Em alusão ao Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres, celebrado no dia 25 de novembro, foi realizado na Univates, nesta terça-feira, dia 26, o 2º Fórum Regional de Combate à Violência Contra Mulher no Vale do Taquari. O objetivo do evento foi sensibilizar a comunidade acadêmica e regional para a participação na rede de combate à violência contra a mulher e demonstrar a relevância do Conselho da Mulher nos municípios.

Na abertura do evento, a coordenadora da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Daniele Pimentel, falou sobre a importância de trabalhar a temática em rede, pois é preciso dar visibilidade ao assunto. Além disso, destacou a relevância dos órgãos de apoio às mulheres vítimas de violência na região. A mesa oficial de abertura também contou com a presidente da Casa de Passagem do Vale, Sílvia Feldens Whie; a delegada da Delegacia da Mulher, Márcia Bernini Colembergue; e a coordenadora do Curso de Direito da Univates, Bianca Bertani.

Em seguida, a professora do curso de Direito da Instituição e delegada de Polícia Elisabete Barreto Müller explicou que a fitinha branca entregue aos participantes na entrada do evento simboliza a união e o engajamento nesta causa. Ela também lembrou outros tipos de trabalhos que já foram realizados acerca do tema, como oficinas para elevar a autoestima das mulheres vítimas de violência. “Este momento é uma reflexão séria sobre o combate à violência”, ressaltou.

A importância do evento foi ressaltada na fala da delegada e assessora do projeto de segurança pública “RS na Paz”, Tatiana Bastos. “No estado do RS, o governo está interessado em dar visibilidade a esse tema, promovendo espaços como esse e focando não apenas na vítima, mas também na figura masculina do agressor”, destacou. Conforme a delegada, as estatísticas apontam que menos de 10% dos casos de violência contra mulheres são denunciados no Brasil. “Então, as estatísticas ainda estão longe de refletirem a realidade”, acrescentou ela, que trouxe a história da criação da Delegacia de Mulher, em 1988, em Porto Alegre.

Para Tatiana, as ações nesse sentido devem ser multidisciplinares. “Não há como tratar deste tema sem ser dessa forma, até porque a violência familiar contra a mulher se mostra a mãe de todas as outras violências de gênero. Ela resulta no status de submissão para as meninas e mulheres e no status de agressor aos homens e meninos que convivem nesse ambiente de violência”, observou.

Em seguida, a delegada apresentou alguns dados referentes ao tema, apontando o alcoolismo, a pobreza, o desemprego e o desajuste familiar como principais problemas relacionados com a violência contra a mulher. “Mas não podemos generalizar. As estatísticas dizem que não podemos rotular ou separar quais são as mulheres que sofrem este tipo de violência, pois elas parecem estar em todas as classes sociais”, complementou.

Tatiana também trouxe algumas estatísticas da violência contra mulheres no Brasil: uma em cada cinco mulheres já declararam espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência; 87% dos agressores são seus companheiros; 37% dessas mulheres foram vítimas antes dos 19 anos; e apenas 10% das vítimas denunciam seus agressores. Após, ela falou do trabalho das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher. “O Brasil foi o primeiro país a criar estruturas especializadas nesse sentido. Hoje, 13 outros países da América Latina seguiram o exemplo”, relatou.

O evento foi promovido pela Univates e pela Polícia Civil, em parceria com a Casa de Passagem do Vale e com a Coordenadoria da Mulher de Lajeado. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5450.

 

 

Texto: Tuane Eggers