Melhorar a educação no Brasil é a principal meta do Programa Observatório da Educação, iniciativa do Governo Federal que promove a capacitação de professores e a disseminação de práticas exitosas e conhecimentos sobre educação, fortalece o diálogo entre a comunidade acadêmica, os gestores das políticas nacionais de educação e os diversos atores envolvidos no processo educacional, e incentiva programas de pós-graduação que contribuam para o avanço da pesquisa educacional. 

E a boa notícia é que a Univates também está engajada neste processo. A Instituição foi uma das sete contempladas no Rio Grande do Sul, ao lado de UFRGS, FURG, Ulbra, PUC, Unisinos e Unilasalle. O programa nacional conta com diversas áreas de concentração. O projeto da Univates, aprovado em 2010, tem foco na área da Educação Matemática.

Vinculado ao Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas e ao curso de Licenciatura em Ciências Exatas, o projeto conta com a parceria de seis escolas estaduais dos municípios de Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Encantado, Fazenda Vilanova, Santa Clara do Sul e Sério. Em cada uma dessas escolas, há uma professora da Educação Básica que participa diretamente do projeto e conta com uma bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Essas professoras comparecem à Univates, semanalmente, para fazer a conexão entre as escolas e a comunidade acadêmica. Além disso, seis alunos de cursos de graduação e quatro do Mestrado também integram a equipe de bolsistas.

Conforme a coordenadora institucional do Observatório da Educação na Univates, professora Maria Madalena Dullius, no início das atividades, em 2011, foi realizado um estudo das provas de avaliação externa na área da Matemática: Enade, Enem, Pisa, SAEB e Prova Brasil. “A partir desse estudo, percebemos que o foco principal das provas é a resolução de problemas. Então, iniciamos o estudo e desenvolvimento de ações de intervenção envolvendo alunos e professores das escolas da Educação Básica”, explica.

 

Diferentes olhares contribuem com pesquisas

Durante o ano de 2012, foram realizadas quatro ações, que resultaram no mesmo número de dissertações de mestrado. Conforme a coordenadora, a importância do programa se dá, principalmente, por proporcionar o intercâmbio entre alunos de graduação, professores de Educação Básica e professores universitários. “As professoras compartilham a realidade da escola, as necessidades, sob outro ponto de vista. Dessa forma, um mesmo problema é analisado por diferentes olhares”, afirma. Os resultados obtidos nas ações realizadas pela equipe da Univates estão mostrando que é possível trabalhar problemas matemáticos de diferentes maneiras.

 

Trabalho apresentado em diversos países

Desde o início dos trabalhos, o grupo realizou algumas atividades pedagógicas com alunos e professores da Educação Básica. No final de 2012, foram realizadas oficinas de jogos e brincadeiras de raciocínio lógico-matemático com os alunos do Ensino Fundamental das seis escolas parceiras da pesquisa.

Até o momento, o projeto já foi apresentado em diversos eventos internacionais, em países como Turquia, Coreia do Sul, Cuba e Portugal. Além disso, também passou por mais de dez eventos nacionais.

 

Meta é traçar perfil dos docentes

E quais os próximos planos? A equipe quer investigar, até o fim de 2014, qual é a formação dos professores que estão atuando na disciplina de Matemática nas Escolas de Educação Básica do RS e dos professores que atuam nos cursos de Licenciatura em Matemática do RS. Também será feita uma investigação dos cursos de licenciatura em Matemática no estado para verificar se contemplam a temática da resolução de problemas em sua grade curricular.

 

Saiba mais

O programa Observatório da Educação é financiado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e pela Capes. A cada ano, um evento realizado em Brasília reúne os participantes para que possam socializar os resultados. Dessa forma, as experiências bem sucedidas podem ser utilizadas em outras áreas do país, contribuindo para a melhoria da educação a longo prazo.

 

Texto: Tuane Eggers