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Conar vai julgar comercial da Volkswagen que recriou Elis Regina

Postado em 11/07/2023


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Motivado pela queixa de consumidores, o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) abriu nesta segunda-feira (10) uma representação ética para avaliar se a campanha publicitária em celebração aos 70 anos da fabricante de automóveis Volkswagen do Brasil fere condutas do órgão. A campanha, lançada no dia 3 de julho, recriou a imagem da cantora Elis Regina para cantar Como Nossos Pais, canção de Belchior, em dueto com sua filha, Maria Rita. Elis morreu em 1982 e sua imagem foi reconstruída a partir da utilização de Inteligência Artificial (IA).

De acordo com o Conar, os consumidores questionam se é ético ou não o uso de ferramentas tecnológicas e inteligência artificial para trazer pessoas mortas de volta à vida, como realizado na campanha. Os denunciantes, que têm suas identidades protegidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), também questionam se tal uso pode causar confusão entre ficção e realidade, principalmente entre crianças e adolescentes.  

O advogado Gabriel de Britto Silva enviou ao Estadão a denúncia que remeteu ao Conar, que foi considerada pelo órgão. Nela, Silva diz que a emoção causada pelo comercial gera desconforto. "Não se sabe sequer se viva fosse, a Elis autorizaria a imagem, ainda mais para fabricante de automóveis e para fins estritamente comerciais", diz parte do texto enviado ao jornal.

O denunciante também afirma que o uso de ferramentas como a inteligência artificial e a deep fake, utilizada para recriar o rosto e os movimentos de Elis com auxílio de uma atriz, precisa ser debatido pela sociedade e regulamentado pelos órgãos competentes.

"A tecnologia não traz as pessoas falecidas de volta. Cabem aos vivos que operam as máquinas serem regulados pelos vivos que recebem a consequência dessa operação, sob pena dos efeitos serem mais imprevisíveis do que a mais avançada tecnologia pode supor", diz outro trecho da denúncia.

O autor dessa representação também questiona o fato de a propaganda mostrar Maria Rita e Elis dirigindo de forma desatenta ao volante, o que fere um dos anexos dos artigos do Código do Conar. "Na propaganda de automóveis (...) Não se permitirá que o anúncio contenha sugestões de utilização do veículo que possam pôr em risco a segurança pessoal do usuário e de terceiros, tais como (...) desrespeito (...) às normas de trânsito de uma forma geral".

A Volkswagen afirmou através de um posicionamento ao g1 que o objetivo da campanha foi criar um momento único, por meio da inteligência artificial, reunindo Elis Regina e Maria Rita. Além disso, aponta que a intenção foi destacar a transição das gerações e o processo de renovação da marca.

"A utilização da imagem de Elis Regina na campanha foi acordada com a família da cantora. A música escolhida, Como Nossos Pais, de Belchior, interpretada por Elis Regina, serviu como trilha sonora para esse encontro pela sua representatividade na história brasileira ao simbolizar a necessidade de novos tempos", declarou a empresa na nota.

O Conar tem como regra julgar as representações em um prazo de até 45 dias. 

Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br

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