Investigar como os alunos se inserem nas práticas de letramento na Universidade foi o tema da tese defendida pela professora Maristela Juchum no mês de abril. Docente no curso de Letras da Univates, Maristela agora é doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Letras, com especialidade em Linguística Aplicada, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

 

O trabalho intitulado “Letramentos acadêmicos: projetos de trabalho na Universidade” vai contra a reprodução dos discursos de déficit de qualidade da escrita e leitura de estudantes do Ensino Superior. “Essa questão sempre foi muito debatida, mas é preciso levar em consideração que os textos da Educação Básica são totalmente diferentes dos vistos na Universidade. Os alunos chegam aqui e ainda não estão familiarizados com esses gêneros discursivos”, afirma Maristela.

 

Conforme a professora, a coleta de dados foi realizada com uma turma de alunos matriculados na disciplina de Leitura e Produção de Texto I, durante o segundo semestre de 2013. “Na disciplina eu trabalho com projetos. Então dividi os 42 alunos em 11 grupos e solicitei que cada grupo definisse um tema vinculado a sua vida acadêmica para que realizassem uma pesquisa. Em cima disso busquei investigar a interação deles no decorrer do trabalho, analisando como eles se inseriam nas práticas de leitura e escrita acadêmica”, destaca a professora.

 

Maristela afirma que, quando trabalhava na educação básica, já pensava em buscar uma forma de ensino diferente. “Essa ideia reconfigura o papel do estudante e do professor, pois são os alunos que precisam buscar e selecionar os textos que devem ser lidos e escritos para aprenderem sobre o tema do projeto. Assim, além de melhorar a leitura e a escrita acadêmica, eles aprendem a lidar com outras demandas que surgem”, destaca, salientando a importância do auxílio do professor nesse processo.

 

A banca foi composta pela professora doutora Luciene Juliano Simões, orientadora do trabalho, pelas professoras doutoras Clara Dornelles, da Unipampa, pela professora doutora Juliana Schoffen, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e pela professora doutora Dorotea Kersch, da Unisinos.

 

Texto: Artur Dullius