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Professora relata exibição de documentário brasileiro em Timor-Leste

Postado em 25/10/2012 18h18min

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A professora e socióloga do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas (CCHJ) da Univates, Shirlei Mendes da Silva, foi selecionada para lecionar durante o ano letivo de 2012 na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL). Ela envia notícias periódicas das atividades desenvolvidas nesse país.

Confira o último relato:

Ilha das Flores em Díli

O curso de Biologia da UNTL organizou uma atividade de limpeza da orla de Díli. Para preparar os alunos para o trabalho, a bióloga da cooperação brasileira, Dra. Luciane Maria, exibiu o documentário gaúcho “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado. Fui convidada para debater a tema “Lixo e Cidadania”, uma vez que trabalhei durante dois anos na Ilha dos Marinheiros, onde foi feito o documentário.

As cenas do filme têm muito e ver com a realidade de algumas regiões de Díli, pois aqui também o lixo começa a ser uma preocupação do governo e dos cidadãos. Mas falar em cidadania em um país que foi destruído há 13 anos parece ser ainda meio prematuro. Aqui as instituições, normas, regras e o próprio marco regulatório ainda estão em formação. A questão do lixo parece incomodar mais os estrangeiros, que usam as praias nos finais de semana.

Algumas campanhas são desenvolvidas por organizações não governamentais (ONGs) e o próprio governo tem intensificado a rotina dos serviços de limpeza pública. Em Díli, o caminhão do lixo passa três vezes por semana. Não há separação de lixo orgânico e inorgânico e a disposição final do lixo é feita em um “lixão”, ou seja, uma área a céu aberto sem tratamento adequado para não contaminar o solo.

Como não existe indústria de reciclagem em Timor, a própria triagem do lixo parece desnecessária. Mas aqui e ali já se encontra algum “catador” (esta profissão é totalmente desconhecida por aqui), ou seja, alguém que recolhe as latinhas de refrigerante e cerveja e revende não se sabe para quem. O restante do material inorgânico (papel, plástico e vidro) acaba indo para o lixão, perto da praia.

Como a sobrevivência ainda é o problema maior por aqui, a questão do gerenciamento dos resíduos sólidos encontra-se em fase inicial. A discussão com a sociedade é ainda insipiente e, mesmo na universidade, o tema é desconhecido de parte dos alunos. Porém algumas ações importantes têm sido desenvolvidas, chamando a atenção da mídia local, que começa a colocar o problema para a opinião pública.

 

Shirlei Ines Mendes da Silva

de Díli, Timor-Leste


 

Divulgação

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