Os instantes que antecederam o golpe militar no Brasil e os primeiros momentos da repressão, enfatizando o processo de perversão espiritual do ser humano, foram tema do espetáculo realizado na noite desta terça-feira, dia 10, no Teatro da Univates. Com o patrocínio do Ministério da Cultura e da Petrobras, produção da Fábrica de Eventos e apoio da Univates, o Centro Cultural recebeu a peça teatral “Nem mesmo todo o oceano”, adaptada e dirigida por Inez Viana.

Com entrada gratuita para estudantes da Univates, a peça é uma adaptação teatral do romance homônimo do escritor, dramaturgo e pensador Alcione Araújo. O espetáculo levanta questões sobre ética e os valores humanos, contando a história fictícia de um médico recém-formado, desde a sua infância de menino pobre no interior de Minas Gerais, os primeiros tempos de estudante vivendo em pensões no Rio de Janeiro, as decepções amorosas, as frustrações existenciais e a difícil sobrevivência em meio às feras do asfalto selvagem, enfatizando, sobretudo, o seu processo de perversão espiritual.

Durante a peça, os atores intercalam-se nos diversos personagens que compõem a trama. Com pitadas de humor e climas que intercalam entre a luz e a penumbra, eles trajam figurinos simples, porém elegantes, e atuam com a liberdade do espaço vazio. A falta de cenário coloca os atores no centro do espetáculo, valorizando o jogo teatral e a imaginação do espectador.

A coordenação de produção é de Cláudia Marques, a consultoria dramatúrgica é de Pedro Kosovski, o figurino é de Flávio Souza, a direção musical é de Marcelo Alonso Neves, a iluminação é de Renato Machado, a concepção cenográfica é de Cláudia Marques e Inez Viana, e a programação visual é de Dulce Lobo.

 

Texto: Tuane Eggers