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Univates realiza trabalho com a comunidade em situação de vulnerabilidade

Postado em 12/11/2015 10h35min

Por Ana Amélia Ritt

Reunida na frente do Prédio 11, a turma com cerca de 40 estudantes aguarda o ônibus. O destino é o bairro Santo Antônio, localizado em Lajeado, Rio Grande do Sul. Os acadêmicos têm como objetivo a continuação do projeto de extensão da Univates “Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio”, que há seis anos faz visitas a entidades e casas de usuários participantes a fim de auxiliá-los com questões que envolvem a melhoria na saúde e a sustentabilidade.
 
A cada semestre, a turma de alunos voluntários é alterada. Desta vez, o projeto abrange cursos como Fisioterapia, Psicologia, Nutrição, Farmácia, Direito, Pedagogia e Publicidade e Propaganda. O grupo também inclui duas bolsistas, oito professores-tutores e dois professores voluntários. Conforme a coordenadora do projeto interdisciplinar, professora Marilucia Vieira dos Santos, o trabalho realizado faz com que os envolvidos compreendam o que é aprendido e ensinado em sala de aula. “Um sorriso, um agradecimento, um abraço… a pessoa que está sendo atendida entende que alguém está olhando para ela. A gente tira o foco da doença e concentra-se na saúde”, explica a professora, que também é tutora no projeto.
 
Dona Terezinha Ferreira é responsável pela Simón Bolívar, associação de catadores de lixo, que é atendida pelo programa. No local, os estudantes auxiliam os catadores com temas como separação do lixo e cuidados com a postura, além de fazer trabalhos e atividades com crianças no turno oposto ao da escola. “A nossa casa é simples e, mesmo assim, temos o privilégio de receber essa moçada. Estamos ganhando tudo em casa, o benefício é nosso”, conta Terezinha com um sorriso no rosto. “A sorte não bate na porta duas vezes. Foi uma coisa que não estávamos esperando. É só se concentrar bem e dizer 'é isso que eu quero'”, completa a senhora, sentada ao lado da porta da associação. Com brita e chão batido, pétalas de flores artificiais enfeitando o teto, cartazes na parede e sofás, o ambiente é preenchido com a felicidade em receber o grupo de universitários. “Foi Deus que deu essa oportunidade para nós e não dá para perder. Sempre temos algo para aprender e algo para ensinar”, afirma ela.
 
Desde o início do projeto, 458 alunos participaram voluntariamente. Conforme uma das bolsistas envolvidas, Regina Jungles, estudante de Psicologia, as oficinas são criadas de acordo com a demanda da entidade ou do caso atendido nas famílias. Seu José da Rosa sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há quatro anos e a fatalidade imobilizou o braço e a perna esquerdos. Por meio de alongamentos e exercícios, um grupo de estudantes auxilia o senhor de 75 anos. “É muito bom”, comenta sobre o trabalho realizado. “Se Deus quiser, eu quero ainda caminhar”, completa. Seu José conta que, depois do AVC, teve apendicite, e que se considera muito sortudo por não ter falecido. Com simplicidade e carinho, oferece um cacho de bananas e garante que na próxima visita o chimarrão estará à espera. “As bananas estão bem docinhas, quero que vocês aceitem, porque gosto muito quando vocês vêm”, ressalta.
 
Jenifer Silveira é uma das integrantes do grupo que atende José. A estudante de Fisioterapia diz que o projeto interdisciplinar traz, a cada semana, uma nova experiência. “Não trabalhamos só a doença ou o problema do usuário, buscamos entrar na vida dele, envolver a família. Pesquisamos sobre as dificuldades e a forma como devemos tratá-lo para trazer melhor qualidade de vida”, afirma a acadêmica, que enfatiza a criação de um vínculo entre os participantes.
 
A algumas quadras dali, depois de lombas e curvas, encontra-se a Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisco Oscar Karnal (conhecida como FOK). Nela, grupos de estudantes da Univates reúnem-se para comentar sobre os projetos que estão sendo realizados na comunidade. Ali, também, a turma do 4º ano é conquistada pelos acadêmicos da Univates por meio de atividades. A professora da turma comenta que os assuntos trabalhados no Projeto Interdisciplinar têm relação aos temas abordados em sala de aula. Os estudantes, de oito a dez anos, mostram animados seus trabalhos realizados com o reaproveitamento de materiais. “Olha como o nosso é legal, é o único que liga na tomada”, exclama um menino, apontando para o abajur feito com uma garrafa de vidro e pisca-pisca. 
 
O projeto, apesar de ter ênfase nos cuidados com a saúde, aceita estudantes de todos os cursos. Visivelmente, por gestos e falas, os acadêmicos mostram preocupação e agradecimento pela experiência. “A gente passa informações e atividades para os participantes e eles conseguem multiplicar, passar isso para o resto da comunidade”, diz um dos acadêmicos da Univates enquanto conversa com os colegas, referindo-se ao trabalho realizado com a população.
 
Texto: Ana Amélia Ritt
Seu José da Rosa é uma das pessoas visitadas pelos estudantes da Univates.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

Seu José da Rosa com Regina Jungles, bolsista envolvida no projeto.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

Professora coordenadora do Projeto Interdisciplinar, Marilucia Vieira dos Santos.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

Estudantes participam de Ações interdisciplinares de cuidados em saúde no bairro Santo Antônio.

Ana Amélia Ritt

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