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O momento é para ficarmos longe, mas mais unidos do que nunca - Parte VII

Postado as 06/05/2020 14:23:50

Por Ney José Lazzari

Mensagem do Reitor da Univates, Ney José Lazzari

Queridos alunos, professores, técnico-administrativos e amigos da Univates!

Para a reflexão desta semana apresentamos outra frase, de outra homenageada pela obra do Kobra na Univates: “Aquilo que eu não sei é a minha melhor parte”, de Clarice Lispector.

A escritora, sempre cirúrgica, nos provoca a constantemente buscar nosso melhor: aquilo que podemos aprender, mudar, transformar. Aquilo que eu ainda não sei ou que não sei sobre mim, que não sei sobre o outro ou sobre o mundo é o que posso aprender e, portanto, posso mudar ou ajudar a construir. Esse processo de ver, conhecer, aprender e entender nos faz mudar, construir e transformar, e isso é o melhor que pode acontecer com cada um de nós.

Desde o início da pandemia, quantas coisas aprendemos a fazer? Quantas coisas descobrimos que não sabíamos fazer? O que mais podemos aprender? Distantes, aprendemos novas formas de ficarmos próximos. Os pais aprenderam a ensinar muito mais do que valores, estão aprendendo a difícil e árdua tarefa de alfabetizar e construir conhecimentos com seus filhos. Professores aprenderam a usar a seu favor a tecnologia, que antes, em muitas situações, era um problema em sala de aula. O que antes poderia dispersar e atrapalhar a construção do conhecimento agora se transforma em ferramenta primordial para o estudo. São tempos paradoxais para todos.

 

Da mesma forma, encontramos novas maneiras de realizar nossas atividades profissionais e passamos a compreender que uma organização, como é o caso da Univates, existe muito mais na percepção e no coletivo das pessoas do que em um único espaço físico. O espaço físico materializado é a representação, a aparência de uma essência, de uma alma, do que nos anima, do que nos move. E o que nos anima e nos move é nobre, humano, desafiador e transformador para nós e para os outros.   

Em outras frentes, temos visto que é na pesquisa e na ciência que podemos encontrar respostas para aquilo que ainda não sabemos: demandas tão importantes como a produção de respiradores mais baratos, de máscaras mais eficazes, de vacinas ou de medicamentos só são atendidas com mais e mais ciência.

Foram a ciência, a investigação e a busca do saber que possibilitaram que hoje a expectativa de vida seja de mais de 70 anos, quando há pouco mais de meio século os brasileiros não passavam muito dos 40 anos de idade. 

Neste momento, pesquisadores de todo o mundo empenham-se para conhecer e compreender nosso “inimigo invisível”, com vistas a produzir vacinas e medicamentos para todos. Definitivamente, o que nós não sabemos será a melhor versão desses tempos de pandemia e isolamento. E para além do que estamos vivendo agora, quem sabe esteja nas pequenas atitudes que levaremos para o nosso dia a dia o melhor disso tudo.

Para vivermos com mais saúde mental, quantos de nós não têm descoberto que nossa melhor parte pode ser com a escrita, a pintura, a música, a reflexão, a meditação. Tudo com um pouco de leveza, de beleza e de estética.

Por outro lado talvez não soubéssemos que estar ao lado dos nossos, mais conectados com o nosso próprio eu e aprendendo a ouvir nossos corações e mentes seja a nossa melhor versão. Quiçá seja a lembrança que nos faltava de que, antes de tudo, somos humanos, não como raça, mas como humanidade.  

O mundo por alguns momentos parece suspenso: aquilo que eu não sei é, sim, a minha melhor parte. Tudo o que podemos construir, reconstruir, criar e inventar de um jeito melhor para todos é o desafio que se apresenta à nossa frente. Quem sabe a rotina que estamos para descobrir ainda possa ser o melhor que podemos ter para a vida.

Somos grandes e fortes pois estamos juntos.

Abraços (virtuais), ânimo, saúde e força para todos.

Andrà tutto bene!
!Todo va a estar bien!
Everything will be alright!
Alles wird gut!
Tudo vai ficar bem!

Lajeado, 06 de maio de 2020.
Sétima semana - 51º dia - de isolamento. 

Ney José Lazzari
Reitor da Univates