Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Detalhes do Projeto de Pesquisa

Comunicação, Educação, Saúde e Ecosofia

Coordenação: Jane Márcia Mazzarino

Pesquisadores:

Jane Márcia Mazzarino

Luciana Turatti


Órgãos Financiadores:

Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento - FUVATES


Resumo:
A comunicação e a saúde mental têm entrelaçamentos inquestionáveis. O ser é social, sem comunicação não sobrevive, e ela precisa ser tridimensional: como cada um se comunica consigo, com outros humanos e com o mundo determina a saúde mental.
 
 Problematiza-se como os conceitos e proposições de autores da ecosofia e próximos a ela podem aportar para o aprofundamento de uma proposta ecosófica na área da comunicação, que contribua para enfrentar a degradação ambiental, social e de saúde mental que caracteriza os contextos de vida, em especial os espaços educativos, sejam formais ou não formais? De outra forma, como a comunicação ecosófica pode compor com outras possibilidades novas formas de ser em grupo em um cenário de crise ambiental, de fanatismos exacerbados e de uma pandemia da saúde mental, que convida a reconexão com dimensões esquecidas, como a poética do viver? Quais territórios existenciais podemos criar em ambientes educativos inspirados na comunicação ecosófica?
 
Os ambientes educativos formais referem-se a escolas e universidades públicas ou privadas, que envolvem investigações com estudantes e professores, podendo incluir as famílias e outros participantes das comunidades escolares, enquanto os ambientes não formais multiplicam-se para espaços empresariais, instituições público-privadas, prefeituras, grupos comunitários, rurais ou urbanos, entre outros.
 
O estudo parte das obras dos três autores que debruçaram-se sobre o conceito da ecosofia em obras publicadas no contexto europeu (Michel Maffesoli, Arne Naess e Felix Guattari), para aprofundar-se naquele que desenvolveu de forma mais profunda as dimensões da ecosofia em obras escritas em parceria com outros autores, caso de Felix Guattari e Gilles Deleuze, a fim de desenvolver uma teoria da comunicação ecosófica, algo inédito. 
 
A relação de comunicação com o ambiente e seus reflexos na saúde e na qualidade de vida tem sido cada vez mais estudada. Como exemplo citamos os banhos de floresta ou de natureza, que surgem no Japão na década de 1950 e estão ficando cada vez mais populares entre estudos científicos e também na mídia nacional e internacional, principalmente após a pandemia. Pesquisas neste sentido surgem no Japão na década de 1980 e já chegam às centenas, como evidenciamos em revisões integrativas realizadas no nosso grupo de pesquisa Ecosofias, Paisagens Inventivas (CNPq).
 
A arte é um convite à experiência e à comunicação. A comunicação ecosófica também se refere, em sua dimensão subjetiva, a uma experiência de exposição e expressão do imaginário, facilitada pelas artes, e que incide sobre a saúde mental. A arte, em sua perspectiva comunicacional íntima, é assumida pelo nosso grupo de pesquisa como uma dimensão imprescindível para a saúde mental. Além de ressingularizar as relações com o ambiente inserindo-nos como parte da Terra, a arte, enquanto  livre expressão que se traduz em uma prática micropolítica, possibilita reterritorializar as relações humanas e recompor a subjetividade para além do domínio capitalista.
 
A metodologia Ecosofia NAT explora a expressão livre por meio das artes, assim como a potência que o contato com a natureza e as tecnologias sociais e de mídia oferecem para a criação de territórios existenciais. A síntese da proposta inicial encontra-se na obra Ecosofia NAT: design para comunicação ambiental. 
 
 Ao propor um design incomum para a comunicação ambiental, por meio da ecosofia, começamos a contribuir epistemologicamente e metodologicamente para a área emergente denominada por nós como comunicação ecosófica, evidenciando a relevância do aprofundamento de estudos nesta direção
 
Nossas fontes serão teóricos e os operadores da comunicação, da educação, da saúde, da sociologia, da filosofia, da psicologia, das artes e das ciências ambientais, áreas em que os autores escolhidos e a compor com eles transitam.  O cartógrafo pode usar de fontes diversas, não só escritas e não só teóricas. Os operadores conceituais vêm de diferentes áreas, são transfronteiriços. 
 
Sub projetos
Coordenação: Jane Márcia Mazzarino
Pesquisador(a):

Jane Márcia Mazzarino


Fontes Financiadoras:

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq


Resumo:
Como enfrentar a degradação ambiental e social quando a psique se deteriora também? Como a comunicação ecosófica pode compor com outras possibilidades novas formas de ser em um cenário de crise ambiental marcada pelas mudanças climáticas, de fanatismos exacerbados e de uma pandemia da saúde mental? A partir desta problematização, o objetivo geral desta proposta de pesquisa é cartografar abordagens teórico-filosóficas que possibilitem interconexões rizomáticas entre comunicação e ecosofia.
O estudo parte das obras dos três autores que se debruçaram sobre o conceito (Michel Maffesoli, Arne Naess e Felix Guattari), para aprofundar-se naquele que desenvolveu as dimensões da ecosofia em parceria com outros autores, caso de Felix Guattari e Gilles Deleuze; a fim de desenvolver uma teoria da comunicação ecosófica, algo inédito. A metodologia é a cartografia teórica. Busca-se a construção de uma perspectiva epistemológica para a comunicação, que seja contemporânea aos desafios emergentes que vivemos como humanidade, adotando referenciais teóricos consagrados, mas que ainda não tem devidamente exploradas suas contribuições para a área da comunicação ambiental de vertente ecosófica.
Compreendida como uma filosofia do ambiente, a Ecosofia está ancorada na base da Ecologia Profunda, da qual Arne Naess é um dos criadores. Profunda porque entrelaça a dimensão pessoal, social e o ambiente externo compartilhado. A ecosofia articula três dimensões: pessoal/subjetiva, social/comunitária e ambiental. Elas entrelaçam-se como um modo de habitar: a si, a alteridade e o mundo. Neste sentido, são espaços de comunicação intrapessoal, interpessoal e com outros não humanos.
Entende-se que a crise ambiental é também uma crise da sensibilidade e do senso de conexão e interdependência não só ecossistêmica, como destas três dimensões. A Ecosofia é uma forma encharcada de vida para pensar como co- habitar estes tempos translúcidos de forma a transmutar opostos em um movimento criativo. Observamos o ser e o outro, um ser e o mundo, a cultura e a natureza em interdependência processual, comunicacional e ecosófica.
O objetivo geral da pesquisa é cartografar abordagens teórico-filosóficas que possibilitem interconexões rizomáticas entre comunicação e ecosofia. Objetivos específicos: 1 - Aprofundar a compreensão teórica sobre a Ecosofia; 2 - Relacionar a proposta ecosófica comunicacional de Felix Guattari com conceitos explorados nas obras que escreveu em parceria com Gilles Deleuze; 3 - Compreender abordagens de estudos em comunicação que buscam a aproximação com o conceito de Ecosofia e com as contribuições das obras de Felix Guattari e dele com Gilles Deleuze, a fim de situar a proposta desta pesquisa no contexto de trabalhos acadêmicos da área da Comunicação; 4 - Criar platôs teórico-metodológicos da comunicação ecosófica e, a partir deles, propor princípios para a Ecosofia NAT.
Conforme os objetivos propostos, a metodologia adotada é a pesquisa bibliográfica em livros de autores que tratam diretamente sobre a ecosofia e que tenham relação direta e indireta com o conceito. O aprofundamento na literatura ecosófica e a busca por relações com outras obras visa criar uma reflexão que possibilite propor dimensões para pensar a comunicação ecosófica. Realizamos uma cartografia teórica. Nossas fontes serão teóricos e os operadores da comunicação, da sociologia, da filosofia, da psicologia, das artes e das ciências ambientais, áreas em que os autores escolhidos e a compor com eles transitam. O cartógrafo pode usar de fontes diversas, não só escritas e não só teóricas, incluindo operadores conceituais de diferentes áreas, transfronteiriços. O cartógrafo não segue um protocolo pré-definido. Faremos uma prática inventiva de pesquisa com intervenções cartográficas sobre as obras e conceitos dos autores, buscando platôs de sentido e rizomas entre emaranhados.
O rizoma é não hierárquico, aberto à multiplicidade. É um conector dado a heterogeneidades e múltiplas entradas. Assim, cartografar é acompanhar processos e devires em constantes arranjos e desarranjos. Aprofundar, relacionar, mapear, criar são os verbos que escolhemos conjugar nos objetivos.
Coordenação: Jane Márcia Mazzarino
Pesquisador(a):
Dra. Jane M. Mazzarino 
 
Dr. Rodrigo Müller Marques 
 
Dra. Luciana Turatti 
 
Dra. Lise Mary Soares Souza  
 
Dra. Anna Ariane Araújo de Lavor  
 
Me. Janilton de Lima Almeida
 
Me. Moises Eudocio Almeida
 
Me. Tiago Luis da Silva Soares 
 
Patrícia de Araújo Nunes
 
Renata Fernandes Herdina
 
Dra. Mônica Maria Siqueira Damasceno 
 
Dr. Derli Juliano Neuenfeldt 
 
Dra. Marilaine de Castro Pereira Marques 
 
Dra. Luzia Klunk
 
Me. Viviane Röhrs
 
Me. Bruna Medina Finger Arnholdt 
 
Me. Patricia Angela Grisa de Assis
 
Me. Janaína K. Schneider
 
Me. Marcus Staudt

Fontes Financiadoras:

FAPERGS - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul


Resumo:

A pesquisa parte do incômodo diante da observação do contexto eco sociocomunicacional em ambientes educadores formais e não formais. O incômodo gera a ação por meio da pesquisa-intervenção com uso de uma metodologia criada gradualmente por meio de investigações da mesma e de seus orientandos de mestrado e doutorado, ao longo da última década. A intenção é aprofundar a reflexão teórica e metodológica lapidando o conceito de ecosofia e a metodologia Ecosofia NAT, que articulam e dinamizam as três ecologias (mental, social, ambiental) com três interferências (contato com a natureza, expressão por meio das artes, exploração de tecnologias sociais e midiáticas). Evidências de pesquisas finalizadas e em curso apontam para transformações comunicacionais intra e interpessoais ou sociocomunitárias e com os territórios habitados. O conceito de ecosofia é abordado por Felix Guattari, Arne Naess e Michel Maffesoli, mas não haviam metodologias ecosóficas desenvolvidas.  A Ecosofia NAT conjuga o contato direto com a  natureza (N), experiências com arte (A) e a exploração de tecnologias (T) sociais e midiáticas, em processos de introspecção, expressão e compartilhamento, que exploram a comunicação consigo, com outros humanos e não humanos, síntese da proposta ecosófica, decorrente da Ecologia Profunda. A metodologia está descrita no livro Ecosofia NAT: design para a comunicação ambiental. Pesquisas de mestrado e doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), da Universidade do Vale do Taquari (Univates), aprofundam esta metodologia interdisciplinar. Todas estão relacionadas ao grupo de pesquisa  Ecosofias, Paisagens Inventivas (CNPq). São pesquisadores do PPGAD/Univates, da Universidade de Aveiro, da Universidade Estadual do Ceará e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Juazeiro do Norte. As pesquisas do grupo têm gerado impacto nos campos da Comunicação Ambiental, da Educação e das Ciências Ambientais, área do Programa de Pós-Graduação Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD). Mais recentemente aprofunda-se as relações da comunicação ecosófica com a Filosofia, com a Arte, com a Psicologia e com a área da Saúde, enveredando para a perspectiva transdisciplinar. A pesquisa tem caráter inovador por imprimir esta perspectiva na Área da Comunicação, com impacto para o desenvolvimento científico, já que busca contribuir epistemologicamente para o campo da Comunicação dando continuidade a pesquisas anteriores, demonstrando ser um momento de maturidade intelectual da proponente. A consistente produção da proponente atesta uma genealogia com uma linha condutora entre as problemáticas abordadas, com inovação, seriedade e contribuição, além de científica, também tecnológica, na sua vertente social. Problematiza-se como os conceitos e proposições de autores da ecosofia e próximos a ela podem aportar para o aprofundamento de uma proposta ecosófica na área da comunicação, que contribua para enfrentar a degradação ambiental, social e de saúde mental que caracteriza os contextos de vida, em especial os espaços educativos, sejam formais ou não formais? De outra forma, como a comunicação ecosófica pode compor com outras possibilidades novas formas de ser em grupo em um cenário de crise ambiental, de fanatismos exacerbados e de uma pandemia da saúde mental, que convida a reconexão com dimensões esquecidas, como a poética do viver? Quais territórios existenciais podemos criar em ambientes educativos inspirados na comunicação ecosófica? Os ambientes educativos formais referem-se a escolas e universidades públicas ou privadas, que envolvem investigações com estudantes e professores, podendo incluir as famílias e outros participantes das comunidades escolares, enquanto os ambientes não formais multiplicam-se para espaços empresariais, instituições público-privadas, prefeituras, grupos comunitários, rurais ou urbanos, entre outros. O estudo parte das obras dos três autores que debruçaram-se sobre o conceito da ecosofia em obras publicadas no contexto europeu (Michel Maffesoli, Arne Naess e Felix Guattari), para aprofundar-se naquele que desenvolveu de forma mais profunda as dimensões da ecosofia em obras escritas em parceria com outros autores, caso de Felix Guattari e Gilles Deleuze, a fim de desenvolver uma teoria da comunicação ecosófica, algo inédito. Uma pesquisa no Portal de Periódicos da Capes utilizando os descritores “comunicação”, “ecosofia”, “ecosófica” em qualquer campo e sem nenhuma restrição resulta em dois trabalhos, sendo que um é da autora deste projeto com dois co-autores, denominado Por uma comunicação ambiental mais orgânica: a natureza mediadora da ecologia social em processos educativos (Mazzarino, Scheibe, Petter, 2023), e outro que foca aspectos tecno comunicacionais com base nas ideias de Maffesoli, sem relação com a vertente que adotamos nesta proposta. Este segundo trabalho denomina-se A ecosofia de Michel Maffesoli e suas implicações tecnocomunicacionais. Estes resultados atestam o mérito da proposta por seu ineditismo  e contribuição, além da relevância. A pesquisa adota a cartografia bibliográfica das obras sobre ecosofia, a fim de triangular com a meta análise das pesquisas-intervenção já realizadas e em curso no grupo da proponente, que aplicam a Ecosofia NAT e aprofundam-se na Ecosofia, a fim de identificar aspectos relevantes que emergiram, que possam ser apropriados por outros ambientes educativos formais e não formais, a fim de melhorar as relações de comunicação (intra e interpessoal e com proximidade de contato com os biomas habitados). A proposta visa a construção de uma perspectiva epistemológica para a comunicação, que seja contemporânea aos desafios emergentes que vivemos como humanidade, adotando referenciais teóricos consagrados, mas que ainda não tem devidamente exploradas  suas contribuições para a área da comunicação ambiental em uma perspectiva ecosófica. Tempos sombrios requerem uma perspectiva comunicacional que dê conta da complexidade dos desafios articulados na crise civilizatória vivenciada.  Desta forma, reitera-se o impacto científico e social da proposta para a área da Comunicação por ser  uma proposta transdisciplinar, com impacto nos contextos educativos formais e não formais, com vistas à transformação ecosociocomunicacional e mental. A proposta tem uma metodologia convergente aos objetivos e metas, é exequível no tempo, tem cronograma claro, definido e compatível. Consideramos necessário apresentar a revisão já em curso do conceito de Ecosofia e as pesquisas que já realizamos., que aprofundam o conceito e exploram a Ecosofia NAT.