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Uma experiência para toda a vida

Postado em 06/02/2013 12h52min

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Após a trajetória no Projeto Rondon - Operação Canudos, realizada de 12 a 27 de janeiro último, os alunos da Univates relatam algumas particularidades e curiosidades sobre a viagem a Paulistana, no Piauí.

Confira o depoimento da acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul.

 

De Lajeado a Paulistana

“Participar do Projeto Rondon é praticamente uma aventura. Quando cheguei em casa, comecei a contar tudo, e ainda não consegui terminar (risos). Nossa saída de Lajeado com destino a Petrolina (PE) ocorreu no dia 12 de janeiro, em torno das 6h. Lá, junto com outros 400 rondonistas, ficamos alojados na Base do Exército, um local extremamente organizado, onde os horários são seguidos à risca e até com camas com numeração predestinada.

Na manhã do segundo dia, 13 de janeiro, ocorreu a abertura oficial da Operação Canudos na Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Juazeiro (BA). Para lá, fomos de ônibus, em comboio, e escoltados pela Polícia Rodoviária Federal. No início da tarde cada uma das 20 equipes partiu para suas respectivas cidades, onde, na segunda-feira, dia 14, iniciaram as atividades.”

 

Nossa rotina

“Ao chegarmos em Paulistana, no Piauí, fomos maravilhosamente bem recebidos na casa do prefeito, Senhor José Melo, conhecido como Didiu, juntamente com os secretários e professores municipais. De cara já pudemos perceber que, naquele lugar, muitas coisas eram diferentes das que temos e vivemos aqui no Sul. A parte urbanizada do município é bem desenvolvida, com diversos estabelecimentos de comércio, com ruas calçadas.

A equipe de Paulistana era composta pelos alunos da Univates e da Universidade Paulista (Unip) - todos muito bacanas. Ficamos alojados em duas pousadas, onde fazíamos também nossas refeições.

A cada dia nossas atividades eram diferentes. Com as equipes divididas, metade tinha como destino as comunidades do interior, e outra metade trabalhava na cidade. Todos os dias, às 7h30min, participávamos do momento Rondon na Rádio Ingazeira para divulgar as atividades do dia, e, às 17h30min, relatávamos as atividades realizadas. E o legal disso é que, quando chegávamos no interior, as pessoas vinham dizer: “Te ouvi na rádio. Eu sabia que vocês viriam”. Realizamos oficinas sobre os mais variados temas, desde informática até artesanato com materiais recicláveis.

Acordávamos bem cedo, às 6h, e nosso café da manhã estava sempre lá, servido com o maior amor, pela Dona Maria, a quem carinhosamente chamamos de mainha durante os dias em Paulistana. Faziam parte do cardápio ovos fritos, tapioca, bolo de leite, bolo de rosca, pães. Já nosso almoço era ainda mais diversificado. Experimentamos diversos pratos diferentes, como, por exemplo, baião de dois e carne de cabrito. Não posso deixar de comentar também que comemos diversas vezes um delicioso açaí.

Todos os dias, exceto no domingo, às 7h, o micro-ônibus escolar vinha nos buscar para nos levar ao interior. As estradas misturavam-se entre areia e pedra e a paisagem tinha a cor vermelho-acinzentada, característica da caatinga.

As comunidades eram bem semelhantes umas às outras. No centro ficavam a igreja e a escola. Ao redor haviam as casas. Assustei-me ao ver, pela primeira vez, que os animais ficavam soltos, todos eles, porcos, galinhas, cabras, vacas, mulas e jegues, mas logo me acostumei com a cultura local.

Os moradores acompanhavam as atividades, e traziam consigo seus filhos e netos. Então, era grande o número de crianças presentes nas atividades. Com elas, fazíamos brincadeiras e confeccionávamos o brinquedo ‘vai-e-vem’. Também nos vestíamos de palhaço e distribuíamos balas. Era muito divertido!”

 

Nosso Anjo

“As operações do Projeto Rondon têm o auxílio do Exército Brasileiro, e os rondonistas são acompanhados por um militar, conhecido como anjo, que participa de todas as atividades. No nosso caso, o anjo foi o Sargento Cardoso, a quem devemos nosso muito obrigado, pois em todos os momentos estava conosco, sem medir esforços para manter tudo na mais perfeita ordem. Além do Sargento, outras diversas pessoas nos auxiliaram, como alguns secretários e professores.”

 

O que fica do Rondon...

“Depois de passar duas semanas fora de casa, dando de cara com a realidade no nordeste brasileiro, me faltam palavras para descrever o que realmente fica do Rondon para mim, e não é possível dimensionar quais foram exatamente as mudanças na minha vida pessoal e profissional.

Durante minha estada em Paulistana, muitas vezes parei para refletir, revi diversos conceitos sobre os mais variados assuntos. Isso continua acontecendo com muita frequência nos últimos dias, e tem me deixado, apesar de confusa, muito feliz.

Sentir na pele as dificuldades do povo de lá fez me sentir pequena e ridícula diversas vezes. Posso afirmar que vivemos num lugar maravilhoso, que também tem problemas, é claro, mas, apesar de tudo, é um lugar divino. Hoje valorizo ainda mais tudo e todos que tenho ao meu redor - reaprendi a amar minha rotina.

Dentre as diversas situações que vivenciei, o que mais me marcou foi o carinho com o qual as pessoas nos tratavam na rua, e o respeito que tinham por nós. Admiro muito a força de vontade do povo nordestino, pois, apesar das inúmeras dificuldades, é um povo feliz, batalhador. A cada dia muitos sorrisos, muitos abraços e beijos. Quando me vestia de palhaça, ganhava muitos abraços dos idosos e crianças que faziam de tudo para chamar a atenção, para ganhar carinho, abraço, beijo e cócegas.

Ficam na memória também as pessoas que estiveram do nosso lado durante a Operação Canudos, que vão muito além dos colegas e professores da Univates. Fiz muitas amizades em Paulistana, e isso não tem preço que pague - são pessoas que vão ficar para sempre em minha vida, a quem tenho muito a agradecer, pois não mediram esforços para nos auxiliar, que nos deram todo suporte necessário. Sinto falta também do convívio com os colegas da Unip que nos acompanharam durante as atividades, com os quais pretendo me reencontrar.

Creio que eu tenha feito um bom trabalho, e, com toda certeza, voltei pra casa com outra visão de mundo, outra visão de vida. Lembro-me da despedida, dos muitos abraços e beijos que dei e ganhei, e dos sorrisos que gritavam 'fiquem mais um pouco'.”

Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul

Divulgação

Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul

Divulgação

Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul

Divulgação

Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul

Ana Paula Vieira Labres

Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul

Ana Paula Vieira Labres

Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul

Ana Paula Vieira Labres

Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas Carolina Ely Schneider, de Cruzeiro do Sul

Ana Paula Vieira Labres

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