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Pesquisa de estudante da Univates busca alternativas tecnológicas para gerar mais receita com menor custo na indústria de laticínios

Postado as 26/11/2020 14:18:32

Por Vinicius Mallmann e Nicole Morás

Nicole Morás

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade do Vale do Taquari - Univates poderá trazer grande impacto para a cadeia produtiva de laticínios. Por um lado, os soros lácteos poderão ser melhor aproveitados, gerando mais uma fonte de receita para produtores de queijo. Por outro, os processos biotecnológicos de produção da enzima recombinante β-galactosidase, também denominada de lactase, terão seus custos reduzidos. Isso é o que apresenta a pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Engenharia Química, desenvolvido pela estudante Francielle Herrmann Mobayed. 

 O estudo, que foi orientado pela professora Claucia Fernanda Volken de Souza, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) e do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS), está ligado ao projeto “Cadeia produtiva do leite: uso de biotecnologias para melhoria da qualidade da matéria-prima e aproveitamento dos resíduos dos laticínios”, vinculado aos dois PPGs.

 

Francielle conta que o trabalho foi publicado na revista internacional Biotechnology Letters, referência em pesquisas desenvolvidas em grandes universidades do mundo. “O sentimento é de felicidade, isso demonstra que a pesquisa e, principalmente, o resultado encontrado são importantes. Atualmente os insumos utilizados como indutores da produção da lactase têm custo elevado, e com os soros lácteos diminuímos o valor em quase 90%, já que a maior parte do volume gerado desses subprodutos pelas indústrias é descartada, ou utilizada na alimentação animal”, relata.

Acervo pessoal

Conforme explica a estudante, com os resultados foi possível verificar que o permeado do soro de queijo foi eficiente para obtenção da lactase recombinante, sendo uma forma alternativa de agregar valor a esse subproduto lácteo. “Nossa ideia inicial para o meu TCC era produzir em biorreator de bancada a β-galactosidase recombinante, seguindo procedimentos já descritos na literatura. Quando fomos comprar os insumos necessários para a prática, nos deparamos com o alto custo do indutor sintético (isopropil-β-D-1-tiogalactosídeo - IPTG) para a produção da enzima recombinante. Então, decidimos mudar o enfoque da pesquisa e buscar diferentes formas de induzir a produção da β-galactosidase recombinante. Como o indutor IPTG é análogo à lactose, e os subprodutos das indústrias de laticínios são fontes de lactose, decidimos avaliá-los como indutores da enzima recombinante, até chegarmos no permeado de soro de queijo, que apresentou um resultado positivo”, detalha.  

De acordo com a professora, o estudo pode beneficiar a indústria e também o meio ambiente, uma vez que inibe o descarte do soro nos efluentes. “Por meio dos diferentes projetos buscamos desenvolver alternativas biotecnológicas viáveis de aproveitamento dos soros lácteos gerados pelas indústrias de laticínios, a fim de agregar valor a esses subprodutos. Se as indústrias destinarem esses soros para a estação de tratamento de efluentes, serão necessários investimentos para o adequado tratamento antes do descarte nos corpos hídricos”, reitera Claucia.

 

Ainda participaram do desenvolvimento da pesquisa as pesquisadoras Giandra Volpato, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), e Gaby Renard, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Além disso, o trabalho teve o apoio da empresa Quatro G Pesquisa & Desenvolvimento Ltda.

Saiba mais

A enzima β-galactosidase é utilizada na hidrólise (processo de quebra de uma molécula em presença de água) da lactose. Esse processo é importante na indústria de laticínios, na preparação de leite e produtos lácteos com baixos teores de lactose, além de suplementos alimentares consumidos por indivíduos intolerantes à lactose. As β-galactosidases são amplamente distribuídas em sistemas biológicos, como microrganismos, plantas e animais, sendo os microrganismos considerados fontes mais adequadas para aplicações industriais devido ao elevado rendimento, fácil manipulação e redução nos custos de aplicação, além de as enzimas obtidas por microrganismos apresentarem maior estabilidade às condições operacionais. Para a realização da pesquisa, a estudante produziu a β-galactosidase recombinante utilizando duas cepas de bactérias. 

 

Inscrições abertas

 

O curso de Engenharia Química está entre os 29 cursos de graduação presenciais da Univates que recebem inscrições. Os candidatos podem se inscrever gratuitamente no vestibular, que está sendo realizado de forma on-line, em www.univates.br/vestibular. Para participar, o candidato seleciona a modalidade e o polo, quando for curso EAD, e preenche um formulário com seus dados. Ao finalizar a inscrição, é enviado e-mail com uma senha para acessar o ambiente virtual de prova em univates.br/startunivates. A prova pode ser realizada a qualquer momento e tem duração de até duas horas a partir do momento do sorteio do tema da redação. A correção das provas acontece em até 48 horas, e o resultado é enviado para o e-mail do candidato, que, se aprovado, pode realizar sua matrícula de forma on-line em univates.br/startunivates.