O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), professor doutor Jorge Almeida Guimarães, esteve em visita à Univates nesta sexta-feira, dia 3. Na parte da manhã, ele participou de reunião com integrantes da Reitoria e com os coordenadores dos Programas de Pós-Graduação e conheceu os laboratórios de Biotecnologia e de Ambiente e Desenvolvimento, além do Tecnovates.

 Na ocasião, o reitor da Univates, professor Ney Lazzari, afirmou que os mestrados e os doutorados (monitorados pela Capes) ajudaram a organizar internamente a pesquisa na Instituição, o que resultou em grande avanço para a Univates. "A sistemática da Capes tem uma importância muito grande para as Instituições de Ensino Superior", afirmou. Lazzari também apresentou o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) e falou sobre os grupos de trabalhos em andamento para qualificação geral de professores e, mais especificamente, de professores da área da engenharia.

O presidente da Capes abordou o uso de tecnologias de ensino a distância (EAD) para cursos de professores ou profissionais que já têm uma base, como professores de Educação Básica e os próprios engenheiros. Nas palavras de Guimarães, "para quem não conhece um ovo, não adianta dar uma aula em EAD de como se faz omelete; mas para quem já conhece o ovo, sim". O visitante falou, ainda, sobre um projeto para abertura das universidades durante as férias para receber estudantes de Educação Básica, oferecendo oficinas e abordagens diferentes das realizadas na escola, também com vistas à formação de clientela futura.

Em relação às instituições comunitárias, Guimarães elogiou sua atuação. "Temos visto um espaço nas comunitárias, um espaço que não víamos até então", citando como exemplo a importância dessas instituições na formação de professores. "As universidades federais são responsáveis por formar 12% das licenciados, mas a grande maioria acaba sendo formado nas comunitárias, que têm um papel extremamente importante, e o RS é um exemplo nesse tipo de instituição", ressaltou.

Para Lazzari, receber o presidente da Capes é como a Igreja Católica receber o bispo. "A Capes é a maior agência de fomento da América Latina, responsável por avaliar os programas de mestrado e doutorado e também por fornecer recursos para equipamentos e bolsas. Receber o presidente da Capes é uma honra", afirmou.

Membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Guimarães palestrou, no turno da tarde, para pesquisadores, diretores de Centro, professores doutores e bolsistas de iniciação científica da Instituição. A atividade ocorreu no auditório do Prédio 7.

Na ocasião, Guimarães fez um breve relato histórico da Capes, destacando alguns acontecimentos importantes que marcaram a agência, como o início dos mestrados profissionais, em 1998, a criação do Portal de Periódicos, no ano 2000, e o Programa Ciência Sem Fronteiras, em 2011. Apresentando a estrutura atual da Capes, o presidente ressaltou que o órgão trabalha com planejamentos plurianuais, e apresentou alguns dados da atualidade e metas até 2020.

Criado em 2008, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) conta hoje com 90 mil bolsistas e a meta é que se atinja a marca dos 100 mil. “Essas pessoas só irão atuar na Educação Básica se houver uma melhoria em termos de valorização salarial”, acrescentou. Já em relação ao Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor), desenvolvido numa parceria entre Capes e universidades, hoje são 70 mil alunos matriculados.

Ainda, conforme o palestrante, atualmente são 3.793 os Programas de Pós-Graduação existentes no país, que englobam 5.674 cursos, dos quais 3.158 mestrados, 1.943 doutorados e 573 mestrados profissionalizantes. “Nessa área, o crescimento nos últimos dez anos foi contínuo”, observou Guimarães, apresentando gráficos que revelam também o aumento no número de docentes e de bolsistas. “Nossa meta para 2020 é de formarmos 60 mil mestres e 20 mil doutores ao ano”, acrescentou ele.

Sobre a estrutura da Univates, o presidente da Capes disse ter se surpreendido positivamente com o que conheceu. Questionado sobre a pós-graduação no Brasil, ele afirmou que a área tem crescido de 8 a 10% ao ano. “Ainda estamos longe de termos a proporção de pessoal qualificado necessária para atender as demandas do sistema universitário e empresarial”, complementou.

 

Texto: Nicole Morás e Tamara Bischoff