Muitas vezes a oferta de um curso de graduação ajuda a desenvolver uma área em uma determinada região. Este foi o caso do curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Taquari - Univates que, por sua atuação regional, impulsionou a profissionalização jornalística não só em Lajeado, mas em todo o Vale do Taquari, afinal já são mais de 90 jornalistas formados desde o início das atividades do curso há 15 anos.

 

De acordo com o coordenador do curso, Flávio Meurer, qualificar o jornalismo na região é uma das principais missões do curso. “Temos feito isso nesses 15 anos, seja por meio da formação de profissionais, pela realização de eventos e promoção de discussões como a questão do diploma e de um conselho federal de jornalismo”, relembra.

 

Muitos dos diplomados em jornalismo pela Univates atuam em veículos da região ou em outros espaços em que os profissionais são requisitados, como assessorias de imprensa. Outros literalmente ganharam o mundo e levam consigo um pouco do que aprenderam aqui, como Renata Agostini, de Encantado. Diplomada em 2015, a encantadense trabalhou em um portal de notícias e em um jornal antes de partir para o exterior, onde vive há cerca de dois anos. Morando na Europa, ela integra a equipe de comunicação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) desde junho de 2016. 

 

“Cobrir a JMJ foi a maior experiência internacional que tive em jornalismo, pois cobri o evento ao vivo e compartilhei informações com o mundo todo! Durante o evento no ano passado, na Polônia, estive numa sala com pessoas de 39 idiomas diferentes. Foi incrível”, afirma ela, que segue no trabalho voluntário nas redes sociais da JMJ até haver um novo grupo responsável pela edição de 2019, que será no Panamá. Renata também realiza trabalhos de freelancer para revistas na Irlanda, onde mora.

 

Além da infraestrutura dos laboratórios, relacionadas ao curso estão a Rádio Univates e a TV Univates, que trouxe tecnologia de ponta para a região com as primeiras transmissões com tecnologia de high definition (HD). Para além das inovações, os veículos institucionais também marcam a carreira de jornalistas como Camila Diesel, que iniciou como voluntária da TV Univates em 2012. No ano seguinte ela passou a atuar profissionalmente na Rádio e na TV Univates antes de partir para uma carreira em Porto Alegre, onde mora atualmente.

 

Para Camila, a sua maior aprendizagem profissional, sem dúvidas, foi na Univates, por meio do canal de tv e da rádio. “Isso em função da estrutura que é incrível, da qualidade e do que entrega ao público, além de serem emissoras de verdade e não espaço de laboratório. Nós tínhamos que estar no ar e com um material de qualidade. Ter trabalhado na Univates foi fundamental para hoje eu estar em Porto Alegre e trabalhando em um grande veículo de comunicação”, analisa ela, dizendo que não tem palavras para descrever a sua experiência e o carinho que sente pela TV Univates, pela Rádio Univates e pelo curso de jornalismo.

 

O Taquaryense

Em 2002, o curso de Comunicação (jornal, PP e RP) da Univates foi o promotor do projeto de revitalização de “O Taquaryense”, um dos jornais mais antigos do Estado. Fundado em 1887, possivelmente é o único ainda produzido por meio das técnicas tipográficas na América Latina. Por meio de um projeto cultural amparado pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Estado do Rio Grande do Sul, o projeto teve como objetivo preservar e valorizar o patrimônio do Taquaryense por meio de um museu-vivo. Entre as ações foram realizadas a recuperação de todo mobiliário; recuperação de todo o acervo, o qual foi microfilmado e digitalizado; reforma do prédio, em especial da rede elétrica; organização dos tipos móveis e clichês. Também foram feitos documentários, pesquisas acadêmicas/históricas e campanhas de divulgação do Taquaryense.

 

Texto: Nicole Morás