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Observatório busca repensar processo de ensino e aprendizagem da Matemática

Postado em 24/11/2016 09h10min

Por Tiago Silva

Repensar os processos de ensino e aprendizagem da Matemática é a proposta central da pesquisa/intervenção “Observatório da Educação”, desenvolvida na Univates. Contando com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), há mais de três anos professores, bolsistas e voluntários, em parceria com um grupo de seis escolas públicas do Vale do Taquari, planejam práticas pedagógicas para uma sociedade cada vez mais multifacetada.
 
A intenção é romper com mitos e “barreiras” que os estudantes constroem sobre essa disciplina e que dificultam sua aprendizagem. Frequentemente, os alunos, nas aulas de Matemática, questionam seus docentes “onde vou usar isso?” ao se depararem com teoremas e fórmulas matemáticas. Para que esse estigma seja superado, a professora Ieda Maria Giongo entende que é preciso evidenciar, desde os primeiros anos de escolarização, que a matemática vai além do que está nos livros e nas salas de aula. 
 
Doutora em Educação e coordenadora do grupo de trabalho “Ciências Exatas da Escola Básica ao Ensino Superior”, Ieda afirma que existem outros saberes ligados à matemática que fazem parte do dia a dia das pessoas. Cita o exemplo de um pedreiro que, ao construir uma parede, faz uso de conceitos relativos ao Teorema de Pitágoras, embora não opere com eles seguindo as regras da  matemática escolar.
 
A pesquisadora acredita que os estudantes atribuem significado à disciplina quando conseguem associar as teorizações  a situações práticas. “A Matemática também resolve problemas cotidianos e foi sendo desenvolvida conforme as nossas necessidades. Assim, é produtivo que, nas escolas, tais situações sejam problematizadas”, explica. 
 
Escolas atuantes
A pesquisa/intervenção conta com a interação  entre professores e estudantes da Univates e seis escolas públicas da região. “Nós não vamos pesquisar na escola, nem sobre a escola. É com a escola. Nessa ótica, a escola é nossa parceira”, ressalta a professora Ieda Giongo. As atividades são alicerçadas em três conceitos de ensino da Matemática: a modelagem matemática, a investigação matemática e a etnomatemática.
 
Nas noites de terça-feira, o grupo se reúne para discutir e elaborar  práticas pedagógicas. Entre os objetos de discussão está como abordar com os alunos conteúdos mais complexos, como frações, geometria e álgebra. “Mudou bastante minha forma de dar aula”, confirma Mara de Azevedo, professora na Escola Estadual de Ensino Médio Paverama, de Paverama.
 
Mara participa do Observatório desde o primeiro ano e, graças às discussões com outros colegas de profissão, passou a ter uma visão mais ampla dos processos de ensino e aprendizagem. Ela resolveu buscar uma pós-graduação na área e foi aprovada no processo seletivo para o mestrado em Ensino da Univates, a partir de 2017. “A nossa formação ainda é a mesma de tempos atrás, e os professores vêm para a sala de aula tentando reproduzir o que aprenderam na graduação. O Observatório me fez mudar essa visão”, explica ela, que procura passar exercícios a seus alunos para que eles possam relacionar a Matemática com o cotidiano.
 
As experiências observadas pelo grupo foram registradas em dois livros: “Observatório da educação I: Tendências no Ensino da Matemática” e “Observatório da Educação II: Experiências Curriculares no Ensino de Matemática na Escola Básica”. Os títulos, publicados pela Editora Univates, estão disponíveis em versão on-line no site www.univates.br/editora-univates. A terceira edição está prevista para  o primeiro semestre de 2017.
 
Evolução da nota no Ideb
Os resultados da metodologia de ensino proposta pelo Observatório da Educação já são percebidos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). As escolas parceiras do projeto tiveram crescimento de suas notas na última edição do exame. Para a professora Ieda Giongo, essa é uma consequência natural do trabalho desenvolvido. Ela diz ainda que o que mais tem impactado nas escolas é a possibilidade de pensar e efetivar práticas pedagógicas vinculadas à Matemática  numa sociedade em constante mutação e com estudantes constantemente  plugados.  
 
Composição do grupo de trabalho do Observatório:
- 4 professores da Univates (3 de Matemática  e 1 de Pedagogia)
- 3 mestrandos do mestrado em Ensino de Ciências Exatas
- 6 bolsistas de Iniciação Científica, alunos de graduação da Univates
- 6 professores de escola básica – um de cada instituição parceira
- voluntários
 
Escolas que participam da pesquisa do Observatório:
- Escola Estadual de Educação Básica Padre Fernando (Roca Sales)
- Escola Municipal de Ensino Fundamental Odilo Afonso Thomé (Estrela)
- Escola Estadual de Ensino Médio General Souza Doca (Muçum)
- Escola Estadual de Ensino Médio Paverama (Paverama)
- Escola Estadual de Ensino Fundamental Pedro Scherer (Lajeado)
- Escola Estadual de Ensino Médio Reynaldo Affonso Augustin (Teutônia)
 
Texto: Tiago Silva
Observatório busca repensar processos de ensino e aprendizagem da Matemática

Elise Bozzetto

Grupo de trabalho se reúne para discutir e elaborar práticas pedagógicas

Divulgação

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