento impostas pelo arroz vermelho, que inclui o uso de diferentes herbicidas.