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O momento é para ficarmos longe, mas mais unidos do que nunca - Parte X

Postado as 09/06/2020 15:21:59

Por Ney José Lazzari

Elise Bozzetto

Queridos alunos, professores, técnico-administrativos e amigos da Univates!

 

Nos últimos dias fizemos uma ação nas redes sociais para que cada um compartilhasse qual foi seu maior aprendizado durante o distanciamento social. Nas várias mensagens que chegaram a nós, foram elencadas diversas formas de ver e absorver a realidade que, de uma hora para outra, mudou tão drasticamente.

O que chamou a atenção é que poucos relataram ter aprendido uma nova habilidade profissional ou ter feito um curso diferente. A maioria das pessoas revelou ter desenvolvido aprendizados relacionados à forma de ver o mundo, de se relacionar com os outros e com a própria natureza. Quem compartilhou sua experiência relatou um movimento interno de mudar a perspectiva sobre o que fazemos, como fazemos e com qual qualidade fazemos.

Um dos aprendizados relatados é que o “olho no olho” e o contato físico são muito importantes para a saúde mental. Já outra pessoa assinalou ter aprendido que estar perto não é só no sentido físico. E uma terceira pessoa trouxe a reflexão de que os bens materiais são ínfimos diante de pequenos gestos como um sorriso e um abraço. É interessante perceber que o contato entre as pessoas pautou o tempo de isolamento. O distanciamento social trouxe sofrimento por estar longe e novos aprendizados de como é estar perto. Afinal, o que é a proximidade? Ela pode ser física, mas também pode se apresentar de outras formas na nossa vida. Não necessariamente a proximidade física garante conexão. 

A conexão entre as pessoas ficou muito forte no comentário de uma pessoa, que relatou ter acordado para o fato de que, para se proteger, é necessário proteger os outros. E isso não só em épocas de vírus à solta.

Pensar no coletivo, em tempos de pandemia, é tão importante quanto buscar a proteção individual. Mas, de certa forma, as coisas sempre funcionaram assim. Se pensássemos mais nos outros seres, no ambiente que nos acolhe, nossa forma de lidar com a vida seria diferente. As intervenções realizadas pelo homem podem gerar impactos ambientais que o planeta é incapaz de absorver. Em certa medida, a pandemia é também resultado do desequilíbrio e pode trazer aprendizados em relação ao consumo e ao uso da natureza.

Algumas pessoas também relataram uma maior conexão com a terra, seja com cultivo do próprio alimento, seja com um sentimento mais profundo de respeito pela natureza, pelos animais e pela vida. Um dos relatos foi: “Precisamos de muito menos do que imaginamos, precisamos apenas do essencial”. 

Outras trouxeram a reflexão sobre a reconexão com a arte, com o estético, com o belo, com o lúdico e suas mais diferentes manifestações, e com a reconexão, o reconhecimento da importância da emoção e do conforto que a arte traz para a vida das pessoas. Isso faz parte do processo civilizatório e de constituição do ser humano e da humanidade: a música, a pintura, a culinária e a literatura transformam-nos em seres humanos. 

Também teve quem experienciou a desaceleração e viu que o ritmo da vida pode ser diferente. Teve gente que, apesar de sentir falta de ter contato com os colegas, apreciou poder passar mais tempo com a família. 

Cada um de nós, nesses quase 90 dias, experienciou com sofrimentos, aprendizados e crescimento o período de distanciamento social. Não sabemos como será o futuro, mas podemos aprender sempre. 

Somos grandes e fortes pois estamos juntos.

Abraços (ainda virtuais!), ânimo, saúde e força para todos.

Andrà tutto bene!

!Todo va a estar bien!

Everything will be alright!

Alles wird gut! 

Tudo vai ficar bem!

 

Lajeado, 9 de junho de 2020. 

Décima primeira semana de isolamento.

Ney José Lazzari 

 

Reitor da Univates