O professor e senador da República, Cristovam Buarque, encerrou, nesta sexta-feira, dia 11, a III Semana Acadêmica do Centro de Gestão Organizacional. A palestra de Buarque, em comemoração aos 45 anos do curso de Ciências Contábeis da Univates, foi realizada simultaneamente ao 12º Seminário do Sindicado dos Contadores do Vale do Taquari (Sincovat). O senador palestrou sobre o tema “Educação: a chave para o progresso individual e social” no Teatro do Centro Cultural, com videoconferências nos prédios 7 e 11.

O ex-ministro da educação iniciou o discurso falando sobre a carência de mão-de-obra brasileira, comentando que investimentos, muitas vezes, não são realizados no país pela falta de pessoas qualificadas em determinadas funções. Ele destacou a necessidade de inovação dos profissionais em diferentes áreas, para que se busque acompanhar as novidades da própria função.

Para o palestrante, a importância da educação no Brasil é recente. “Ninguém é considerado rico por ter educação, só buscamos a educação para alcançar questões materiais. A devida importância não é dada a essa questão”, explica ele. Buarque comenta que a educação não é dada para todos. “Precisamos parar com essa insanidade de tapar o cérebro dos brasileiros. Demos educação para alguns escolhidos, seja pela renda familiar ou pelo local onde mora. Um desenvolve e o outro não, mas eles têm o mesmo potencial. Isso é indecência, não desigualdade”, frisou ele.

O professor disse ainda que o grande recurso moral, social e econômico do país é a educação. Ele completou que o Brasil vem melhorando, mas que, como a exigência também tem sido maior, estamos ficando para trás. “Não basta melhorar, temos que dar um salto. E para mim esse salto a gente sabe como fazer e tem dinheiro para isso. Salto é transformar as carroças do Brasil em naves espaciais”, comentou o palestrante, referindo-se às salas de aula. Buarque deu destaque à educação básica, enfatizando o papel do professor. “Para a sala de aula mudar, o professor precisa ser pago muito bem, os professores precisam ser transformados em condutores das 'naves espaciais' do conhecimento, sabendo utilizar as tecnologias de informação”, disse ele.

O senador, aplaudido duas vezes durante seu discurso, também respondeu às perguntas realizadas pela plateia após sua fala. Questões relacionadas ao tema foram comentadas, como o sistema de cotas, a opinião pessoal sobre as escolas e candidatura à presidência.

Texto: Ana Amélia Ritt