O doutorando Rodrigo Magalhães Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Universidade do Vale do Taquari - Univates, foi um dos palestrantes da 5ª Conferência Estadual de Meio Ambiente de Goiás, realizada nos dias 10 e 11 de março, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Com o tema "Governança e Educação Ambiental", o evento reuniu especialistas, gestores públicos e sociedade civil para discutir estratégias de enfrentamento à emergência climática.
Professor do IF Goiano no campus Hidrolândia e mestre em Ecologia e Produção Sustentável, destacou em sua palestra os desafios da governança ambiental e a necessidade de educação ambiental para promover uma transição ecológica justa e sustentável. No PPGAD, o doutorando pesquisa indicadores de sustentabilidade para planejamento territorial. Segundo Pereira, o programa possibilita conhecer os fenômenos para muito além da área disciplinar de minha formação inicial, ou seja, conhecer pelas lentes indisciplinares constituintes das diferentes áreas que compõem o programa de ambiente e desenvolvimento.
Durante sua apresentação, Humdoldt ressaltou que o ano de 2023 foi o mais quente da história, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), com recordes de temperatura e eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. "O Brasil está preparado para enfrentar essa emergência? Como podemos mitigar seus impactos e nos adaptar a essa nova realidade? Essas são questões que precisamos debater urgentemente", afirmou o pesquisador.
Dentre as soluções apontadas, ele destacou a necessidade de ações de mitigação, como a redução de emissões de CO₂ por meio do uso de energias renováveis, incentivo ao transporte sustentável e proteção ambiental. Além disso, enfatizou a importância da adaptação, que inclui a criação de infraestrutura resiliente, preservação de nascentes e florestas e desenvolvimento de políticas para minimizar impactos.
Outro ponto central de sua palestra foi a governança ambiental e climática, que, segundo Pereira, envolve processos, políticas e instituições que regulam a interação entre sociedade e meio ambiente. "A governança ambiental deve garantir a sustentabilidade e a equidade, promovendo a participação social e a transparência nas decisões", explicou, citando exemplos de boas práticas, como o acesso a dados públicos sobre desmatamento e incentivos a empregos verdes.
A educação ambiental também foi abordada como um instrumento essencial na formação de cidadãos conscientes e engajados. O doutorando destacou princípios como a interdisciplinaridade, a participação social e o respeito à diversidade cultural.
A realidade ambiental do estado de Goiás também foi discutida, especialmente a crise do desmatamento no Cerrado. Segundo Pereira, a falta de incentivos para preservar a vegetação nativa e a dependência econômica de atividades extrativistas são desafios que exigem soluções inovadoras. "É fundamental diversificar as economias locais e investir em alternativas sustentáveis", apontou.
A 5ª Conferência Estadual de Meio Ambiente serviu como um espaço para a definição de propostas que subsidiarão a implementação do Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Ao fim do evento, foram eleitos delegados que representarão a realidade climática do estado de Goiás na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.
