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Pampa: pouco estudado, bioma gaúcho esconde potencial natural de controle biológico

Postado as 09/09/2020 14:35:08

Por Assessoria de Imprensa/Univates

Durante seu doutorado no Programa de Pós-graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) na Universidade do Vale do Taquari - Univates, Maicon Toldi estudou a utilização do biocontrole com ácaros predadores, sob orientação do doutor Noeli Juarez Ferla. O trabalho, realizado em parceria com o pesquisador italiano Enrico de Lillo, utilizou ácaros como ferramentas para o controle biológico, ou seja, um animal predador para controlar outro que atinge nível de praga na produção de alimentos.

Acervo pessoal - Maicon Toldi

A pesquisa foi realizada em áreas de floresta e campo do bioma Pampa, onde foram  investigadas mais de 55 espécies de plantas para verificar a presença desses predadores naturais. Toldi explica que se interessou pelo tema quando, em seu mestrado, havia pesquisado sobre as características biológicas dos predadores.

“Também percebi que não há muitos estudos e informações sobre o bioma Pampa. A característica ambiental do Pampa de ter um mosaico de campo e mata confere uma complexidade aos estudos e manejos sustentáveis. É um ambiente gaúcho e temos que fazer o tema de casa estudando e conservando-o, pois pode ser que as respostas para algumas das nossas perguntas estejam lá, como espécies de ácaros predadores para algumas pragas”, analisou o pesquisador.

Maicon Toldi

 

Uma das plantas em que foi verificada a maior quantidade de predadores foi a Vassourinha (Baccharis dracunculifolia), uma planta comum de áreas de campo. “Identificamos nessa planta dois ácaros que podem ser utilizados como predadores de pragas na produção de morangos, por exemplo. O que percebemos no trabalho já está sendo aplicado na produção ecológica de alimentos”, destaca. 

O doutor afirma ainda que a pesquisa ressaltou a importância da preservação das paisagens naturais. “Quanto mais conservado o ambiente e maior o número de plantas, mais fácil vai ser a produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos. Outra planta, a Trichilia elegans, teve um predador que foi liberado este ano para ser usado no controle biológico de mosca-branca, Amblyseius tamatavensis.  A natureza é muito sábia e às  vezes só temos que conduzi-la para o objetivo que queremos. Nestes casos, são plantas nativas que fazem um trabalho gratuito para quem for produzir alimento, não precisa sequer capinar”, brinca o pesquisador.

Além da identificação de ácaros característicos do Pampa gaúcho que podem atuar como predadores de ácaros-praga, Toldi também realizou a descrição de quatro novas espécies  de ácaros e uma delas recebeu um nome em homenagem ao bioma Pampa, a Aculus pampae. A partir deste trabalho novos estudos podem ser realizados investigando seu efeito direto na produção de alimentos.

O bioma Pampa

O Pampa está restrito ao estado do Rio Grande do Sul, onde ocupa área de 176.496 km² (IBGE, 2004). Isto corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território brasileiro. As paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas. O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos etc. Trata-se de um patrimônio natural, genético e cultural de importância nacional e global. Também é no Pampa que fica a maior parte do aquífero Guarani.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Inscrições abertas

O Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento da Univates está com inscrições abertas e esta temática de pesquisa também é pertinente ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais da Univates (PPGSAS) e ambos estão com inscrições abertas. No PPGAD, são oferecidas 15 vagas para o doutorado e 20 para o processo complementar do mestrado. O programa tem três linhas de pesquisa: Tecnologia e Ambiente; Espaço e Problemas Socioambientais; e Ecologia. Para participar da seleção, o interessado deve ser diplomado de graduação em instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). As inscrições podem ser realizadas no site www.univates.br/ppgad. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail ppgad@univates.br ou pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5616.

Já no PPGSAS são oferecidas 30 vagas para o Mestrado Profissional, que  tem o objetivo de formar profissionais qualificados capazes de gerar, disseminar e aplicar conhecimento científico, tecnológico e legal nas áreas de Tutela Jurídica Ambiental e Sustentabilidade da Cadeia Produtiva. As inscrições podem ser realizadas no site www.univates.br/ppgsas e o valor da taxa é R$ 100,00. As aulas do regime intensivo devem iniciar no dia 4 de janeiro de 2021.