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Pesquisa estuda melhoria no desempenho reprodutivo em animais de produção

Postado em 09/03/2016 13h22min

Por Artur Dullius

A inseminação artificial com sêmen refrigerado é a biotécnica reprodutiva mais utilizada na suinocultura moderna brasileira. O Rio Grande do Sul tem papel importante na produção de doses de sêmen das raças suínas, concentrando diversas centrais de inseminação artificial no Estado. Entretanto, algumas diferenças na qualidade do sêmen resfriado dos suínos são observadas, o que tem representado prejuízos significativos na produção de doses para comercialização.
 
Buscando possíveis soluções para essas ocorrências, pesquisadores da Univates realizam a pesquisa “Marcadores moleculares para a reprodução animal”. O projeto vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) busca identificar proteínas relacionadas à baixa qualidade do sêmen de suínos reprodutores, além de ejaculados com maior resistência à refrigeração. 
 
Como fonte para a pesquisa são utilizados ejaculados dos reprodutores de uma granja comercial, em que o plasma seminal é analisado por meio da proteômica, uma moderna análise global das proteínas presentes em amostras biológicas. A partir da análise busca-se identificar possíveis marcadores moleculares que possam ser usados como ferramentas biotecnológicas na seleção de animais e ejaculados que tê potencial para serem comercializados. Por meio dos marcadores é possível verificar proteínas presentes na constituição do sêmen animal que estejam associadas a caraterísticas desejáveis para a reprodução.
 
Segundo o Prof. Dr. Ivan Bustamante, coordenador da pesquisa, a identificação de pequenos detalhes, como as proteínas, pode fazer diferença nos níveis de reprodutividade. “A reprodução é a base do ciclo, então, se ela não tiver o melhor aproveitamento, toda a cadeia terá a produção afetada. Pequenos aumentos na eficiência reprodutiva na espécie suína podem reverter em significativos ganhos de receita, beneficiando desde o suinocultor até a indústria”, afirma. 
 
O estudo da reprodução animal e humana pela abordagem proteômica vem sendo amplamente utilizado em pesquisas pois, apesar de já se conhecer a fisiologia reprodutiva em diferentes espécies, a maior parte dos casos de infertilidade masculina ainda tem causa desconhecida. Conforme Bustamante, a colaboração dos professores Lucélia Santi e Walter Beys da Silva permitiu que amostras da pesquisa fossem estudadas no The Scripps Research Institute, nos Estados Unidos. “O uso de técnicas mais sensíveis e com maior resolução ampliou a capacidade de detecção de proteínas, aumentando a chance de identificação de proteínas que possam ser marcadores moleculares associados à qualidade seminal”, conclui Bustamante.
 
Conforme o coordenador, o trabalho pode ser realizado em outras espécies de animais. “A ideia é abrir portas para estimular a pesquisa também na espécie humana”, comenta. A pesquisa, que deve ser concluída no ano que vem, deve possibilitar o desenvolvimento de produtos e serviços que podem ser utilizados por laboratórios que trabalhem com análise seminal.
 
O projeto, que teve início em 2013, é realizado em parceria com a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), BRF e Cooperativa Languiru, além de contar com a colaboração de pesquisadores da Durham University, na Inglaterra. Dentro do projeto estão sendo desenvolvidos quatro dissertações de mestrado em Biotecnologia e seis trabalhos de conclusão de curso de graduação.
 
Texto: Artur Dullius
Marcadores permitem verificar proteínas presentes na constituição do sêmen

Divulgação

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