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Leitura significativa pode melhorar desempenho de alunos em sala de aula

Postado em 05/09/2016 10h33min

Por Artur Dullius

A dificuldade de compreensão e interpretação textual por parte dos jovens estudantes é cada vez mais visível em universidades e, principalmente, em escolas de educação básica. O fator, mais do que influenciar no entendimento de questões gramaticais, também tem interferência na resolução de problemas matemáticos.
 
Preocupada com essa temática, a Univates, por meio do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas (PPGECE), realizou a pesquisa interdisciplinar intitulada “A leitura significativa como estratégia para a compreensão e resolução de problemas matemáticos no Ensino Médio”. O projeto, realizado pela mestranda Núbia Andrade, formanda em Letras, orientado pela professora Dra. Silvana Martins e coorientado pela professora Dra. Maria Madalena Dullius, contempla a reflexão sobre a prática pedagógica e o uso de estratégias para resolver problemas, além da busca por conhecimentos sobre estratégias de resolução de questões matemáticas.
 
Núbia é professora de Português em Boa Vista, Roraima. Foi lá, no Norte do país, que a docente verificou essa dificuldade. Então, durante seis meses, a mestranda da Univates se reuniu com uma professora de Matemática, de uma escola de educação básica estadual, e planejou as aulas de maneira conjunta, buscando facilitar o entendimento dos alunos frente às questões propostas durante as aulas.
 
“A professora de Matemática, na maioria dos casos, trabalhava somente com questões dos livros didáticos. Porém, os enunciados desses problemas são um tanto quanto abstratos para os alunos. Buscamos, então, relacionar as questões matemáticas com o cotidiano dos alunos para que elas pudessem ter mais sentido e facilitar o entendimento”, explica a professora Silvana Martins, orientadora da pesquisa.

A leitura significativa foi utilizada como estratégia para auxiliar os alunos a lerem, compreenderem e interpretarem os textos dos problemas matemáticos. Conforme Silvana, mesmo que as dificuldades de resolução de problemas matemáticos estejam muito relacionadas à leitura e à interpretação dos textos, vale lembrar que a leitura só gera sucesso quando o leitor tem um objetivo sobre ela.
 
“Dessa forma, essa prática aponta para a necessidade de os professores trabalharem o uso da leitura significativa com seus alunos em sala de aula, pois com a realização desse tipo de atividades podemos levar os alunos a entenderem que quando a leitura encontra significado, ela apresenta sentido, e, só então, alcançamos a compreensão do texto. Não basta querer ler, é importante saber o que e para que eu quero ler”, afirma Silvana.
 
A docente lembra ainda que esse é um problema perceptível em várias áreas e não se restringe apenas ao ensino das Ciências Exatas. “Essa dificuldade é geral. Os estudantes têm dificuldade de entender o que leem. Muitas vezes não é por falta de leitura, pois eles praticam, mas, na maioria dos casos, essa leitura é somente 'mecânica'”, comenta.
 
Ao final da pesquisa, a mestranda pôde perceber melhor entendimento por parte dos alunos e, consequentemente, maior interesse pelas atividades propostas. Além do resultado positivo frente aos alunos, a docente da Univates garante que os benefícios se estendem também à pesquisadora, que, assim como a professora de Matemática, teve um considerável aprendizado, por meio da troca de experiências e de conhecimentos exigidos e adquiridos durante o processo interdisciplinar.
 
A pesquisa no Vale
Conforme Silvana, com a obtenção desses resultados positivos, a ideia, agora, é colocar a pesquisa em prática também no Vale do Taquari. “É uma obrigação da universidade levar para a comunidade os resultados obtidos nas nossas pesquisas. Queremos colocar esse projeto em prática aqui na região, abrangendo não só a Matemática e a Língua Portuguesa, mas todas as áreas de conhecimento”, afirma.
 
O projeto, se aprovado, terá início em março de 2017 e deve ser dividido em quatro etapas. “Na primeira etapa, vamos entrar na escola e, durante um ano, promover a capacitação do corpo docente por meio de metodologias ativas de ensino e de aprendizagem, as quais preconizam a leitura significativa”, lembra. Silvana destaca também que no segundo momento os professores colocam o projeto em prática, no terceiro os resultados são analisados e, por último, são divulgados.
 
Texto: Artur Dullius
Pesquisa foi realizada com estudantes do Ensino Médio

Ana Amélia Ritt

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