Coordenação: Jane Márcia Mazzarino
Pesquisadores:Jane Márcia Mazzarino
Luciana Turatti
Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento - FUVATES
Jane Márcia Mazzarino
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
FAPERGS - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul
A pesquisa parte do incômodo diante da observação do contexto eco sociocomunicacional em ambientes educadores formais e não formais. O incômodo gera a ação por meio da pesquisa-intervenção com uso de uma metodologia criada gradualmente por meio de investigações da mesma e de seus orientandos de mestrado e doutorado, ao longo da última década. A intenção é aprofundar a reflexão teórica e metodológica lapidando o conceito de ecosofia e a metodologia Ecosofia NAT, que articulam e dinamizam as três ecologias (mental, social, ambiental) com três interferências (contato com a natureza, expressão por meio das artes, exploração de tecnologias sociais e midiáticas). Evidências de pesquisas finalizadas e em curso apontam para transformações comunicacionais intra e interpessoais ou sociocomunitárias e com os territórios habitados. O conceito de ecosofia é abordado por Felix Guattari, Arne Naess e Michel Maffesoli, mas não haviam metodologias ecosóficas desenvolvidas. A Ecosofia NAT conjuga o contato direto com a natureza (N), experiências com arte (A) e a exploração de tecnologias (T) sociais e midiáticas, em processos de introspecção, expressão e compartilhamento, que exploram a comunicação consigo, com outros humanos e não humanos, síntese da proposta ecosófica, decorrente da Ecologia Profunda. A metodologia está descrita no livro Ecosofia NAT: design para a comunicação ambiental. Pesquisas de mestrado e doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), da Universidade do Vale do Taquari (Univates), aprofundam esta metodologia interdisciplinar. Todas estão relacionadas ao grupo de pesquisa Ecosofias, Paisagens Inventivas (CNPq). São pesquisadores do PPGAD/Univates, da Universidade de Aveiro, da Universidade Estadual do Ceará e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Juazeiro do Norte. As pesquisas do grupo têm gerado impacto nos campos da Comunicação Ambiental, da Educação e das Ciências Ambientais, área do Programa de Pós-Graduação Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD). Mais recentemente aprofunda-se as relações da comunicação ecosófica com a Filosofia, com a Arte, com a Psicologia e com a área da Saúde, enveredando para a perspectiva transdisciplinar. A pesquisa tem caráter inovador por imprimir esta perspectiva na Área da Comunicação, com impacto para o desenvolvimento científico, já que busca contribuir epistemologicamente para o campo da Comunicação dando continuidade a pesquisas anteriores, demonstrando ser um momento de maturidade intelectual da proponente. A consistente produção da proponente atesta uma genealogia com uma linha condutora entre as problemáticas abordadas, com inovação, seriedade e contribuição, além de científica, também tecnológica, na sua vertente social. Problematiza-se como os conceitos e proposições de autores da ecosofia e próximos a ela podem aportar para o aprofundamento de uma proposta ecosófica na área da comunicação, que contribua para enfrentar a degradação ambiental, social e de saúde mental que caracteriza os contextos de vida, em especial os espaços educativos, sejam formais ou não formais? De outra forma, como a comunicação ecosófica pode compor com outras possibilidades novas formas de ser em grupo em um cenário de crise ambiental, de fanatismos exacerbados e de uma pandemia da saúde mental, que convida a reconexão com dimensões esquecidas, como a poética do viver? Quais territórios existenciais podemos criar em ambientes educativos inspirados na comunicação ecosófica? Os ambientes educativos formais referem-se a escolas e universidades públicas ou privadas, que envolvem investigações com estudantes e professores, podendo incluir as famílias e outros participantes das comunidades escolares, enquanto os ambientes não formais multiplicam-se para espaços empresariais, instituições público-privadas, prefeituras, grupos comunitários, rurais ou urbanos, entre outros. O estudo parte das obras dos três autores que debruçaram-se sobre o conceito da ecosofia em obras publicadas no contexto europeu (Michel Maffesoli, Arne Naess e Felix Guattari), para aprofundar-se naquele que desenvolveu de forma mais profunda as dimensões da ecosofia em obras escritas em parceria com outros autores, caso de Felix Guattari e Gilles Deleuze, a fim de desenvolver uma teoria da comunicação ecosófica, algo inédito. Uma pesquisa no Portal de Periódicos da Capes utilizando os descritores “comunicação”, “ecosofia”, “ecosófica” em qualquer campo e sem nenhuma restrição resulta em dois trabalhos, sendo que um é da autora deste projeto com dois co-autores, denominado Por uma comunicação ambiental mais orgânica: a natureza mediadora da ecologia social em processos educativos (Mazzarino, Scheibe, Petter, 2023), e outro que foca aspectos tecno comunicacionais com base nas ideias de Maffesoli, sem relação com a vertente que adotamos nesta proposta. Este segundo trabalho denomina-se A ecosofia de Michel Maffesoli e suas implicações tecnocomunicacionais. Estes resultados atestam o mérito da proposta por seu ineditismo e contribuição, além da relevância. A pesquisa adota a cartografia bibliográfica das obras sobre ecosofia, a fim de triangular com a meta análise das pesquisas-intervenção já realizadas e em curso no grupo da proponente, que aplicam a Ecosofia NAT e aprofundam-se na Ecosofia, a fim de identificar aspectos relevantes que emergiram, que possam ser apropriados por outros ambientes educativos formais e não formais, a fim de melhorar as relações de comunicação (intra e interpessoal e com proximidade de contato com os biomas habitados). A proposta visa a construção de uma perspectiva epistemológica para a comunicação, que seja contemporânea aos desafios emergentes que vivemos como humanidade, adotando referenciais teóricos consagrados, mas que ainda não tem devidamente exploradas suas contribuições para a área da comunicação ambiental em uma perspectiva ecosófica. Tempos sombrios requerem uma perspectiva comunicacional que dê conta da complexidade dos desafios articulados na crise civilizatória vivenciada. Desta forma, reitera-se o impacto científico e social da proposta para a área da Comunicação por ser uma proposta transdisciplinar, com impacto nos contextos educativos formais e não formais, com vistas à transformação ecosociocomunicacional e mental. A proposta tem uma metodologia convergente aos objetivos e metas, é exequível no tempo, tem cronograma claro, definido e compatível. Consideramos necessário apresentar a revisão já em curso do conceito de Ecosofia e as pesquisas que já realizamos., que aprofundam o conceito e exploram a Ecosofia NAT.